Na vanguarda do atraso
Obviamente. Qualquer pessoa com dois dedos de testa perceberia que esta proposta era indefensável.
Portugal tem andado, ultimamente, na vanguarda do atraso, no que a direitos digitais diz respeito.
O que é estranho, porque, publicamente, temos um Governo que parece acarinhar esta indústria.
Olhe-se para a Websummit e para o dinheiro que se investiu (reparem, não digo "gastou" digo "investiu"), mais as operações públicas de charme com a presença de vários elementos do governo e, até, do Primeiro-Ministro.
Olhe-se também para o aproveitamento que tem sido feito do Brexit, e da piscadela de olho que Portugal tem feito a muitas tecnológicas que estão à procura de alternativas.
Reparem, acho isto muito bem. O problema é que não podem querer sol na eira e chuva no nabal.
Não podem querer atrair esta malta e depois aprovar (ou recomendar) leis que são contrárias à indústria.
Não podem querer ser uma coisa em público e outra em privado.
O que me leva à questão......... quem é que aconselha o Governo nesta matéria?
Porque é que o Ministro da Cultura, quem é quem leva estes temas do direito de autor, está tão inflexível numa posição tão obsoleta? Quem é que o senhor Ministro anda a ouvir?
E porque é que isto é tudo feito sem um debate público? Este é o tipo de matéria que não se resolve com conversetas de damage control feitas por sms.
Não havendo responsáveis por aconselhar o Governo em matéria de estratégia digital, não haverá ninguém responsável por aconselhar o Governo em matéria estratégia política?
É que estes são temas em que o activismo é muito e de rápida propagação. Estes são temas que custam votos.
O direito de autor não é sexy e há sempre a alternativa do choradinho do "coitadinhos dos artistas", mas a censura é, lamentavelmente, muito sexy. A falta de respeito pelas liberdades civis, é muito sexy.
E meia dúzia de activistas com poder de influência são facilmente instrumentalizados e amplificados por uma oposição interessada em roubar votos.
Just sayin'