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Jonasnuts

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Fake news

Jonasnuts, 12.10.17

Não, não vou cascar nos órgãos de comunicação social. Não desta vez, pelo menos.

 

Vou apontar o dedo aos que considero serem os maiores culpados pela propagação de "Fake News". E reparem, "Fake News" é só um nome bonitinho para "mentiras", "aldrabices", "manipulações" e demais menos simpáticas características que a nomenclatura "fake news" pretende dourar.

 

A culpa é do povo.

 

Nestas coisas, nada como dar exemplos. Vamos lá. Em Junho deste ano começa a circular nas redes sociais (vulgo, Facebook, que no Twitter estas coisas ou não entram ou morrem à nascença) uma foto de uns pilares que que sustêm uma ponte que liga as Amoreiras à ponte 25 de Abril. Do ponto de vista estético, aquilo parece, de facto, prestes a entregar a alma ao criador e as legendas que acompanham a foto são anúncios de cataclismos iminentes. 

 

pcg.jpg

 

A coisa toma proporções tais que alguns órgãos de comunicação social, cheirando-lhes, vão atrás, e muito bem. O problema é que vêm de lá com as mãos a abanar. É mesmo assim, os pilares estão de saúde vigorosa e recomendam-se. Não são bonitos, que não são, mas trabalham bem. É ver a notícia do Expresso.

 

Como se sabe, uma mentira tem um alcance 3 vezes superior à do seu contraditório pelo que, se formos a ver, ainda hoje a porcaria do post a anunciar a derrocada do viaduto, e da desgraça dos pilares anda por aí, a ser partilhado.

 

Então e de quem é a culpa disto tudo?

 

Pois que a culpa, com dolo, é de quem publica para querer manipular a opinião pública. Uns gajos que no Facebook se chamam "Portugal Contra a Geringonça" não deviam suscitar dúvidas a ninguém (e não é por serem estes, contra a geringonça, genericamente os anti qualquer coisa, devem ser encarados com uma razoável dose de prudência). 

 

Portanto, em primeiro lugar, a culpa é de quem publica, seja intencionalmente e com dolo seja por ignorância ou precipitação ou qualquer outra razão.

 

Em segundo lugar, a culpa é de toda a gente que clica em "partilhar" como se disso dependesse a sua vida. E da mesma forma que partilham a aldrabice, sem qualquer sentido crítico, recusam-se, porque se recusam, a partilhar o seu contraditório. E, mais, recusam-se a apagar a coisa.

 

Os culpados são aqueles que partilham sem olhar para a data, sem ler os comentários que entretanto se fizeram, parecendo que o assunto é fresquinho e viçoso.

 

Este foi publicado há 3 dias, como se não ser tivesse já falado sobre isto há 4 meses:

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Os culpados são todos aqueles que mesmo depois de avisados mantêm o post porque "é divertido" ou porque "não gosto de apagar comentários dos amigos" ou qualquer outra desculpa idiota do género. 

 

Os culpados são todos aqueles que se recusam, até, ao menos, a editar o post e a informar que se enganaram, ou que é mentira, ou a adicionar o link do contraditório. 

 

FGandra1.jpg

 

 

Não, estas pessoas não querem assumir que se enganaram, ou que se precipitaram, ou que foram enganadas e, por isso, mantêm-se cúmplices da coisa. 

 

E é assim, senhores e senhoras, que as "fake news" se propagam.

 

Porque as pessoas são estúpidas. Têm vergonha de ter sido enganadas, mas não têm vergonha de ser estúpidas.

 

As esposas

Jonasnuts, 22.10.16

serodios.png

As esposas são, como se sabe, acessórios importantes.

 

Por exemplo, aqui o Monteiro, precisava duma esposa para poder ser campeão em pares mistos. 

 

A esposa não é campeã. É apenas o acessório quase imprescindível (quase) para que o Monteiro pudesse ser campeão.

 

Como já disse noutro sítio, usando um termo tão serôdio como o "esposa": faleçam senhores do O Jogo (sem link, que pela parte que me toca, não lhes encaminho nem um hit), F A L E Ç A M.

