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Jonasnuts

Jonasnuts

#jonasnacarris

Jonasnuts, 30.05.16

Por motivos que agora não interessam (mas de que não me esqueço), passei a ir de transportes públicos para o trabalho.

 

Todos os dias de manhã saio de casa, de carro, levo o puto à escola, deixo o carro por lá e apanho o autocarro para o trabalho. Ao fim do dia, é o percurso inverso.

 

Ainda estou na fase em que consigo achar piada às coisas, e vou comentado o que me rodeia, à medida que vai acontecendo, no Twitter. Uso a hashtag #jonasnacarris

 

Mas, brevemente, vai esgotar-se a piada da coisa. E isto da nossa relação com os transportes públicos é como qualquer outra relação, tem de ser alimentada e acarinhada, senão cai-se na monotonia.

 

Por isso, quando as coisas começarem a esfriar, e a piada começar a esfumar-se, será necessário fazer algo que reacenda a chama. Não é uma questão de "se", é uma questão de "quando", pelo que já comecei a pesquisar. E em boa hora o fiz. 

 

Já tenho a ideia que vai reactivar a minha relação com os transportes públicos em geral, e com a Carris em particular.

 

Provavelmente depois das férias, investirei em algo deste género:

 

 

Terei, no entanto, de descobrir forma de levar uma go-pro atada à cabeça, para filmar as reacções das pessoas. Ideias procuram-se :)

Modelos tridimensionais procuram-se

Jonasnuts, 28.05.16

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O IAVE é o antigo GAVE, por alguma razão, estas coisas estão sempre a mudar de nome.

 

Tem imensos recursos, muito interessantes e importantes para os alunos e respectivos pais.

 

Posto isto, detesto informação incompleta. Ando à cata de enunciados de exames de desenho do 12º ano.

 

Não é que não estejam lá, que estão. O problema é que estão incompletos, à excepção dos do ano de 2013. A todos os outros falta a porra do "modelo tridimensional que se encontra anexo ao enunciado" mas que não se encontra anexo porra nenhuma.

 

Consegui encontrar online os modelos tridimensionais de 2015, mas para todos os outros anos, vou ter de comprar livrinhos.

 

Ainda pensei que pudesse haver anos em que houvesse modelos tridimensionais e anos em que a tridimensionalidade fosse mandada às urtigas, mas não, em todos os enunciados falam do "modelo tridimensional que se encontra anexo ao enunciado".

 

E já nem peço sugestões de resolução, porque a desenho, a coisa é tão subjectiva que seria impossível dar sugestões de resolução.

Mas nas outras disciplinas podiam ao menos dar links para o excelente trabalho feito, por exemplo, pela Aproged (Associação dos Professores de Desenho e Geometria Descritiva, aqui, ou pela Ciberprof, aqui.

 

Fica a nota, para que possa ser debatida em sede própria (adoro deixar notas para sedes próprias).

 

 

Os amigos do Facebook

Jonasnuts, 26.05.16

Eu costumo dizer que, no Facebook, sou uma meretriz.

 

E é verdade. Sempre fui muito selecta, só adicionava (ou permitia que me adicionassem) se estivessem cumpridos determinados critérios que até eram rígidos. Isto é, eu não precisava de conhecer pessoalmente para adicionar, mas tinha de saber quem eram. Há pessoas com quem me dou e de quem sou amiga (na verdadeira acepção da palavra) e que nunca vi na vida.

 

E depois aconteceu aquela cena da ensitel, e centenas de pessoas pediram-me amizade nessa altura. E como em tempo de guerra não se limpam espingardas, aceitei todos os pedidos de amizade.

 

Foi a ensitel que fez de mim uma meretriz, facebookiamente falando.

 

Mais coisa menos coisa, mantive essa política. O Facebook, o meu Facebook, é uma mera extensão do meu Blog, com mais uns pós. Não publico coisas demasiado pessoais. Não publico fotos dos meus. Nada que não possa ser lido por qualquer pessoa.

 

Tive sempre alguns cuidados mínimos, e uso vários critérios para aceitar ou recusar um pedido de amizade. Um dos critérios que mais valorizo é o dos amigos em comum. Em linguagem técnica, o FOAF (Friend of a friend).

