Sim, gosto do universo fantástico, sou uma apreciadora do Senhor dos Anéis, das Brumas de Avalon, ficção científica marcha toda, desde muito cedo.
Não é, no entanto, daí, que vem esta minha escolha de tema para post. Quando me proponho falar de trolls, não refiro aos do universo do fantástico e das mitologias nórdicas. Refiro-me aos trolls da Blogosfera (eu já disse que detesto esta palavra?).
E o que são os trolls da Blogosfera?
São os parasitas dos Blogs, as carraças dos posts, os sanguessugas dos comentários. São aqueles caramelos (e caramelas, que nesse caso se deverão chamar trollas) que infestam a caixa de comentários de blogs alheios, onde deixam comentários descontextualizados e, mais grave, muitas vezes incendiários. É com frequência que conciliam as duas características.
Não me interpretem mal, quem de nós não deixou já um comentário descontextualizado? Ou um comentário incendiário? Ou ambos os dois? Eu já o fiz. Mas não o faço sistematicamente e quando acontece fazê-lo, pontualmente, é habitual pedir desculpas (quando são merecidas).
A questão aqui é a sistematização. Olhando atentamente encontramos vários desses trolls espalhados por aí. O seu crescente impacto (leia-se, comichão) levou-me a reflectir sobre as motivações deste tipo de pessoa (?). Porque é que têm este tipo de comportamento? Porque é que insistem em ir a sítios onde não são, obviamente, bem-vindos? E, importante, como acabar com a praga? (isto se se desejar acabar com ela, porque às vezes é interessante, por oposição, ver as palhaçadas que escrevem, cobrindo-se de ridículo, em vez de se cobrirem de glória, como seria o seu desejo).
E cheguei a uma teoria. Andei a visitar blogs de trolls. Não são muitos, a verdade é essa, mas são alguns. E o que encontrei permitiu-me identificar algumas características comuns.
- Normalmente têm um blog de merda, sobre tema nenhum.
- Escrevem com imenso erros de ortografia.
- Apontam os erros de ortografia dos outros.
- Escrevem com muitos links (de preferência para o Abrupto e para outros Blogs sonantes)
- Têm opinião sobre tudo (mesmo que não percebam de nada).
- Têm um ritmo de publicação de posts muito dinâmico.
- Escolhem uma "vítima" (normalmente alguém com sucesso, e com muitos visitantes), e não descolam dessa "vítima".
Ora, reunindo as características anteriores já se tem uma boa matéria prima para se ser um troll, mas ainda não há trollice a sério.
O verdadeiro troll tem de ser persistente, tem de provocar a tal comichão.
E porque é que eles fazem isto? Porque, como se sabe, o que interessa, num Blog, é o número de visitas, e não a razão que as leva ao Blog. "Venham a mim, não me interessa porquê, desde que venham. Não me interessa que leiam o que eu escrevo, eu quero é poder dizer que "fulano" veio ao meu Blog deixar um comentário, ou que falou de mim no seu Blog. Ok, arrasou-me, é um facto, mas falou de mim, e eu sou daquele que acha que qualquer publicidade é boa publicidade" (quem foi a besta que inventou esta?).
Portanto, pode-se também constatar que, das duas uma, ou têm uma auto-estima uns furos acima da média ou têm um ego muito maior que o talento ou, novamente, ambas as duas. Estão portanto, inchados......de ar, de vazio. Conteúdo? Ideias próprias? Népia.
E tudo isto leva-me à última questão. O que fazer para nos livrarmos desta pequena, mas incómoda espécie? A verdade é que não sei, porque não tenho nenhum troll, nem nunca tive, mas tenho as minhas teorias.
Temos a opção de moderar comentários. Só passa o que nós queremos. Conheço quem faça isso, e não se dá mal. Mas dá uma trabalheira.
Temos a opção de ignorar o troll. Faça ele o que fizer, nós não respondemos. De preferência, nem sequer lemos. Se toda a gente seguir esta estratégia, é um sucesso. O problema é que a área de comentários do nosso Blog não é só nossa. Há por ali uma imensa multidão (bom, nuns casos mais imensa que noutros), e é muito difícil combinar uma estratégia com pessoas que não sabemos quem são.
Temos a opção de lhe responder, no nosso próprio território, passando-lhe atestados de incompetência, e humilhando-o publicamente (às vezes basta dar-lhes corda que eles fazem o resto). Esta estratégia, quanto a mim é perdedora. Porque, e aqui está mais uma característica dos trolls; é que são burros. Não percebem que são os bobos da corte. Celebram uma vitória gloriosa, quando na verdade, as gargalhadas do público são gritantemente trocistas.
Agora me lembro. Já tive um troll de facto. Não neste Blog, mas noutro. Resolvi o caso em 3 tempos (mesmo). Telefonei-lhe. Foi remédio santo.