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Jonasnuts

Jonasnuts

O que é um bom Currículo?

Jonasnuts, 28.01.13

Não é nenhuma novidade, ver currículos. Acontece-me periodicamente. Aliás, ultimamente, tem-me acontecido muito, porque são cada vez mais os currículos que me chegam à caixa de correio.

 

Neste momento tenho 4 currículos, abertos no meu écran. Todos iguais. Uma formatação que parece ter-se instalado é a coisa do Europass-Curriculum Vitae. É mau, a começar pelo nome.... pretende ser Euro-pass, mas na realidade, não consigo evitar lê-lo como Europe ass. Mas, fosse só isso e não estaríamos mal de todo. É uma coisa tenebrosa, que nem sequer tem bom aspecto, e que transforma todos os candidatos em pessoas iguais, mais coisa menos coisa, mas em mau, em cinzento.

 

 

Isto é horrível. Não me diz nada que uma conversa de 5 minutos não possa esclarecer e, na maior parte, não é relevante, nem critério de selecção.

Qualquer personalidade, originalidade, criatividade, é sugada destes candidatos e, provavelmente, morrem um bocadinho, sempre que enviam uma porcaria destas, anexada a uma carta de apresentação que deve falar em Exmos. Senhores, e em integração da equipa, espírito de grupo, capacidade de aprendizagem, alavancagem disto e daquilo, e mais uma série de expressões facilmente encontradas em qualquer bullshit generator.

 

Nada disto me interessa, quando entrevisto (ou quando fui entrevistada, para dizer a verdade).

 

Quando me preparo para uma entrevista, quero conhecer o candidato, quer ler o Blog, o Twitter, toda a informação pública disponível, quero ver os seus interesses, a forma como usa a língua portuguesa, a forma como comunica, o que pensa e de que forma apresenta os seus argumentos (concorde eu ou não concorde, essa parte é quase sempre irrelevante).

 

Na entrevista, faço algumas perguntas patetas, em cuja resposta, às vezes, não estou particularmente interessada. O clube de que gosta e o signo, por exemplo, são duas das perguntas típicas, mais para ver qual é a reacção à pergunta do que propriamente para saber as respostas. Pergunto se me conseguem tratar por tu (se são muito novinhos, não conseguem, coitadinhos :), e quero saber o que querem ser quando forem grandes. Não é a pergunta típica, o típico é perguntar-se "onde é que se vê daqui a 10 anos)". Eu pergunto ao lado..... para ver a reacção e para saber, nesta resposta estou verdadeiramente interessada. E se têm irmãos, e se têm bichos em casa, e mais o que me ocorrer na altura, dependendo do sítio para onde nos levar a conversa.

 

Às vezes demora, até que eles saiam dos fatos (taditos.... vêm sempre de fato, sem se aperceberem de que não lhes assenta bem - ou pior - apercebem-se, mas não conseguem contrariar), mas quando saem dos fatos, quando relaxam - enfim, o possível - a entrevista transforma-se em conversa e torna-se tão mais útil.

 

Os CVs são muitos. Se são todos iguais, escolhe-se exclusivamente com base nas competências académicas, e na experiência profissional que, podendo ser importantes (sobretudo a experiência profissional), estão longe de ser os critérios que eu mais valorizo.

 

Assim.... se um dia souberem que sou eu que vos vou fazer uma entrevista, tenham em conta que um erro ortográfico, dactilográfico, de construção ou gramatical vos exclui à partida da entrevista propriamente dita. Sem apelo nem agravo. Um CV criativo ganha pontos extra. A facilidade que têm em tratar-me por tu, uma vez feita a proposta, é avaliada. As perguntas que fazem, são importantes. Não gosto de candidatos que não fazem perguntas. Terem Blog ou Twitter é uma ferramenta adicional que vos dá vantagens (mas têm de ser usados, não vale a pena criar um blog ou uma conta de Twitter na véspera).

 

Claro que a resposta também depende da pergunta, e a capacidade do candidato em adaptar-se a diferentes circunstâncias é importante. Há uns anos, coloquei um anúncio de trabalho, num Blog. Não foi publicado em mais sítio nenhum, só ali. Recebeu dezenas de respostas. Fizemos meia dúzia de entrevistas. O anúncio dizia "Colaborador precisa-se - Este é um post de 1 de Abril, mas não é mentira", e a resposta veio no mesmo dia, num mail cujo subject era "Colaborador oferece-se". Entrou na onda, ganhou a possibilidade de ser entrevistado. Saiu-se bem, apesar do incomum da situação (ser entrevistado por 6 pessoas em simultâneo - nas minhas equipas, a entrevista para novos membros é feita por toda a equipa). Seleccionamo-lo 30 segundos depois dele ter saído da sala. Não nos demos mal. Ainda cá está e, ao que consta, satisfeito.

 

Para CVs criativos, podem ver a onda neste link, ou neste (um dos meus CVs favoritos).

Comfortably numb

Jonasnuts, 28.01.13

 

Oh, heresia, diz ela, antes de a escrever. Os Pink Floyd nunca foram a minha onda. Ah, mas são a banda da tua geração e coiso e tal e as letras, e o conceito, e o The Wall, e o melhor álbum de sempre e o caraças mas, temos pena, sou uma desgeracionada nisto também. Cheguei aos Pink Floyd demasiado cedo, e quando o frenesim atingiu o meu círculo, a mim já me tinha passado.

 

Posto isto...... gosto desta versão desta música, à excepção das partes onde o waters desafina (que são todas aquelas em que participa), e o Eddie Vedder quase compensa o estrago do outro.Pronto... o evento em causa também ajuda, que foi dos meritórios.

 

É assim que espero estar, um destes dias.... comfortably numb. Por um bocadinho, vá.

Link do vídeo, para quem lê isto por outras vias.

Coincidências da Cópia Privada - PL118

Jonasnuts, 26.01.13

Sendo pública a intenção do governo em submeter à Assembleia da República a sua proposta de alteração à lei da cópia privada (aka PL118 take 2) no início de Fevereiro, estando já a circular em meios restritos (claro) o documento que até é confidencial e tudo, acho muito curiosa a agenda da Comissão Europeia sobre a mesma matéria.

 

"On 31 January, António Vitorino will present his recommendations on private copying levies to the European Commission." Link.

 

Curiosa coincidência.

 

Dia 31 não estarei disponível para acompanhar o debate e estou proibida de escrever ou assinar documentos importantes, pelo que tentarei abster-me. Ou não..... se escrever alguma barbaridade posso sempre alegar que foram os efeitos da anestesia geral :)

 

 

Via @jmcest

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