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Jonasnuts

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25 de Abril sempre...

Jonasnuts, 25.04.06
... fascismo nunca mais.

Era a palavra de ordem, há 32 anos, quer dizer....mais ou menos, que no dia 25 andava tudo às aranhas e ninguém sabia se havia de obedecer à voz da rádio e manter-se em casa, ou sair para a rua.

E sim, eu lembro-me bem do 24 de Abril. Grande festa. Não houve escola, e como, por ironia do destino, estava numa escola frequentada também por filhos de presos políticos, tenho ideia de lá ter tido em casa uns meninos amigos, que estavam ali à espera que as mães chegassem com os pais, acabados de sair da prisão. Grande festa, portanto.

Hoje, tentei explicar ao meu filho de 7 anos e meio, o significado do 25 de Abril, pelo menos explicar-lhe o conceito da coisa:

- Filho sabes o que é um feriado?
- Sei. Err...não, afinal não sei.
- Um feriado é um dia em que se celebra ou festeja qualquer coisa. Pode ser uma coisa que aconteceu há muitos anos atrás, como o Natal, ou pode ser uma coisa que tenha acontecido há pouco tempo. Como hoje. Sabes o que se festeja hoje?
- Sei, o 25 de Abril.
- Ok, mas o que é que aconteceu no 25 de Abril, que mereça ser festejado?
- Errr....construiu-se a ponte 25 de Abril?

:)

Ainda deve ser cedo, ou isso ou falta um jogo para play-station, ou nintendo DS ou X-Box, cujo enredo da trama seja a revolução dos cravos.

Comentários moderados

Jonasnuts, 20.04.06
A partir de agora, todos os comentários de pessoas não autenticadas nos Blogs do SAPO, passarão pela minha moderação, antes de entrarem.

Lamento que tenha de ser assim, preferia não ter esse trabalho, mas há quem não tenha mais nada que fazer senão vir aqui deixar postas de pescada, não solicitadas e mal escritas, ainda por cima.

E eu não gosto de pescada.

Apaguei um comentário

Jonasnuts, 17.04.06
Pela primeira vez na história deste Blog, apaguei um comentário.

E porquê?

Porque me apeteceu responder à letra, e porque ou o fazia anonimamente ou não fazia, optei por apagá-lo. Porque responder anonimamente às coisas não faz o meu estilo, e deixá-las sem resposta, faz ainda menos.

Mantê-lo ali dava-me comichões, portanto, apaguei-o.

E porque não lhe poderia responder? (perguntam vocês)

Porque este meu Blog tem muito mais visibilidade desde que tenho o blogs.blogs.sapo.pt, e as pessoas sabem que eu trabalho no SAPO, e porque, nem todas têm a capacidade de discernir as diferenças entre mim e a Mª João Nogueira responsável pelos Blogs, tenho de me segurar e, os que me conhecem, sabem que isto significa um esforço.

Portanto, como não podia responder-lhe como queria, e assinar por baixo, apaguei-o.

O acórdão da Palmada

Jonasnuts, 13.04.06
TSF, ontem de manhã, "Acórdão do Supremo Tribula de Justiça aplaude e recomenda palmadas e estaladas como atitudes pedagogicamente recomendáveis, por parte dos bons pais de família".

Dito assim, chocou-me, obviamente. O desenvolvimento da notícia, persistia na tónica, e nesta altura do campeonato já toda a gente ouviu falar deste caso, mas para os que andam mais distraídos, têm informações aqui aqui e aqui.

Primeiro fui ler o acórdão e mais informação adicional, e apesar de conseguir excluir todo o sensacionalismo da nossa comunicação social, continua a chocar-me o caso, aliás, agora que conheço um pouco melhor os detalhes, choca-me ainda mais, a saber:

1 - Que uma pessoa (a agressora) cuja instrução não ultrapassa a 4ª classe, tivesse a seu cargo 15 crianças deficientes, num trabalho que implicava um esforço de 15h por dia.

2 - Que, conhecendo à partida todas as limitações expostas no ponto anterior, a gestão/coordenação pedagógica/comissão de acompanhamento/psicóloga etc. sobrecarregasse esta funcionária com responsabilidades que estavam, visivelmente, muito além das suas competências e capacidades.

A responsabilidade não é da agressora, agrediu porque foi assim que foi educada, por achar que estava a fazer bem, e porque estava cansada. A responsabilidade é de quem lhe atribuiu funções e responsabilidades, não tendo em conta as suas competências e possibilidades.
A responsabilidade foi de quem não acompanhou, foi de quem não auditou o processo.

Quanto ao acórdão propriamente dito, e transcrevo aqui a parte que pretendo comentar:
 

"Qual é o bom pai de família que, por uma ou duas vezes, não dá palmadas no rabo dum filho que se recusa ir para a escola, que não dá uma bofetada a um filho que lhe atira com uma faca ou que não manda um filho de castigo para o quarto quando ele não quer comer?
Quanto às duas primeiras, pode-se mesmo dizer que a abstenção do educador constituiria, ela sim, um negligenciar educativo. "

 
O Tribunal acha que a atitudes de violência se deve responder com violência. Acha que a mensagem que se transmite a uma criança ao puni-la fisicamente é pedagogicamente correcta. Portanto, se o meu filho me levantar a mão e me der uma palmada, o que eu devo fazer é dar-lhe de imediato um estado ou uma palmada, para ele ver que é feio dar estalos e palmadas.
 
(E sim, eu já dei palmadas ao meu filho - e não gosto - e quando acontece é sempre uma reacção a quente, nunca é premeditado).
 
Por último, e tentando transferir a situação para a minha vida..... eu que soubesse que alguém (com a 4ª classe ou com licenciatura mestrado e doutoramento) tinha tocado com um dedo no meu filho (sim, independentemente do que ele tivesse feito), e havia de ser bonito.
 
Fica o Supremo Tribunal de Justiça com a responsabilidade moral (têm) de todas as estaladas, palmadas e castigos que legitimaram.

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