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Jonasnuts

Jonasnuts

Eu vou resolver o problema de trânsito de Lisboa

Jonasnuts, 03.10.09

É a promessa de alguns candidatos à presidência da câmara da capital.

 

É mentira.

 

Nenhum presidente da câmara de Lisboa pode resolver o problema do trânsito de Lisboa.

 

Terá de falar com o presidente da Câmara de Oeiras, com o presidente da Câmara de Cascais, com o presidente da Câmara de Sintra, com o presidente da Câmara da Amadora, já perceberam onde quero chegar, certo? E depois de se porem todos de acordo, têm de ir todos juntos falar com o Governo. Mas isto de se juntarem presidentes de Câmara de "cores" diferentes já é uma impossibilidade, e ainda por cima irem falar com o Governo, que terá uma "cor" diferente da de alguns deles, enquadra-se na categoria dos mitos, neste caso, urbanos.

 

E não me venham com a treta da melhoria dos transportes públicos, e da criação de ciclovias. Em relação ao primeiro,  não pode passar só por isso. Têm de se criar parques de estacionamento nas zonas limítrofes, têm de se criar disparidade de horários, têm de se deslocalizar as empresas para fora de Lisboa, e tem de se melhorar a oferta de habitação em Lisboa. E em relação ao segundo, o maradona explicou tudo num post que já apagou e que eu tive a genialidade de preservar para a posteridade.

 

Não é criar mais entradas em Lisboa, é criar condições para que as pessoas não tenham de ir morar para fora de Lisboa. Casas más, velhas, caras, com a única vantagem de serem em Lisboa, e com o velho a ser classificado de pitoresco em forma de argumento de vendas. Ah, eu moro num bairro típico de Lisboa. Ya, e das duas uma, ou és rico e basicamente reconstruíste a casa para ela não cair com um vendaval e de caminho fizeste a mesma coisa às do lado, pelo sim pelo não, ou és um teso, e está tudo pintadinho e bonito, mas leva com uma rajada de vento mais forte e esburaca-se, e a instalação eléctrica é do tempo da maria cachucha, e as canalizações ainda são no bom velho chumbo, que é para trabalhar para a saúde. Em alternativa, pode-se sempre ir morar para uma casa construída de raiz há relativamente pouco tempo, em Lisboa, mas nesse caso, siga este link e boa sorte.

 

Não é aumentar o parque da carris, é pôr o actual parque a cumprir a porra do horário e, de preferência, alargá-lo, e a ir a sítios onde não vai.

 

É tornar a coisa viável e razoável.. Enquanto nas minhas contas do final do mês, sair ela por ela levar o carro ou não levar, eu vou levá-lo. É mais rápido, é mais confortável, é mais simples.

 

Se eu for buscar o meu filho de transportes, demoro, no mínimo, uma hora a chegar onde ele está. Mais outro tanto até chegar a casa.

 

Se fizer a mesma coisa, de carro, demoro, à mesma hora, 40 minutos.

 

Portanto.....qualquer candidato que tenha como promessa de campanha, resolver o trânsito de Lisboa, mente.

Aceitam-se apostas

Jonasnuts, 01.10.08

Já me tinham falado sobre isto, ontem à noite, e hoje vi a notícia.

 

A Renault vai exibir uns carrinhos na Av. da Liberdade, sendo que o isco é um monolugar conduzido pelo filho do Nelson Piquet.

 

A Av. da Liberdade, o local com mais poluição atmosférica de Portugal vai ser fechada para que a Renault possa polui-la ainda mais. Mas a verdadeira questão não é essa.

 

A verdadeira questão prende-se com a resistência do tal monolugar. Aquilo é um carro baixinho, certo? Muito baixinho.

 

Tendo em conta o estado do piso da Avenida da Liberdade, quantos metros é que o monolugar vai conseguir andar sem se partir todo?

 

Isto se lá conseguir chegar em primeiro lugar, tendo em conta o estado do piso dos acessos à Av. da Liberdade.

Feira do Livro

Jonasnuts, 15.05.08

Tenho acompanhado a novela da Feira do Livro de Lisboa aqui.

 

Não é segredo, mesmo para quem, como eu, não pertence ao meio dos editores e livreiros, que a Feira do Livro de há uns anos para cá tem tido uma organização instável e volátil. Do ponto de vista do consumidor final (que sou eu) isso tem-se visto na estagnação dos programas, e nas animações sempre muito pindéricas, e na manutenção daqueles caixotes horríveis que são os mesmos (ou parecidos) desde que me lembro. E desde que me lembro que as pessoas que trabalham nos caixotes (ou muito quentes ou muito frios) não dão jeito nenhum, não funcionam.

 

Há uma tradição, na família. Dia da Criança é dia de feira do livro. Os meus pais levavam-me lá quando eu era miúda, e eu tenho esforçado por levar lá o meu, agora que me toca a mim pagar as contas.

 

Chateia-me que por causa de uns senhores que dão o dito por não dito, e que fazem acordos mas porque não estão escritos afinal não valem, e porque querem ser mais que os outros, e são, são mais areia para a engrenagem, chateia-me que por causa destes gajos, a coisa esteja cada vez pior.

 

Gosto de algumas ideias alternativas que têm sido apresentadas. E até acho que seriam muitíssimo interessantes (actividades durante um período de tempo pré-definido em todas as livrarias do país, por exemplo), mas essas ideias seriam um bom COMPLEMENTO e não uma alternativa.

 

Meus senhores, se for preciso, peço à professora do meu filho de 10 anos para intermediar os vossos diferendos. Ela é que está habituada a lidar com birras de miúdos de 10 anos.

 

Grow-up.