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Jonasnuts

Jonasnuts

Trainspotting

Jonasnuts, 30.12.12

Este será mais um daqueles posts enigmáticos, que daqui a uns tempos nem mesmo eu percebo, mas a verdade é que este blog serve também para isso, para destilar :)

Adoro ver pessoas com ar de "devia ter apanhado aquele comboio" quando já é demasiado tarde. E depois é vê-las, ofegantes, a tentar alcançar a coisa, e a porem-se em bicos dos pés, e a tentar lá chegar. Sem sucesso. Levam com o vapor nos olhos.

 

Tivessem apanhado a coisa quando dava muito trabalho e pouco mais do que o gozo de se estar a construir o comboio à nossa maneira, de raiz.

 

Não é a primeira vez que me acontece e, estou certa, não será a última, mas sabe sempre bem, vê-los cansados e desesperados, e a puxar pela cabeça tentando inventar uma forma de não perderem o comboio perdido.

 

Temos pena. Ou não.

Exercício

Jonasnuts, 29.12.12

Deu-me para fazer isto, nesta pequena pausa que chamei de férias, mas que de férias tem muito pouco, ler um blog. Um blog que nunca tinha lido antes. O meu.

 

Fui ao princípio, e li todos os posts. Muito erro dactilográfico, mulher, foi a primeira coisa que me ocorreu. Muito post enigmático, que deve ter tido imenso significado quando foi escrito, mas que hoje não sei a que é que se refere. Saltei algumas partes, a da ensitel e a do pl118. Muita promessa por cumprir, ah e tal, falo disto depois, e depois não falo nada. Nota-se uma certa reverência para com alguns blogs, pelo menos em 2007 e 2008, depois perdi a vergonha. Há temas recorrentes, o da escola do puto, o das férias do puto, o do material escolar e o Glorioso, claro. Muito falo eu de Blogs, quer em específico quer em geral. Digo mal do Twitter, digo que não percebo para que serve aquela merda.

 

Há 2 ou 3 posts que valem a pena, para mim, claro, e há uma meia dúzia que é divertida. Mas espremidinho espremidinho, é apenas e só um blog pessoal, pouco pretensioso, às vezes arrogante, às vezes palerma, às vezes generoso. Falo demais de trabalho. Faço demasiados disclaimers. Não tenho um about. Prometi (ameacei?) várias vezes que mudava de template, e aqui está o Blog, com o mesmo template com que comecei (mais coisa menos coisa).

 

Nota-se que não releio os posts antes de os publicar e que, muitas vezes não passo o corrector ortográfico.

 

Não foi um exercício narcisista, foi um exercício crítico. O Blog já tem tempo suficiente para me distanciar e ler como se fosse outra pessoa a escrever. Quase.

 

Preciso de linkar mais as coisas acerca das quais escrevo, senão, os posts enigmáticos ficarão enigmáticos para sempre. Preciso de correr sempre o corrector ortográfico. Preciso de escrever mais. Nota-se que quando escrevia mais a qualidade da escrita melhorava (enfim, o possível, pelo menos).

 

Fica a promessa (ameaça?), neste ano que agora aí vem, se tiver tempo, mudo o template, coloco um about e escrevo mais.

 

Mas foi um exercício giro.

O "meu" carro

Jonasnuts, 29.12.12

Assim, entre aspas, que ainda não está todo pago (só em Março, se lá chegar) deixou-me ficar mal pela 2ª vez num curto espaço de tempo. Há um mês e qualquer coisa, foi-se-lhe a bateria. Cheguei lá um dia, e népia, nem um som. Recarrega a coisa e está a andar, a pelo meio até se arranjou miraculosamente o facto de não fechar as portas quando começava a andar, que tinha deixado de funcionar há uns tempos, mal menor.

 

Na semana passada, a caminho do trabalho, acende-se uma luz. Olá? O que é isto? Fui ver ao manual. Era a luz do motor, daquela que tem avisos "se esta luz se acender, vá imediatamente para a oficina". Pois que não fui. Tinha mais que fazer. Mas parei-o.

