Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Jonasnuts

Jonasnuts

Publicidade nos Blogs

Jonasnuts, 20.05.11

Estou aqui no início do post e já estou a pensar que isto vai dar um lençol. Não sei. Talvez.

 

Acho, desde sempre, que os anunciantes em geral e as agências de publicidade em particular ainda não sabem explorar devidamente o potencial da publicidade online. Salvo raras e honrosas excepções, tratam o online como tratam os outros meios. Imprensa (um banner fixo) ou televisão (um banner animado). Sabem vender volume, mas não sabem vender especificidade. Interessa-lhes que os banners sejam "vistos" muitos milhares de vezes, mas preocupam-se pouco com a eficácia real das campanhas, sobretudo porque nos outros meios, não têm como medir essa eficácia, descartam essa medição neste meio, deitando à rua aquela que é uma das (muitas) enormes vantagens deste meio de comunicação.

 

Mas se isto é verdade no online em geral, é ainda mais escandalosamente verdade no que diz respeito aos Blogs. Quando falamos em Blogs, assim, no geral, eu compreendo que os anunciantes e as agências desconfiem. Afinal de contas, debaixo do chapéu de chuva da palavra "Blogs" cabe de tudo.... muita coisa boa, muita coisa má, muita coisa péssima.

 

Há quem se aperceba do potencial, e tente fazer publicidade em blogs, mas usam os métodos antigos. Espetar com um banner num blog, mesmo que seja um banner duma campanha que possa ter interesse para os visitantes desse Blog, não é mau, mas podem ir muito mais longe.

 

Os Blogs criam empatia com os seus leitores (os bons, pelo menos). Interagem, respondem pedem ajuda. Uma recomendação sincera num blog, vale muito mais do que uma campanha de banners.

 

Por exemplo; mais depressa compro uma Actifry por causa deste post, do que por causa de qualquer banner ou folheto que me passe à frente dos olhos. Porquê? Porque não é a marca que está a louvar as características do produto, é um utilizador, é um de "nós". É alguém que tem reputação online. Sim, que esta coisa da reputação é importante. As marcas que criam fake blogs de consumidores fantasma, que só escrevem dois ou três posts a dizer bem de um determinado produto estão a dar tiros nos pés, estão a chamar burros aos consumidores. E ninguém gosta de ser tomado por burro, nem mesmo os burros.

 

O Pedro não recebeu um tusto para escrever aquele post. Fê-lo porque lhe apeteceu e porque achou útil. É aliás frequente ver no Blog dele reviews sobre produtos vários, assim de repente e sem ir ver, lembro-me de aspiradores, da Bimby, de brinquedos sexuais, duma catrefada de equipamento tecnológico de que não pesquei um boi, enfim, para todos os gostos. Ora, o Pedro não recebeu nada, mas podia (e devia) ter recebido. Os senhores da Actifry, se fossem espertos, tinham-lhe oferecido qualquer coisa. Vales para outros produtos da marca, sei lá, qualquer coisa. Mais, se fossem realmente espertos, teriam incorporado uma série de Blogs numa campanha, oferecendo o seu produto a vários Bloggers, pedindo como contrapartida um post sobre o produto. Um post a relatar com honestidade a experiência de utilização. Não me refiro a um post com a cópia do press release, que isso não serve de nada. Claro que só pode fazer isto quem tenha confiança na qualidade do seu produto, e quem tiver inteligência e capacidade para se aguentar à bronca, no caso de num post, serem escritas coisas menos positivas. É isso que confere veracidade à coisa. A experiência total, com os pontos positivos e com os pontos negativos.

 

Dá trabalho, planear uma campanha que inclua este meio? Dá. Muito. Porque não basta chegar aos Blogs e fazer uma pesquisa, e ver quem é que fala de cozinhados, para se tentar vender fritadeiras. É preciso conhecer. Saber quem são as pessoas. Saber se são honestas. Não se vai lá pelos números de tiragem, ou pela classificação dos targets. Não é uma ciência exacta. E é isso que trama os anunciantes, habituados a fazer cruzinhas num papelucho, quando planeiam a compra de media duma determinada campanha.

 

Querem uma dica? A Cocó fez uma pergunta no Blog dela. Pediu por feedback acerca de Cavitação (tive de ir ver o que era :). Alguém duma das clínicas onde se faz essa coisa da cavitação já a deveria ter contactado, no sentido de lhe explicar em que é que consiste a coisa, como é que funciona, e a oferecer-lhe um tratamento completo, de forma a que ela pudesse relatar no Blog a sua experiência (boa, má, assim-assim). Mais.... para ser em grande, ainda faziam uns pacotes especiais Cocó na Fralda, para que a Cocó pudesse, no final do seu "tratamento" e caso recomendasse, oferecer a algumas leitoras. Quanto é que isto custava efectivamente à clínica? Peanuts. Publicidade, da boa, baseada na utilização do produto/serviço, praticamente à borla.

 

Eu sei que a minha área de trabalho faz com que eu esteja mais desperta para estas coisas do que o comum dos mortais. Acresce a isto que trabalhei muitos anos em publicidade, mas a verdade é que isto é uma conclusão a que qualquer pessoa com dois dedos de testa chega.

 

Há assim tanta falta de gente com dois dedos de testa?

Blogs activos

Jonasnuts, 04.02.11

Esta é uma dúvida antiga. É muito frequente perguntarem-me, quantos Blogs existem no SAPO, e eu respondo, correcção, primeiro vou ver, e depois respondo, que eu não sei essas coisas de cor. A pergunta que surge inevitavelmente a seguir é, quantos estão activos?

