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Jonasnuts

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O anonimato

Jonasnuts, 30.09.08

Hoje deu-me para aqui, vá-se lá saber porquê.

 

Parece que sempre que em alguma comunicação social se fala de Blogs, vem à baila, em exclusividade,  o tema do anonimato. Há uns anos, dez, mais coisa menos coisa, quando se falava em Internet os mesmos "órgãos de comunicação social" insistiam em associar a Internet a um mero local para troca de pornografia e para os mais incautos serem apanhados em fraudes com cartões de crédito.

 

Durante muitos anos habituei-me a desligar a televisão, ou o rádio, a descartar a coisa, se falava de Internet, porque me irritava (e irrita-me) quando vejo alguém que não percebe do assunto, a dizer disparates. Porque vai condicionar o que muitas outras pessoas pensam.

 

Hoje em dia o panorama é diferente, já toda a gente sabe que a Internet é útil, é muito mais útil do que perniciosa e que, como tudo na vida, desde que se saiba usar, são muitíssimo mais os benefícios que os eventuais malefícios.

 

Provavelmente por isso, agora viraram-se para a Blogosfera e para o anonimato. E, como de costume, confundem e deturpam tudo.

 

A bem dizer, ser-se completamente anónimo, online, requer algumas competências técnicas. Competências técnicas que o utilizador comum não tem (nem precisa), e a verdade é que são apenas alguns aqueles que, se quiserem, são completamente anónimos. É mais fácil enviar impunemente uma carta anónima do que ter um Blog ou uma Homepage anónimos.

 

Posto isto, acho que há outra enorme confusão, entre o anónimo e o pseudónimo. Por exemplo, este Blog não é anónimo, mas eu não assino os posts com o meu nome, quero dizer, é o meu nome, mas não é o nome que os meus pais escolheram para mim, não é o nome que consta do meu bilhete de identidade. Isso faz dele um Blog anónimo? Não. Uso um pseudónimo.

 

Porque é que um conceito tão universalmente aceite por exemplo, na literatura, faz confusão na Blogosfera? Se eu comprar um livro onde o autor usa um pseudónimo, eu não digo que o livro é anónimo.

 

Penso que a grande celeuma que se levanta à volta do anonimato é uma falsa questão que resulta, muitas vezes, da ignorância das pessoas em relação a um meio que ainda passa muito pela tecnologia. Isso e a liberdade poética que algumas pessoas usam ao escolherem o seu pseudónimo :) Mas a credibilidade/veracidade/qualidade do que escrevem não pode ser condicionada pelo pseudónimo, tem sempre de ser aquilo que escreve a contribuir para a decisão do leitor. Eu estou preparadíssima para gostar de um post escrito por alguém que assina  shyznogud, antónio, manuel ou joaquina. Mas também estou preparada para que alguém que lê um post assinado por Jonasnuts não goste.

 

Parece que com os Blogs, a palavra de ordem é o anonimato. Como se o anonimato fosse algo de extraordinariamente novo, um conceito que a Blogosfera criou.

Não sei se o anonimato (ou pseudónimo, como prefiro chamar-lhe) impactou positiva ou negativamente na Blogosfera. Por experiência própria e dos muitos com quem lido, percebo que existe uma evolução desde que se conhece a Blogosfera (momento em que o pseudónimo tem alguma importância), até ao momento em que já existe uma prática e uma experiência (momento em que o pseudónimo perde gradualmente a importância até deixar de a ter por completo).
 

 

 

Detesto ser consensual e redundante

Jonasnuts, 27.09.08

Eu já devia saber. A verdade é essa. Não tenho desculpa.

Aliás, pensando bem, eu já sabia, e limitei-me a arrumar a sabedoria num canto, passar-lhe à frente e trucidá-la, com um post sobre o Paul Newman, pouco tempo depois de ter sabido que o fim, anunciado há alguns meses, tinha chegado.

 

É assim uma daquelas coisas, no calor do momento, em que sabemos que não devemos, mas fazemos na mesma. Ainda ontem à noite, não enviei um mail porque pensei duas vezes. Desta vez ainda pensei em pensar duas vezes, mas depois não me apeteceu.

 

E de repente começam a surgir como cogumelos, como eu sabia que iam surgir, os posts sobre o Paul Newman.

 

Justifica-se, claro, mas chateia-me a redundância

 

E quando há redundância, mas cada um acrescenta qualquer coisa, ainda é como o outro, mas pelo menos até ver, não está a ser o caso.

 

Pode ser que aqueles que vão acrescentar algo ainda estejam a mastigar a coisa, para sair algo de jeito, diferente do que o resto do mundo (eu incluída) fez.

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