 

Recebo um pedido de amizade, vou ver o que é que aquela pessoa publicou ultimamente e dedico especial atenção aos amigos que temos em comum. Se não há amigos em comum, sou mais esquisita. Mas normalmente há (lá está, fruto da minha meretricidade), e são uma boa referência. Ok, este chegou-me através dos meus amigos dos Blogs. Este chegou-me através da cópia privada. Esta chegou-me das publicidades. Este veio do SAPO. Este é família. Agrupo as pessoas.

 

Os amigos em comum são uma recomendação. Se fulana e beltrano são amigos deste caramelo, é sinal de que pode ser interessante, ou que é de confiança.

 

E isto é um erro. A começar porque se toda a gente for como eu, aceitando todos os pedidos, arrasa completamente esta rede de confiança por interpostas pessoas. E depois porque o que é interessante para as pessoas que conhecemos pode não ser interessante para nós.

 

E vem isto a propósito de quê?

 

A propósito de um palerma que excluí hoje da minha lista de amigos. Palavra de honra que fui ver por mais do que uma vez, durante a "conversa" os amigos que tinha em comum com aquela aventesma. 12 amigos em comum. Enfim, 11, porque um já morreu, mas ainda tem perfil no Facebook.

 

12 pessoas, 7 das quais conheço pessoalmente. Uma com quem já trabalhei durante uns anos e duas a quem já prestei serviços de consultoria de gestão de imagem e reputação online, e o morto, um grande amigo da minha mãe e de quem eu gostava bastante. 12 pessoas. E podiam ser 12 pessoas que eu conhecesse vagamente e que me fossem indiferentes, mas não. 12 pessoas de quem eu gosto ou que respeito. 

 

Estas 12 pessoas, ao serem amigas deste caramelo, cujo pedido de amizade aceitei há uns tempos, credenciaram este senhor, a não ser que, lá está, sejam como eu.

 

(3) Pedrocoiso.jpg

 

 

E também por causa de saber exactamente de quem é que ele é amigo, no Facebook, decidi responder-lhe a uma questão que tinha colocado sobre transexualidade, porque é um tema sobre o qual tenho conhecimentos acima da média, por ter acompanhado uma transição mais ou menos de perto. Eu também já tive perguntas.

 

Resultado? Uma pessoa ignorante (e com vontade de se manter assim) e preconceituosa. Eu também sou ignorante acerca de muitos temas, mas se tenho uma oportunidade de ser um bocadinho menos ignorante, aproveito-a. E também tenho os meus preconceitos, sim senhora. São relativamente inócuos, mas tenho. Mas como sei que os tenho, preparo-me para os desvalorizar, sempre que os apanho em acção.

 

Mas, acima de tudo, o que me fez confusão, foi a total incapacidade para a empatia. A capacidade de se pôr no lugar do outro. E empatia, é algo que me assiste e que valorizo muito, sobretudo se for em relação a alguém que eu considere mais desprotegido, mais vulnerável, mais injustiçado.

 

Disse-lhe mais ou menos isto, e o senhor ofendeu-se. 

 

Por palavras mais polidas (lá está, os amigos em comum) mandei-o ir dar sangue para chouriços e deixei-o a falar sozinho. Desamiguei e fiz unfollow, que é algo que faço relativa facilidade, sempre que vejo alguém a publicar coisas que são de todo em todo incompatíveis com a minha maneira de pensar. Reparem, não digo "diferentes da minha maneira de pensar", digo "incompatíveis" que são coisas diferentes.

 

Acho que devia haver no facebook um disclaimer, para as pessoas que, como eu, são umas meretrizes das amizades, do género daqueles anúncios que apareciam nos jornais há uns anos:

 

Eu, abaixo-assinado, declaro que não me responsabilizo pelos actos, posts, fotos, mensagens ou comentários publicadas pelas pessoas com quem mantenho um vínculo bidireccional de "amizade" no Facebook.

 

Não vá alguém comer gato por lebre.

A pixelização dos cérebros

Jonasnuts, 26.05.16

Ontem fui parar, por acaso, a uma notícia do DN que tinha por título "Emilia Clarke explica porque recusou duplo para nudez frontal".

 

Em primeiro lugar, acho muito bem que tenha recusado um duplo, que teria dificuldades em reproduzir umas mamas aceitáveis, a ter usado um corpo substituto, teria de ser o de uma dupla, mas não é essa a minha questão. 

