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Jonasnuts

Jonasnuts

A invasão dos perfis falsos

Jonasnuts, 12.04.20

No dia 18 de outubro de 2018, o Seufert fez um tweet.

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O tweet teve algumas respostas, um RT, 19 likes e ficou por ali.

Eis senão quando, anteontem, entra uma conversa estranha nas minhas mentions que, seguindo a thread, desembocava no tweet de 18 de outubro.

Era uma resposta semi-incendiária, que tentava ser provocatória.

Fui ver. A conta de twitter em causa foi criada em fevereiro de 2020. Referencia um blog, com imensos posts e imagens e tudo e tudo e tudo, mas é monotemático e relativamente recente; como se sabe, qualquer plataforma de blogs permite a publicação de posts com data passada. Num blog que suscite dúvidas quanto à sua data, normalmente o tira teimas passa pela data dos comentários. Este blog não tem comentários.

E depois, há o cheiro. Cheira a perfil falso.

A minha reação foi imediata.

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Não recebi qualquer resposta, mas os tweets (eram dois) foram apagados. Mas a conta não.

Mais gente se tem queixado da pouco subtil proliferação de perfis falsos de twitter. 


No Twitter são mais fáceis de identificar, mas também no Facebook passei a receber, nas duas últimas semanas, mais pedidos de amizade e, como já não sou a meretriz de outros tempos, agora escrutino os perfis que me pedem amizade e são mais os que declino do que os que aceito.

Para que se estará esta gente a preparar? 

Não sei, mas preparemo-nos nós também.

Fake news

Jonasnuts, 31.03.20

Não gosto do termo "Fake news" porque é enganador. Prefiro a versão portuguesa, "desinformação" porque é mais esclarecedora.

Mas o "Fake news" pegou e as pessoas acham que o seu significado é literal, e que se trata de notícias falsas. Mentiras. Erros crassos. Aldrabices. Não é disso que se trata.

 

Trata-se de veicular informação, e não é preciso que sejam notícias, que manipula a opinião pública, normalmente com alguma relação com a verdade, e com objetivos pouco óbvios. Podem ser económicos, sociais, políticos ou todos os acima referidos.

Vem isto a propósito de algo que vi partilhado no Facebook ontem, por várias pessoas (uma das quais não acho que seja imbecil).

 

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Ora..... esta pessoa, e mais as 44 que partilharam a coisa, só neste post, defendem que os países que usam máscaras são os que mostraram mais eficácia a limitar a propagação do vírus. À pergunta, "então e a China, que quando alguém espirra corre tudo a máscaras?" respondem que é diferente, porque "o que quer que lhes ocorra no momento".

O gráfico é produzido pelo Financial Times, e com um contexto completamente diferente, como é óbvio. 

A partilha vem com link, para um site chamado, muito apropriadamente, Masks Save Lives com um endereço maskssavelives.org (sem link que eu não contribuo diretamente para estes merdas). 

Uma investigação básica a este "site" mostra-me que não tem um "about", mostra-me que tem um endereço de mail de contacto que é um gmail e mostra-me que é um domínio criado há 3 dias.

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E as pessoas, mesmo com estas pistas todas a gritar "desinformação" decidem partilhar, achando que correlação é causalidade.

 

Reparem...... não estou a falar do zé das iscas.....estou a falar de pelo menos um professor universitário e de pelo menos um advogado e não tive pachorra para andar a chafurdar nos perfis daquela gente toda que partilhou a coisa, para descobrir o que fazem na vida.

 

A sério..... esta gente existe? Esta gente vota? Esta gente reproduz-se?

 

Já que pelos vistos sim, eu conheço um príncipe nigeriano que gostava de lhes apresentar.

Os nós nas redes, somos nós

Jonasnuts, 15.07.16

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Uma rede é constituída por nós.

 

Numa rede social, os nós, somos nós. Uns maiores, outros mais pequenos.

 

Uma rede social é algo orgânico, que funciona tão bem e tão mal quanto o melhor dos nós e o pior dos nós. O melhor de nós e o pior de nós.

 

Ontem à noite, muitos dos nós de que eu fazia parte, optaram por partilhar boatos, fotos, vídeos, emprenharam rápida e auricularmente. Disseminaram desinformação. Não atenderam aos pedidos, provenientes de várias origens, para ter cuidado com o que se partilhava. A desinformação é um inimigo poderoso.

 

Esses nós já não fazem parte dos meus nós. Limpeza higiénica, que de um grande mal pode resultar um pequeno bem.

 

Posto isto, a minha dúvida é, continua a ser, como é que eu explico isto ao meu filho?

 

Expliquem-me.