UPDATE:
Mais uns para a lista do "faleçam". O "jornal" A Bola tem na capa:

serodio2.png

 

UPDATE 2:
A lista do "faleçam" continua a aumentar. Na capa do Record:

serodios2.png

 

 

 

 

As minhas aventuras com o IRS

Jonasnuts, 02.07.16

Sou trabalhadora por conta de outrém. Entreguei a minha declaração a tempo e horas. Usei a inserção manual de despesas, cujos documentos somei escrupulosamente. Não aldrabei. Faço isto todos os anos (menos a parte da entrega a tempo e horas, porque já houve anos em que me atrasei).

 

Passados uns tempos recebi a notificação de que os senhores tinham dúvidas no que diz respeito às despesas de educação do menor. Ok, bora lá esclarecer as dúvidas. Digitalizei tudo, e enviei por mail.

 

Responderam muito rapidamente (de um dia para o outro, até me assustei). Pois que teria de tirar as aulas de piano, porque não são despesas de educação. Ok. Não concordo mas admito que possa ser considerado um luxo, sobretudo nos dias que correm. No prob, tiramos as aulas de piano.

 

O problema não era apenas esse. Eu tinha declarado todas as despesas de material e os senhores disseram-me que eu apenas podia descontar as despesas com taxa reduzida de IVA. 

 

Fui ver. Pois que aparentemente, as únicas coisas que contam como despesas de educação são livros, escolas e pouco mais. Se as escolas incluírem no recibo as aulas de piano, já há aqui um double standard.

 

Ora, o meu filho escolheu Artes. Desde o 10º ano que fui apresentada à compra de material escolar em modo "espero que o senhor perceba o que é que está nesta lista, que eu não sei o que são essas coisas". Esfuminhos, sanguíneas, grafites várias, aparos, telas, blocos de papel com características esquisitas e um mundo de outras coisas que a professora foi pedindo ao longo do ano e que não sei para que servem. Na parte de 2015 em que o puto frequentou o 12º ano gastei neste tipo de materiais, cobrados com 23% de IVA, €556,55. Tenho todos os comprovativos.

 

Tudo isto era material que a professora pedia. Tudo isto era material que, se não aparecesse, levaria a uma falta de material e, pior, levaria a que o puto não pudesse executar as cenas que fazem parte do programa da disciplina à qual teria exame. 

 

Em que cabeça é que este material não é uma despesa de educação?

 

Está tudo grosso?

Galambagate (take 2)

Jonasnuts, 22.11.13

Confesso que quando fiz um pequeno apontamento humorístico acerca deste tema (auto-link) achei que a coisa não tinha pernas para andar, de tão ridícula que era, e é.

 

No entanto, como acontece com mais regularidade do que aquela que gostaria, enganei-me. Lá está, não há limite para a estupidez humana. É um dos meus mantras e mesmo assim, por paradoxal que pareça, um dos que mais dificuldade tenho em interiorizar, nestas coisas mais mundanas.

 

Do princípio....

 

Há quase 1 mês, o deputado João Galamba, na sua conta de Twitter @joaogalamba, faz um tweet.

tweet (1).jpg

Ontem, noticia a Exame informática, que a FEVIP (Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais) emite um comunicado na sequência deste tweet. Eu começaria por dizer que em tempo de reacção, a FEVIP é claramente do tempo da pedra lascada. Até por snail mail a reacção teria sido mais célere. Se calhar tiveram de ir ver o que essa coisa do Twitter ou mesmo das Internetes.

 

E estes senhores da FEVIP comunicaram que achavam mal que um deputado pedisse um link, em público (presumo que em privado já não houvesse qualquer problema, são, portanto apologistas e adeptos das virtudes públicas e dos vícios privados), demonstrando uma "... falta de respeito que o senhor deputado tem pela propriedade intelectual e para com os setores que representam mais de 2% do PIB e cujos atores económicos ajudam na empregabilidade e desenvolvimento da economia do próprio país".

