Feira do Livro
Quando eu era miúda, era uma leitora compulsiva. Lia tudo e mais alguma coisa. O que devia e o que não sabia se devia ou não, mas lia na mesma. Foi assim que aos 10 anos li A Taberna. O pecado da gula pelos livros não foi perdoado. A penitência surge-me na forma dum filho que ler, nem pensar. Ca nodja (só vai perceber esta expressão quem tiver filhos mais ou menos da mesma idade).
Também por isso esforcei-me por manter uma tradição antiga. Desde que me lembro que o dia da criança, 1 de Junho, não passa sem uma paragem obrigatória pela Feira do Livro. Fui em criança, e era uma festa. Vou enquanto adulta, dar uma seca ao meu filho. Lá lhe compro o livro que ele quiser (e a avó faz a mesma coisa, e a tia também), para ver se ele se entusiasma, mas nada. Alguma banda desenhada (nada contra, antes pelo contrário), mas ler livros que dêem um bocadinho de trabalho, tá quieto.
Este ano, não percebo muito bem porquê, decidiram antecipar a Feira Livro. No dia 1 de Junho não haverá Feira do Livro, pelo menos em Lisboa.
Portanto, num ano de crise, e num ano em que os objectivos são ambiciosos (meio milhão de visitantes), contem com menos 2. Eu não vou à Feira do Livro, e o meu filho também não.
No dia 1 de Junho, procurem-me numa Fnac.