 

Esta semana, em que estou de "férias" (entre aspas porque as minhas férias levam sempre aspas) lá o deixei na oficina.

 

Pois que é a admissão e os injectores (seja lá isso o que for).

 

Se der para limpar, menos mal, senão, tem de levar tudo novo.

 

Já não me chegava a operação ao ombro (sim, esteve marcada para 5 de Dezembro, mas outros valores mais altos se alevantaram), agora a porra do carro a colidir-me com o orçamento.

 

O que poupei em presentes de Natal, vai agora (e muito mais) no carro e no ombro.

 

Caraças pá, ainda não é desta que começo uma conta poupança reforma.

São Nicolau

Jonasnuts, 26.12.12

Não aprofundei o suficiente, porque nem sequer tenho andado por aqui, mas de repente, no Twitter, só oiço falar do Nicolau Santos. Uns são contra, outros são a favor. Ora, eu não conheço muito bem o Nicolau Santos, a não ser pelo facto deste ser figura pública, com quem simpatizo (talvez por causa do laço que lhe dá uma certa panache), mas costumo vê-lo associado a comentários de economia, e não a vigaristas.

 

Fui ver. Ontem, ou coisa que o valha.

 

Vi um pedido de desculpas. Aprofundei ligeiramente. Vão-me desculpar, mas a verdade é que o vígaro do Artur só me entrou pelos olhos adentro ontem. Nem sequer sei os contornos da coisa (e pelo que li, nem eu, nem ninguém).

 

Então, parece que andou por aí um vigarista a enganar meio mundo e mais uns quantos. Parece que agora é fácil identificar a marosca, mas pelos vistos, enquanto ninguém deu pela coisa, não foi assim tão fácil, e foram muitos os que caíram na esparrela.

 

Qual é a diferença entre estes muitos e o Nicolau Santos? A meu ver, a única diferença, é que o Nicolau percebeu o erro, assumiu e pediu desculpas. Sem tretas, sem subterfúgios, sem salamaleques, sem paliativos.

 

Li o comunicado do Nicolau Santos, ontem. Disse-o no Twitter, e mantenho: "e aqui está, como depois de um erro, se mantém a credibilidade. Muito bem."

 

Quando peço credibilidade a um jornal (e caramba, se tenho aqui dito que a credibilidade é algo em que a comunicação social devia investir), não defendo que não se erre. Só quem não trabalha, não erra.

 

Mas acho extraordinariamente saudável que alguém, sobretudo com os anos de carreira que o senhor tem, assuma, admita, peça desculpas e prometa corrigir. Mais pessoas, com mais anos de carreira, fizeram maior cagada, sem nunca o admitir ou pedir desculpas.

 

Há muitos casos de erros clamorosos na comunicação social. E há muitos casos de órgãos de comunicação social que são propositadamente enganados. Mas são lamentavelmente poucos os casos em que assumem o erro e pedem desculpa.

 

A TVI (sim, a própria TVI) fê-lo, no caso Cacharel, e fê-lo em prime-time, por uma das estrelas jornalísticas da estação (é ver o vídeo, a partir do minuto 12). Hey, no melhor pano cai a nódoa, e quando digo melhor pano, refiro-me à MSNBC, à ABC News, ao New York Times, entre outros. E não foi há tanto tempo como isso.

 

Quando um jornalista assume o erro e pede desculpa, na minha perspectiva, isso só o credibiliza. É sinal de que não se vai esquecer.

 

Há mesmo quem saiba de cor as datas das borradas, e lhes assinale as efemérides.

 

Não é para todos, lá está.

 

Só os realmente bons são capazes de fazer isto.

 

Já disparates, isso sim, é para todos.

 

Hoje, para além de gostar do Nicolau Santos por causa do laço, gosto também porque me merece confiança. Olha, é humano, erra como os outros todos, mas ao contrário de muitos (tantos), não se esconde, nem usa analgésicos.

 

Mr. Nicolau, well done, sir.

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