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Jonasnuts

Jonasnuts

A fundo

Jonasnuts, 25.07.21

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Sempre andei a abrir. Em muita coisa. Na vida, em geral. 

 

Ando, de há uns tempos para cá, a descobrir as delícias do tempo moderado, os compassos de espera, as pausas. Saborear o momento, em vez de o devorar. Tem estado a ser um processo, naturalmente, que estas coisas, de tão entranhadas, não se mudam de um momento para outro. Nem eu quero mudar, tudo, pelo menos. Mas aprender a saborear, tem os seus encantos.

 

Decidi, por causa de notícias recentes, avaliar a forma como uso o espaço público, no que à velocidade diz respeito. E, a verdade, é que se há regra de trânsito que violo com furiosa frequência, é a da velocidade.

Decidi, pois, experimentar abrandar também na condução. Do carro, que de mota nunca fui grande transgressora.

 

De há 3 semanas para cá que sempre que ando de carro (e só tenho podido andar de carro), vou extra atenta e auto-consciente em relação à velocidade e constatei algumas coisas:

 

 - É muito difícil manter-me dentro dos limites legais. Se divago, quando olho para o velocímetro já estou em excesso. Tenho de estar quase sempre a pensar em não ultrapassar o limite. As minhas velocidades de conforto são muito acima do limite legal.

 

- Ninguém anda abaixo do limite máximo. Desde que adotei de forma fundamentalista as velocidades legais, raramente ultrapasso quem quer que seja, e sou ultrapassada a torto e a direito.

 

- O pessoal acha que andar dentro dos limites legais devia ser proibido e reclama muito. Luzes, buzinadelas, insultos, gente que se encosta à minha traseira (salvo seja) numa tentativa de pressionar para que eu ande mais depressa (surte o efeito oposto).

 

- Gasta-se muito menos gasolina, andando dentro dos limites legais.

 

Tenho estado a gostar da experiência. Sentar-me ao volante do carro deixou de ser encarado como uma corrida, passou a ser encarado como um passeio. Saborear a viagem. 

 

Claro que não deixei de ser eu, mesmo saboreando a viagem. Não me deu um ataque zen. Continuo a abominar chico-espertos. Para lhes contrariar a vida, continua a dar jeito ter um carro com bom poder de arranque, e o bocadinho do meu mau-feitio que não pretendo extinguir.

Guarda-se a pressa e a intensidade para ocasiões mais pertinentes e saboreiam-se as viagens.

 

Está-se bem, na calma. 

A caminho da carta

Jonasnuts, 18.08.20

iPhone - Photo 2020-08-17 17_55_29.jpeg

Já deito testes pelos olhos e é-me impossível não olhar para o português das perguntas.

Há perguntas que são absolutamente imbecis, esta é uma delas:

"Uma das desvantagens de alguns capacetes integrais é o embaciamento da viseira. Concorda com esta afirmação?"


As opções de resposta são "sim" ou "não". E, em termos de língua portuguesa, qualquer uma delas está correta, porque o que me estão a perguntar, é se concordo. A única pessoa que sabe se eu concordo ou se não concordo, sou eu. 

Se me perguntassem se a afirmação está correta......... seria diferente. Mas perguntam-me se eu concordo.

E, escalando; o que é que esta merda tem a ver com código? A viseira embaciar ou não embaciar, em capacetes integrais, é tema de pergunta de exame por alminha de quem?

Claro que embaciam........ e para se resolver o problema, pergunta-se a quem percebe da poda (auto-link), e recebe-se a resposta (Pinlock). 

Depois vai-se à loja, no meu caso a Motoponto, e vamos o caminho todo a dizer "é pinlock, não é ziplock, que isso são os sacos de ir ao congelador", "é pinlock, não é ziplock que isso são os sacos de ir ao congelador", chegamos à porta, pegamos no telemóvel, verificamos mais uma vez o nome da coisa "pinlock", entramos e somos de imediato atendidas e dizemos: boa tarde, preciso de um ziplock. (true story).


A caminho da carta

Jonasnuts, 05.08.20

Noutro dia perguntei no Facebook (sim, ainda uso) se alguém me arranjava um manual para poder estudar para o exame de código.

Entre muitas ofertas (que agradeço) e muitas sugestões (idem), sobressaiu a de que devia ignorar os manuais e as aulas e que o mais eficaz era fazer exames, e aprender à medida que ia conhecendo as perguntas. Gostei da sugestão, e lá fui para o site recomendado, um tal de "Bom Condutor" (deve estar otimizado para gajos). 


