Fake news
Não gosto do termo "Fake news" porque é enganador. Prefiro a versão portuguesa, "desinformação" porque é mais esclarecedora.
Mas o "Fake news" pegou e as pessoas acham que o seu significado é literal, e que se trata de notícias falsas. Mentiras. Erros crassos. Aldrabices. Não é disso que se trata.
Trata-se de veicular informação, e não é preciso que sejam notícias, que manipula a opinião pública, normalmente com alguma relação com a verdade, e com objetivos pouco óbvios. Podem ser económicos, sociais, políticos ou todos os acima referidos.
Vem isto a propósito de algo que vi partilhado no Facebook ontem, por várias pessoas (uma das quais não acho que seja imbecil).
Ora..... esta pessoa, e mais as 44 que partilharam a coisa, só neste post, defendem que os países que usam máscaras são os que mostraram mais eficácia a limitar a propagação do vírus. À pergunta, "então e a China, que quando alguém espirra corre tudo a máscaras?" respondem que é diferente, porque "o que quer que lhes ocorra no momento".
O gráfico é produzido pelo Financial Times, e com um contexto completamente diferente, como é óbvio.
A partilha vem com link, para um site chamado, muito apropriadamente, Masks Save Lives com um endereço maskssavelives.org (sem link que eu não contribuo diretamente para estes merdas).
Uma investigação básica a este "site" mostra-me que não tem um "about", mostra-me que tem um endereço de mail de contacto que é um gmail e mostra-me que é um domínio criado há 3 dias.
E as pessoas, mesmo com estas pistas todas a gritar "desinformação" decidem partilhar, achando que correlação é causalidade.
Reparem...... não estou a falar do zé das iscas.....estou a falar de pelo menos um professor universitário e de pelo menos um advogado e não tive pachorra para andar a chafurdar nos perfis daquela gente toda que partilhou a coisa, para descobrir o que fazem na vida.
A sério..... esta gente existe? Esta gente vota? Esta gente reproduz-se?
Já que pelos vistos sim, eu conheço um príncipe nigeriano que gostava de lhes apresentar.