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Jonasnuts

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Football infantil

Jonasnuts, 19.12.09

Não é a primeira vez que sou confrontada com esta coisa, mas choca-me sempre.

 

Num torneio de futebol infantil, entre escolas (e escolas normais, não são sequer escolas de football), a quantidade de pais que leva aquilo a sério é impressionante.

 

Num momento que, idealmente, é de descontracção e divertimento, os pais (e mães) que berram de fora do campo para que os putos joguem melhor é um elemento de stress, na minha opinião, dispensável.

 

Aquela coisa do "na desportiva" é impossível, quando temos ao nosso lado um pai que berra ordens ao filho "vai-te a ele", "vai defender", "remata agora"..... Ainda se fossem mensagens de incentivo "boa defesa", "grande golo" etc., é como o outro, mas os pais que vêem nos filhos um futuro Cristiano Ronaldo (assegurando-lhes a velhice num lar de melhor qualidade, provavelmente), tiram-me do sério.

 

Já me chocava quando se tratava de torneios entre escolas de football (com pais e mães a insultar violentamente o árbitro, vernáculo incluído), mas piora um bocadinho quando se trata de um encontro amigável, entre escolas, e estamos a falar de miúdos do 1º e 2º ciclos (dos 6 aos 12 anos).

 

Cambada de ignorantes, que projectam nos filhos aquilo que gostavam de ter sido, tenham os putos muito ou pouco jeito para a coisa.

 

Espero que tenham dinheiro para pagar as contas do psicólogo que vai ter de tratar da auto-estima dos putos.

Os pais do Magalhães

Jonasnuts, 23.09.08

Anda por aí meio mundo escandalizado porque o computador Magalhães que está a ser disponibilizado desde hoje a muitas das crianças em idade escolar, não vem o controlo parental activado.

 

Parece que vai ser a notícia do dia, e no que diz respeito à Blogosfera, a notícia da semana (aqui essas coisas arrastam-se).

 

Acho muito bem que tenha controlo parental. Como acho bem que tenha outras aplicações. Ora essas aplicações vão ser usadas, chamam-se ferramentas e, em última análise, é para isso que serve o computador, para ser usado.

 

Ora, um computador não funciona sozinho, é uma ferramenta, precisa de alguém que a opere.

É uma ferramenta que pode dar acesso a conteúdos e, como tal, cabe aos pais, definirem quais os conteúdos a que os filhos podem aceder. Não cabe a uma ferramenta (que é falível, como todas as ferramentas) definir o que é que os meninos podem ver ou não.

 

Chamam-se ferramentas de controlo parental por alguma razão. É suposto que haja alguém a fazer o controlo.

 

É suposto que seja o Governo a fazê-lo? Deus me livre. Não quero esse grau de intromissão por parte do Governo.

 

Ah, mas os pais não sabem mexer no computador, dirão os mais assanhados. E eu digo que, se quiserem, portanto, se se interessarem, aprendem, ou vão à cata de informação que lhes permita assumirem a responsabilidade que é, em grande maioria, deles.

 

É a mesma coisa com a televisão. Lá em casa os putos não podem pegar no comando da televisão e começar a fazer zapping. Não podem. É uma regra. Nos computadores lá de casa, existem configuradas umas cenas que lhes barram o acesso quando estão a ser encaminhados para sites que apresentam conteúdos que nós não queremos que eles vejam, ainda.

 

Mais formação para os pais? Sim senhor, acho importante e fundamental. Cursos de técnicas básicas de como consumir conteúdos online? Sim senhor. Evangelizar para a protecção dos dados pessoais como se fossem sagrados? Imprescindível.

 

O difícil, difícil mesmo, seria encontrar pais interessados em adquirir estas competências. As pessoas preferem pôr a culpa em terceiros (seja no governo, nas escolas, nas empresas, nos vizinhos, em qualquer lado) menos assumi-las.

 

Falta dizer que este post começou aqui.