 

E é aqui que eu começo a devolver perguntas. E a sério, eu faço mesmo as perguntas, porque não sei. Tenho uma opinião, claro, mas não tenho certezas.

 

O que é um Blog activo? É um blog actualizado pelo seu autor? É um blog que apesar de não ser actualizado, continua a receber visitas, muitas vezes, comentários?

 

A sério. As novas tecnologias e as redes sociais introduziram uma série de dúvidas, as coisas já não são só a branco e preto. Um blog não é constituído apenas pelo seu autor (ou autores, no caso de blogs de comunidade). Um blog é constituído por várias partes. Os seus autores, sem dúvida, mas também os seus visitantes e ainda os seus comentadores (no caso do blog permitir comentários).

 

Só se todas estas partes estiverem ausentes é que o Blog pode ser considerado inactivo e, mesmo inactivo, deve apagar-se? O Blog duma pessoa que morreu, apaga-se?

 

Na minha opinião, não.

 

Um blog, para mim, está activo enquanto tiver visitas, mesmo que o seu autor já o tenha abandonado há muito.

 

Vou dar-vos um exemplo. Um dos meus blogs favoritos, que revisito de vez em quando, não é actualizado desde 2003. Sim, há mais de 7 anos que o seu autor não escreve porra nenhuma e, no entanto, continua a ser excelente. Continua a receber as minhas visitas (e as de mais pessoas, estou certa). Está activo? Está :)

 

Esta é uma interpretação difícil de engolir, o fim da conversa que descrevi ali em cima é sempre o mesmo. As pessoas concordam com a minha leitura, mas dizem que para os seus mapas precisam de saber quantos blogs há, que tenham sido actualizados nos últimos 15 dias.

 

Ficam com o quadro por preencher. Porque eu não sei. Nem quero saber :)

 

Quanto ao Blog que continua a proporcionar-me horas de prazer, é, obviamente, O Meu Pipi.

Sou dos Blogs

Jonasnuts, 05.11.10

O título do post é uma piadola semi-privada. Aqui onde trabalho, é com frequência que me pedem opinião sobre coisas que nada têm a ver com Blogs (fora as vezes em que eu dou a minha opinião mesmo que não ma peçam), e eu lá digo o que tenho a dizer e depois, para não me cair nada em cima, remato com um "eu cá sou dos Blogs".

 

E o que é isso de ser dos Blogs?

 

É estar de férias, a tomar o pequeno almoço, encontrar um frasco de Nutella no buffet, fotografá-lo e lembrar-me deste blog.

 

 

 

Ou passar numa livraria, ver um livro sobre pássaros, fotografar o livro e perguntar-me se será este o livro de que ele anda à procura? (Não, não é).

 

 

Ou passar numa montra, ver uma catrefada de pulseiras que não me interessariam nunca, mas fotografá-las na mesma, e assentar a morada da loja, não vá este Blog querer saber onde se compram ainda mais (é na R. Luís de Camões, em Lisboa).

 

 

 

E podia continuar com exemplos deste tipo, mas tornaria o post muito mais comprido. Destes 3 exemplos, apenas conheço pessoalmente, ao de leve, um deles. Duvido mesmo que a pessoa em causa se lembre de mim, se nos cruzarmos na rua, portanto, não é por conhecer as pessoas ou ser amiga, que me lembro delas no meu dia-a-dia.

 

É porque sou dos Blogs :)

Pedidos de Portugal ao Google

Jonasnuts, 22.04.10

Por causa da notícia que refere o número de pedidos que cada país faz ao Google, inflamou-se certa Blogosfera, já a engatar a primeira no discurso da liberdade de expressão, e da intervenção disto e daquilo na liberdade das pessoas.

 

Tenham calma senhores, o Google foi relativamente vago, não especificou quem pediu e o que pediu, e os pedidos, sei-o por experiência própria, são como os chapéus, há muitos.

 

Todos os dias me chegam pedidos de identificação de autores disto e daquilo, e todos os dias me chegam pedidos de remoção de conteúdos. Chegam-me do país e do estrangeiro. Legítimos, portanto, provenientes de entidades com competência para fazerem esses pedidos (os tribunais, em alguns casos o ministério público e a polícia judiciária), uma larga minoria.

 

E acho muito bem que esses pedidos, os legítimos,  sejam feitos, seja a quem for, porque não existe liberdade sem responsabilidade. E se alguém pensa que num determinado post existe um crime (seja ele qual for), deve usar os meios legais ao seu dispor para se queixar. E os meios legais existem, para os conteúdos publicados online, como para qualquer outra plataforma de comunicação que não seja online. A lei aplica-se a todos, e o anonimato de que alguns julgam gozar por aqui, não é tão fácil como isso. Aliás, só pessoas com competências técnicas muito acima da média é que conseguem, de facto, ser anónimas.

 

A mim não me preocupam os pedidos feitos por tribunais (ou por outras entidades competentes), é sinal de que as coisas estão a funcionar como deve ser. A mim preocupam-me sobretudo os pedidos ilegítimos, os pedidos de pessoas que querem saber quem fez o post A, B ou C, para lhe irem pregar um enxerto de porrada, ou o político que não gostou de ler aquilo que o autor do Blog escreveu e quer que seja removido, assim, sem passar por um tribunal. Preocupam-me as pessoas que, apesar de vivermos há tantos anos em liberdade, ainda não sabem o que é a liberdade de expressão.