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Jonasnuts

Jonasnuts

Caro Governador Civil de Lisboa

Jonasnuts, 08.01.10

Não nos conhecemos, mas decidi ler a entrevista que deu à última Visão, provavelmente porque o enfoque era dado, nos títulos e imagens que acompanhavam a entrevista, em temas que me interessam, Facebook, redes sociais enquanto ferramentas de trabalho, etc.

 

Devo desde já esclarecer que não sou uma crente em tudo o que leio e sei, por experiência própria, o quão deturpadas podem ser afirmações que fazemos, quando as lemos mais tarde impressas em qualquer jornal ou revista.

 

Não dou, por isso, demasiada importância ao que leio, principalmente se for escrito na comunicação social tradicional. Assumo-me como descrente, além de que a minha opinião vale o que vale, que é pouco ou quase nada. A minha opinião tem apenas a enorme vantagem de ser a minha, o que apenas me beneficia a mim.

 

Li no entanto algo que, não sendo novidade quando dita pelos novos adeptos das novas tecnologias, suscita habitualmente em mim um levantar de sobrancelha, a saber:

"Para ele, o envolvimento de um político nas redes sociais permite, em muitos casos, antecipar situações, perceber quais as opiniões dominantes. "Às vezes até dá para saber quais vão ser os assuntos em destaque no dia a seguir", diz".

 

É verdade, mas apenas parcial, e pode ser uma falácia.

 

Senão vejamos, não é a maioria dos portugueses que tem acesso à Internet, portanto, a opinião dominante não pode ser recolhida, a não ser por extrapolação que, como se sabe, tem muitos perigos, é uma espécie de generalização teoricamente científica e, como se costuma dizer, as generalizações são perigosas.

 

Notemos ainda que, os que têm acesso à Inernet são pessoas com um maior poder de compra (embora esta tendência esteja a ser absorvida pela massificação) e que pertencem a uma classe social que não é, infelizmente, a da maioria dos portugueses. Novamente, opiniões dominantes por extrapolação.

 

Não esquecer que, para além de tudo, dos que estão online, será uma imensa minoria, aquela que emite opinião relevante ou que ultrapasse o domínio exclusivamente pessoal. A sério. A grande maioria dos Blogs, não são dos políticos, ou de intervenção social, ou de opinião. Se quiser aprofundar esta minha última afirmação, é ver uma coisa que escrevi há uns tempos.

 

Portanto, quem anda online não é a maioria, é uma minoria privilegiada, a maior parte não produz conteúdo e, não esquecer que no meio de tão pouca gente, meia dúzia de intervenientes podem fazer a diferença. É por causa disto que parte da sua afirmação é verdadeira, dá de facto para saber "quais vão ser os assuntos em destaque no dia a seguir" mas apenas porque as redes sociais e blogosféricas são muitíssimo frequentadas por jornalistas (e ainda bem, se quer mais uma opinião minha).

 

E, por último, além de tudo o que já referi antes, convenhamos que, para seguir um político no Facebook é preciso que esteja interessado no que essa pessoa possa ter para dizer e, como sabemos, a grande maioria dos portugueses não se interessa pelo que os políticos têm para dizer (não vale contar com  o número de participantes nos Fórum da TSF que são especialistas em fazer um enorme número de vozes diferentes. Parecem muitos, mas são poucochinhos).

 

Isto já está muito comprido, mas está quase a terminar e assim como assim ninguém leu até aqui.

 

Eu percebo o sentimento de deslumbre com a aparente proximidade que as "novas" tecnologias proporcionam, a sério que percebo, melhor do que gostaria. É extraordinário o potencial enquanto ferramenta de comunicação. Mas há que atingir um ponto de equilíbrio e, sobretudo, não nos deixarmos cair no logro de que estamos todos ligados, e que as pessoas que nos seguem e que nós seguimos representam um todo.

 

É um abismo onde se cai, e de onde se pode demorar algum tempo a sair.

 

Para um conhecimento mais profundo do que, de facto, pensa a maioria, é comprar os jornais desportivos, lê-los num café, de preferência um estabelecimento que tenha uma televisão sintonizada num noticiário da TVI ou nas tarde da Júlia, e estar de ouvido atento aos comentários e às notícias que prendem a atenção das pessoas. Aí sim, vai sentir o pulsar da nação.

Parece que afinal os espanhóis estão lixados, com f de cama.

Jonasnuts, 05.01.10

Aqui há uns tempos falei dos espanhóis, e do movimento que se criou contra uma lei que o governo espanhol pretendia aprovar.

 

Acho que é uma questão de tempo até nos debatermos, por cá, com este tipo de problema. Aliás, já começaram a ser dados os primeiros sinais, com a porcaria da lei dos links (mais sobre este tema um dia destes).

 

Na altura regozijei-me (ena)  com o facto dum movimento de cidadãos ter conseguido parar uma tentativa de legislar que era (e é) idiota, e que ia (vai) contra os direitos básicos de muitos para defender os interesses de poucos (mas grandes).

 

Parece que me precipitei. O governo espanhol pareceu ter na altura travado a coisa, mas, qual operação de maquilhagem, regressa com uma "nova" proposta que não muda absolutamente nada, e, ao que parece, prepara-se para aprová-la.

 

Mais informação na notícia do El País e no site do Enrique Dans.

O local de trabalho tornou-se ubíquo

Jonasnuts, 20.12.09

É algo que já sinto (e digo) há muito tempo, mas que o James Tuner define e explica bem melhor que eu.

 

Num artigo em que elege, tecnologicamente falando, o melhor e o pior da década que acaba daqui a uns dias, ele termina desta forma:

 

"

The Workplace Becomes Ubiquitous: What's the first thing you do when you get home at night? Check your work email? Or maybe you got a call before you even got home. The dark side of all that bandwidth and mobile technology we enjoy today is that you can never truly escape being available, at least until the last bar drops off your phone (or you shut the darn thing off!)

The line between the workplace and the rest of your life is rapidly disappearing. When you add in overseas outsourcing, you may find yourself responding to an email at 11 at night from your team in Bangalore. Work and leisure is blurring together into a gray mélange of existence. "Do you live to work, or work to live," is becoming a meaningless question, because there's no difference.".


E isto é tão verdade. Mais verdade ainda quando fazemos aquilo de que gostamos. E se por um lado é uma conquista, esta ubiquidade, por outro lado é um enorme peso.

Passarola voadora

Jonasnuts, 03.12.09

 

Esta passarola é da autoria de Eneko, e foi feita no âmbito da campanha que alguns lustres espanhóis levaram a cabo no sentido de combater um projecto-lei idiota que tentaram aprovar do lado de lá da fronteira, e que acabará por cá chegar, mais tarde ou mais cedo. Fica aqui neste post para enquadramento, e hei-de pô-la algures no template.

 

Chamem-lhe protesto precoce. Ando cá há demasiados anos para achar que não nos tocará, mais tarde ou mais cedo. Vou já protestando.

Precisamos de tenerlos, de preferência no sítio

Jonasnuts, 03.12.09

Quando cá chegar (e vai chegar, não se iludam), espero que tenhamos os mesmo tomates que tiveram os Espanhóis.

 

Podem começar já a traduzir a petição, e a adaptá-la à lei portuguesa. É uma questão de tempo. Os primeiros passos já foram dados, e se nos distraímos, fazem a coisa pela calada.

 

Porque, como diz a Rititi, "hay que tenerlos", de preferência no sítio.