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Jonasnuts

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Nónio

Jonasnuts, 31.01.18

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De vez em quando faço aqui um disclaimer (auto-link)...... ia linkar, mas são 5 páginas de resultados (auto-link) da pesquisa à palavra disclaimer aqui na chafarica. Considerem-se disclaimerados.

 

Ouvi falar do Nónio pela primeira vez já lá vão uma décadas. Refiro-me, obviamente ao "dispositivo de medição inventado pelo matemático português Pedro Nunes. Através do Nónio era possível efectuar medições com rigor de alguns minutos de grau, permitindo planear a navegação com uma margem de erro da ordem da dezena de quilómetros.", que é o que diz a Wikipédia.

 

Há pouco mais de um ano ouvi falar pela primeira vez desta coisa, que não vou linkar, que não se chama Nónio, porque perdeu o acento, é um nonio. Para além de perder o acento perdeu também o .pt que alguém, com tino, registou e tornou útil.

 

Curioso, há 500 anos precisávamos do Nónio para navegar, agora há que dispensar o nonio, para navegar. Outros tempos, outros mares.

 

A maioria do que penso sobre o nonio, pode ser lido aqui.

 

É uma questão de tempo até os senhores decidirem fechar os seus conteúdos a quem lhes fornecer tudo e um par de botas de dados pessoais e até estranho que não esteja nos termos de utilização qualquer referência a primogénitos.

 

Neste momento ainda estão na fase de recolha de dados. Depois fecham. Depois batem com os nariz na porta, com os burros na água, estrepam-se, claro. Mas eles ainda não sabem.

 

Não percebo como é que não sabem. Basta olhar para exemplos "lá fora" e percebem que quem tentou fechar, fechou. Perdeu. Morreu. Não é por aí.

 

Mas, lá está, tal como outros senhores, também velhos, esta malta está agarrada a modelos de negócio do século passado, que querem à força transpor para a realidade actual, mesmo que tenham de o fazer artificialmente e à força de estratagemas. Não souberam acompanhar. Pararam no tempo. Querem sol na eira e chuva no nabal. 

 

Outra coisa que me encanita é a parte das competências. Uns gajos que não se entendem o suficiente para assegurar o registo de um domínio vão conseguir entender-se para coisas um pouco mais complexas?

 

Não me cheira.

 

Seja como for, não tenciono dar-lhes os meus dados.

 

O que lhes deixo é uma alternativa

 

Mas é uma alternativa que obriga a que os conteúdos sejam de qualidade e jornalisticamente inatacáveis. Sustentadamente. 

 

Percebo que não encarem como alternativa.

Novamente o Twitter bate tudo e todos

Jonasnuts, 15.07.16

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Ontem não liguei a televisão. Como aliás, em muitos outros dias.

Não se vê televisão, lá por casa. Reparem, não há falta de televisões. Há mesmo uma televisão em cada assoalhada daquela casa, excepto casas-de-banho e despensa. Vá, o corredor e o vestíbulo (palavra portuguesa para hall), também não têm. Mas ninguém tem o hábito de se sentar à frente da televisão, ligá-la e dizer "vá, distrai-me". Usamos as televisões para consumir conteúdos on demand. E estamos muito bem assim.

 

Ouvi falar de qualquer coisa em Nice, por volta das 22h40, quando surge no Twitter um vídeo duma catrefada de gente a correr pelo Promenade des Anglais. Durante uns minutos pensei, epá, coitados dos franceses, ainda não superaram o trauma do Bataclan e qualquer coisinha, disparam a correr.

 

Durou pouco, este meu pensamento. 

 

O Duarte Levy foi, como é frequentemente, o primeiro da minha Timeline a dar conta de que algo se estava a passar. 

 

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Fiquei de ouvido à escuta, e não precisei de esperar muito tempo, nem pelo @duartelevy nem por outros, de uns, já falei no post anterior, foram excluídos da minha lista de pessoas que sigo (uma "jornalista" incluída), de outros, consumi informação e opinião.

 

Mais tarde também comecei a ouvir muitas queixas, sobre o que as televisões portuguesas estavam a passar. E não, não se referiam apenas à já costumeira CMtv. E rádios. E reclamavam de que estavam muito atrasados na actualização de informação. Ainda reportavam reféns quando toda a gente no Twitter sabia que não havia porra nenhuma de reféns, novamente através do Duarte Levy, que para além de tweetar, retweetava fontes oficiais. 

 

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Durante muito tempo as televisões cavalgaram nos reféns. 

 

No Twitter, alguns incautos começaram a partilhar imagens e vídeos, daqueles que uma vez vistos, nada a fazer.

 

As televisões, nisso, foram céleres. Assim que puseram as mãos nos vídeos (que não vi, e que não quero ver), puseram aquilo no ar. Assim, à máfila. Sem pixelização. Gajos que puseram um "bip" por cima da frase do Éder "Hoje devia ser feriado, caralho" não hesitaram em mostrar os vídeos, sem filtro, sem nada, em loop.

 

No Twitter, muitas "notícias" com títulos de clickbait. E as pessoas a retweetar.

 

E eu continuo sem perceber como é que as pessoas não percebem. É uma pescadinha de rabo na boca. Os meios fazem esta merda para ter mais audiência. Os tweets, os shares, os likes, as respostas dão-lhes isso mesmo, audiência. 

 

Não digo que seja a única forma, mas a mais imediata e mais eficaz, para contrariar esta tendência vampírica e parasita de MUITOS órgãos de comunicação social passa por, em primeiro lugar, não lhes dar audiência. Não sintonizar a televisão. Não ler a notícia, não fazer nem share, nem like, nem responder. No Twitter, a grande maioria de contas de órgãos de comunicação social são bots, não são pessoas. São automatismos que tweetam o que o script lhes manda. Não serve de nada reclamar ali.

 

Primeiro passo, não lhes dar audiência. Segundo passo, escrever-lhes, de preferência em público (blogs, Facebook, etc...) dando conta de que não gostaram daquilo que eles fizeram, e, importante, que isso lhes custou um cliente e, em terceiro, se quiserem, escrevam à ERC, queixem-se.

 

O Twitter deu 10 a zero à comunicação social. Em velocidade e em acuidade. Auto-regulou-se. Regulou-se (através da eterna construção e afinação de cada Timeline, uns follows, uns unfollows). 

 

Cá fora, a desgraça continua. E continua com audiência.