 

Hoje chegam uns primos da FEVIT, a ACAPOR (Associação do Comércio Audiovisual de Obras Culturais e de Entretenimento de Portugal), que também emite um comunicado. E escala o tom. Pede, numa carta (aberta, claro) que o deputado renuncie ao mandato, manifestando "... o seu profundo desagrado com o comportamento do Sr. Deputado na rede social Twitter, em concreto com o seu pedido à comunidade que lhe facultasse um link com a transmissão não autorizada do jogo entre o FC Porto e o Sporting CP."

 

Há mais primos nesta família, e, ou muito me engano, ou eles aí aparecerão, a seu tempo. É o que dá, os casamentos consanguíneos. Tem pai que é primo.

 

Esclareçamos primeiro as coisas do ponto de vista do enunciado, e sejamos rigorosos ao detalhe.

 

Nada, no tweet de João Galamba, indica que esteja a ser pedido um link para uma transmissão ilegal. É pedido um link. Se os senhores primos assumem à partida que se trata de um pedido para um link ilegal (que é coisa que não existe - já lá vamos), isso diz mais de quem assume e presume tal coisa do que sobre quem faz o pedido original.

 

Há transmissões de jogos autorizadas e algumas até oficiais, como os primos deveriam saber, se fizessem bem o seu trabalho de comércio e promoção de obras audiovisuais. E se fizessem o seu trabalho de forma excelente, mais transmissões desse tipo haveria.

 

Do ponto de vista formal, da legalidade da coisa, há outro detalhe importante. Quando é transmitido, sem autorização, um qualquer evento, quem está a cometer a ilegalidade, não é quem consome, mas sim quem transmite. Os primos sabem disto, mas para mandarem ondas de choque para a comunicação social (que come e cala) chega-lhes a ignorância alastrada.

 

Quando estamos a ver um jogo de futebol num café, ou num centro comercial, vamos pedir aos responsáveis pelo espaço que nos mostrem o documento que os autoriza a fazer a transmissão? Não. Sentamo-nos e olhamos para o ecrã. Se a transmissão é ilegal, quem está a ver, não está a cometer qualquer crime, quem está a cometer o crime é quem assegura a transmissão.

 

E gosto muito de ver, aqueles que odeiam João Galamba (seja lá qual for o motivo, não é relevante), a caírem que nem patinhos, e a deixarem-se manipular (e a tentar manipular terceiros, através ou da sua ignorância ou do seu dolo), e cair na esparrela de alardear a sua ignorância, aproveitando a boleia dos primos, para ataques ao deputado.

 

Odeiem o deputado, mas por favor, sejam mais discretos acerca da vossa monumental ignorância. Assim toda a gente fica a saber que os vossos pais são primos (e que não correu bem).

 

Santa pachorra.

Publicidade difícil (a julgar pelas tentativas goradas).

Jonasnuts, 11.06.12

Eu passo todos os dias na Fontes Pereira de Melo. Várias vezes. De carro, a pé, para cima e para baixo.

 

Portanto, sou exposta (ou é-me exposta) publicidade afixada, amiúde.

 

Há um edifício abandonado (enfim, pelo menos é esse o aspecto que tem), cuja fachada tem sido palco de vários desastres publicitários. Falei do primeiro aqui. Neste caso de há quase 1 ano, o problema devia-se ao facto dos criativos (e dos produtores e dos accounts e dos clientes) não terem pensado um bocadinho, nem visitado o local onde iam expor um anúncio com largos metros de altura e comprimento. E a coisa manteve-se durante meses.

 

Foi com alegria que há uns tempos vi desaparecer o (aparente) erro de ortografia que me incomodava várias vezes ao dia.

 

Depois de uns tempos com uma tela branca..... linda...... de repente uma nova campanha. E mais uma vez, os senhores publicitários (mais o departamento de marketing do cliente ou lá quem é que raio aprova aquelas coisas) erraram. E desta vez nem sequer era preciso terem pensado...... bastava que tivessem visitado o local (ou pedido fotos, que era o que eu fazia nos meus tempos de publicitária).

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É a chamada publicidade verde ou ecológica, em que a importância da árvore, simbolizando a mãe Natureza, adquire uma importância e um protagonismo enormes, face à importância da mensagem que o anúncio pretende transmitir.

 

E, neste caso, a coisa era de simples resolução.

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Simples, não?

Não tem de quê.