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Jonasnuts

Jonasnuts

Caro Tozé Brito

Jonasnuts, 27.03.11

Espero que este post te encontre bem de saúde, e confesso que já te deveria ter escrito há mais tempo, nomeadamente ontem, quando traduzi um post do Enrique Dans. Colmato agora a minha falha, e acrescento-te agora à lista dos destinatários.

 

Mas esta cartinha é um dois em um, depois da missiva ali de cima, chamo a tua atenção para esta notícia, da indústria que pediu 2 milhões de dólares a uma mulher por esta ter partilhado 24 músicas e que, sem se aperceber do ridículo da coisa, eleva agora a fasquia, estimando em 75 triliões de dólares o dano causado por um serviço de partilha de ficheiros.

 

Refrescante e felizmente, o juiz apelidou estas contas de "absurdas".

 

O sítio onde li isto termina o post duma forma genial, que vou, descaradamente, roubar.

 

Which record company owns the rights to “The Times They Are A Changin’”? They should give it a listen.

 

(Mas, e nisso estamos de acordo, viva o Benfica Glorioso, Clube Mai Lindo do Mundo e mais Além :)

É tudo mentira: os downloads nunca prejudicaram a indústria dos conteúdos.

Jonasnuts, 26.03.11

O post original pertence ao excelente Enrique Dans, em castelhano, aqui.

 

 

Eu traduzi (depois de pedir autorização, evidentemente).

 

 

 

"Mentira. Tudo mentira. Os downloads não provocam menos vendas, nem perda de postos de trabalho, nem menos riqueza, nem descidas do PIB, nem nenhuma das apocalípticas mensagens que a indústria dos conteúdos tem espalhado ao longo destes últimos anos. São simplesmente mentirosos interesseiros, que procuram influenciar políticos e cidadãos para conseguir, exclusivamente, o seu próprio benefício.

 

 

Um estudo levado a cabo na London School of Economics analisa a evolução das métricas da indústria em comparação com os downloads, e demonstra que tudo o que a indústria afirmava estava errado ou era, simplesmente, mentira. Que a indústria não está assim tão mal quanto nos querem fazer crer, que os downloads não provocaram qualquer efeito significativo (e que, de facto, representam o futuro da indústria), e que as descidas na facturação da indústria se devem, simplesmente, a outros factores, como a crise económica e a queda generalizada da economia de consumo. Para uma boa análise, recomendo este artigo da Ars Technica, Did file-sharing cause recording industry collapse? Economists say no.

 

As evidências são claras: que as vendas baixaram, é óbvio, mas baixaram exactamente da mesma forma em segmentos da população que careciam de rendimentos e de acesso à Internet, e devido fundamentalmente a uma quebra no rendimento disponível para gastos em entretenimento. Os downloads, como muitos de nós temos referido frequentemente, não prejudicam as vendas, apenas aumentam a  notoriedade e multiplicam a exposição,  convertendo em mais tangível o interesse que faz com que muitas pessoas vão a um concerto, a uma sala de cinema ou consumam conteúdos através dos suportes disponibilizados pela indústria, se é que esta propõe algum que seja minimamente razoável, o grande calcanhar de Aquiles que está por trás das suas quebras de receita.

 

 

Perseguir os downloads e os que os fazem é uma estratégia errada e sem saída. Proteger modelos de negócio obsoletos pretendendo evitar os avanços da tecnologia apenas contribuem para congelar a inovação da indústria. Verdades sustentadas por dados e análises, em oposição a lucubrações interesseiras duma indústria manipuladora, de lóbis dedicados a sustentar altos lucros por pouco trabalho, e monopólios do passado. Vale a pena ler o estudo, escrito em linguagem perfeitamente acessível: é tão claro, que até um político o consegue compreender :-)"

 

Como de costume, Enrique Dans diz EXACTAMENTE aquilo que eu penso (e mais bem escrito :)

 

American Idol

Jonasnuts, 14.01.10

Começou há relativamente pouco tempo a 9ª temporada do American Idol.

 

Estou à espera, sentada, claro, de ver quando é que num dos canais portugueses começam a passar a coisa. Se for como no ano passado, aquilo há-de estar quase no fim, quando começar a passar por cá.

 

Andava tudo em pulgas, e com a certeza de que o Lambert ia limpar aquilo, e já o Chris tinha ganho.

 

E depois as televisões queixam-se de que estão a perder audiência.

 

Se não me fornecem conteúdos de jeito (actuais, relevantes, e me dão conteúdo eternamente reciclado, recauchutado, em 2ª mão, eu vou buscar a relevância e a actualidade a outros sítios.

 

Há uma coisa relativamente nova, chamada Internet, que está a preencher os espaços que os poderes de comunicação instituídos deixam em branco. Ganho meu, perda deles.

 

Quando, daqui a uns anos derem pela coisa, não me venham com lobbys para proteger a indústria decadente que estão a promover, não sigam o exemplo da indústria discográfica. É uma guerra perdida. Vocês ainda estão a tempo de recriar o modelo que é o vosso ganha pão.

 

Tratar a vossa audiência com arrogância e paternalismo não é a estratégia certa. Arrepiem caminho, que ainda são capazes de ir a tempo. Se calhar.

Os pais do Magalhães

Jonasnuts, 23.09.08

Anda por aí meio mundo escandalizado porque o computador Magalhães que está a ser disponibilizado desde hoje a muitas das crianças em idade escolar, não vem o controlo parental activado.

 

Parece que vai ser a notícia do dia, e no que diz respeito à Blogosfera, a notícia da semana (aqui essas coisas arrastam-se).

 

Acho muito bem que tenha controlo parental. Como acho bem que tenha outras aplicações. Ora essas aplicações vão ser usadas, chamam-se ferramentas e, em última análise, é para isso que serve o computador, para ser usado.

 

Ora, um computador não funciona sozinho, é uma ferramenta, precisa de alguém que a opere.

É uma ferramenta que pode dar acesso a conteúdos e, como tal, cabe aos pais, definirem quais os conteúdos a que os filhos podem aceder. Não cabe a uma ferramenta (que é falível, como todas as ferramentas) definir o que é que os meninos podem ver ou não.

 

Chamam-se ferramentas de controlo parental por alguma razão. É suposto que haja alguém a fazer o controlo.

 

É suposto que seja o Governo a fazê-lo? Deus me livre. Não quero esse grau de intromissão por parte do Governo.

 

Ah, mas os pais não sabem mexer no computador, dirão os mais assanhados. E eu digo que, se quiserem, portanto, se se interessarem, aprendem, ou vão à cata de informação que lhes permita assumirem a responsabilidade que é, em grande maioria, deles.

 

É a mesma coisa com a televisão. Lá em casa os putos não podem pegar no comando da televisão e começar a fazer zapping. Não podem. É uma regra. Nos computadores lá de casa, existem configuradas umas cenas que lhes barram o acesso quando estão a ser encaminhados para sites que apresentam conteúdos que nós não queremos que eles vejam, ainda.

 

Mais formação para os pais? Sim senhor, acho importante e fundamental. Cursos de técnicas básicas de como consumir conteúdos online? Sim senhor. Evangelizar para a protecção dos dados pessoais como se fossem sagrados? Imprescindível.

 

O difícil, difícil mesmo, seria encontrar pais interessados em adquirir estas competências. As pessoas preferem pôr a culpa em terceiros (seja no governo, nas escolas, nas empresas, nos vizinhos, em qualquer lado) menos assumi-las.

 

Falta dizer que este post começou aqui.