O site em causa está a precisar de amor e carinho, porque empanca no processo de criação de novos registos (ou isso ou não goste de nenhum dos meus endereços de mail), mas permite que se façam os testes e, suponho que usando cookies, calcula um índice de "bom condutor" à medida que se vão fazendo testes.

Gosto do método de aprender à custa das respostas que vou dando. Primeiro porque me vou familiarizando com as perguntas e com as várias opções de resposta (um post exclusivamente sobre essa temática, um dia destes) e depois porque o meu objetivo não é aprender as regras (sobretudo porque as regras que querem que eu aprenda são maioritariamente inúteis), o meu objetivo é passar no exame.

Comecei hoje.

Diz que o ideal é um índice de 100. Lá chegarei.

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Queridos CTT (Take 2)

Jonasnuts, 29.05.20

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Depois do episódio de ontem (auto-link), fiquei, naturalmente, muito atenta aos progressos do objeto de que estou à espera, e ao serviço que sou obrigada a contratar-vos e, consequentemente, a pagar-vos.

 

Que fique claro que, se dependesse de mim, eu já teria pegado na minha moto, já teria ido até à alfândega e voltado e já teria o meu objeto comigo.

 

Assim, dependendo do vosso serviço, é bom saber que, 24 horas depois de eu ter cumprido com os vossos requisitos, nada aconteceu. O pacote deve estar a descansar da sua viagem transatlântica, que vocês olharam para ele e acharam-no cansado.

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Vou manter-me atenta ao vosso super serviço, para ver quando é que a coisa começa a mexer. Pode ser que vocês o achem demasiado cansado e lhe dêem o fim-de-semana completo para se restabelecer da viagem, antes de o submeterem a mais sevícias.

 

A seguir.

Queridos CTT

Jonasnuts, 28.05.20

Link para o disclaimer da praxe, por via das dúvidas.

ctt.jpg

O vosso serviço é uma valente bosta.

Assim, direta ao assunto, porque os floreados não são a minha especialidade.

Vá, uma porcaria, porque a minha mãe já não lê isto, mas volta não volta, encarna na minha irmã.

Para todas as encomendas online que me obriguem a usar os vossos serviços, eu encontro alternativa, e mudo de fornecedor, e não me importo de pagar mais caro, só para não ser vossa cliente. 

Portanto, à partida, o facto dos vossos serviços serem uma cagada, vá, fraquinhos, não me afetaria, porque, lá está, não sou vossa cliente.

 

Excepto nos casos em que sou, vá-se lá saber porquê, obrigada a ser vossa cliente.

 

Que é o que acontece no que me traz aqui hoje.

 

Encomendei uma cena dos EUA. Recebo a notificação de que tenho de desalfandegar. 

Sou de imediato encaminhada para o site dos CTT, que é uma coisa que eu não percebo, porque eu não quero nada com os CTT, eu quero é com a alfândega (na realidade, também não quero, mas isso fica para outra altura).

Trato das coisas no site dos CTT, que ficou a dever uma quantia milionária à usabilidade e a quem lhes trata dos textos. E, no final do processo dizem que sim senhora, que já está desalfandegado. 

 

E agora? Agora o estado é "Outros", o que me obriga a um telefonema, aliás dois, porque a primeira chamada, misteriosamente, cai.

Eu só quero saber onde posso ir levantar a minha encomenda.

Não posso, o serviço de levantamento (sim, uma pessoa ir ela própria, pelo seu pezinho, levantar uma encomenda, é considerado um serviço), o serviço de levantamento, dizia eu, foi descontinuado, e agora tenho de esperar pelo menos mais 3 dias, que me venham entregar o aviso para eu ir levantar na estação de correios mais próxima, coisa que poderei fazer no dia seguinte ao do recebimento do aviso.

E, cereja no topo do bolo, ainda vou pagar pelo serviço de DEMORAREM QUASE UMA SEMANA A ENTREGAR UMA COISA QUE EU PODIA IR BUSCAR EM MEIA HORA.

Claro que, obrigando as pessoas a serem vossas clientes, vocês tinham de declarar lucros fabuloso no vosso relatório e contas. Oh.... wait.

A equipa do serviço a cliente que atende o telefone é, na grande maioria das vezes, excelente, competente, simpática e educada. Não têm culpa nenhuma de não conseguirem fazer mais.