 

Olhei para a foto que ilustrava o artigo, e os senhores do DN (ou senhoras, não sei), decidiram que os mamilos da Emilia Clarke eram areia demais para a nossa camioneta, e pixelizaram a coisa. Não pixelizaram as maminhas, pixelizaram os mamilos.

pixelizada.jpg

 

A minha primeira reacção foi achar que todas as fotos desta cena tinham sido pixelizadas, e que o DN não tinha conseguido encontrar uma sem pixels. Justificava, embora, na minha minha opinião, se não arranjavam sem pixels, mais valia não ter fotografia, mas aí, lá está, a notícia teria menos audiência.

 

Mas numa pesquisa rápida encontrei facilmente a mesma foto, sem pixels (e uma catrefada de outras fotos da actriz em todas as posições e com mais ou menos roupa).

sempixels.jpg

 

E fiquei sem perceber.

 

Por que raio um jornal português decide pixelizar os mamilos duma actriz? Não percebo quando é nos states, mas percebo ainda menos em Portugal.

 

Já perguntei ao DN, no Twitter, o porquê da opção. Mas estou à espera da resposta muito sentadinha.

 

Pixelizar mamilos é estúpido. Pixelizar mamilos femininos, mas não os masculinos, é estúpido E sexista.

 

Esta tentativa moralista de aproximação ao que os states têm de pior parece-me uma má estratégia. 

 

A Europa está a perder os valores que, na teoria, a definiam. Esta é uma questão menor, face a temas bem mais dramáticos dessa perda de valores, mas é um indício de que caminhamos atrás dos fundamentalismos dos EUA. Mais uns anitos e temos por cá um Trump (o que nem seria grande novidade, diga-se, que na Madeira foi o que se viu com o Alberto João Jardim).

 

Não refilem agora que não é preciso.

Cara Lusófona

Jonasnuts, 25.05.16

Foi com muito gosto que soube que andam a fazer a ronda das escolas secundárias, dando a conhecer os serviços que prestam, no ensino superior, e explicando os cursos, de forma contextualizada, aos alunos do 12º ano, para cada uma das áreas.

A sério que gostei.

 

Achei um bocadinho estranho o material promocional, por ser num suporte "analógico", mas percebi que todas fizeram mais ou menos a mesma coisa.

 

O vosso "folheto" era, de longe, o mais luxuoso. Quadricromia frente e verso, papel com, no mínimo 180gr./M2, pelo menos 4 dobras, um luxo. Vê-se que têm dinheiro para investir. Excelente.

 

lusofona.jpeg

E, no entanto, o meu filho disse-me à cabeça que não queria ir para a Lusófona, pelo que perderam um freguês. E como eu acredito nas críticas construtivas, até vou explicar porquê, quais as razões que ele deu, e que eu subscrevo.

 

O vosso folheto é capaz de funcionar para os finalistas de ciências ou de economia, ou mesmo de letras. Mas, o meu filho escolheu artes. E não escolheu artes por ser mais fácil, ou por achar que teria menos trabalho (quer dizer, também teve a sua importância, mas não foram os principais motivos). O meu filho escolheu artes porque é essa a vocação dele. Desde sempre.

 

E ele explicou-me porque é que a Lusófona não fazia parte da short list das escolhas dele.

 

Mãe, eu estou em artes, é uma área em que me quero especializar. Uma universidade que me apresenta como cartão de visita um folheto cheio de erros, é sinal de que pode ser boa noutras áreas, mas na área do Design, não presta para nada.

 

E que erros são esses, perguntam vocês?

 

lusofona2a.jpg

Estão a ver a imagem bucólico campestre, a da vaca com um casal em que a menina tem um gato ao colo? Pode ser que funcione para potenciais alunos de veterinária mas, para um aluno de artes, aquele intervalo entre o topo dessa imagem e a foto de cima, a das boazonas, aos olhos de um aluno de artes, é um erro.

 

Ainda na mesma montagem de fotos, e voltando à imagem da vaca, se olharem para o alinhamento dessa foto, com as duas fotos dos nerds que estão à esquerda, reparam que há ali um gap, que colide também com a do Humphrey Bogart wannabee.  

 

E, por último, o texto.

 

lusofona2b.jpg

Estão a ver o ponto no i? Não me refiro ao acento, mas ao ponto. Reparem que está por baixo do "e"da palavra "Teu". A curva do ponto podia acompanhar a curva do "e". E não acompanha.

E pronto, o meu filho diz que não confia numa universidade que parece ser tão fraca nas competências que se propõe a ensinar. Não confia.

 

E eu estou com ele.

 

Espero ter ajudado.

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