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Jonasnuts

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Viver noutra época

Jonasnuts, 13.12.09

É frequente ouvir dizer a outras pessoas, que gostariam de viver noutras épocas. É compreensível que épocas que nos marcaram duma forma ou doutra nos pareçam mais apetecíveis do que aquela em que vivemos.

 

Sejam os anos 60, seja a Revolução Francesa, ou a Revolução Industrial, ou a Idade Média, enfim....já ouvi de tudo. Eu própria já fiz esse exercício, com os anos 60 (década em que nasci) a terem um brilho especial.

 

No entanto, este post, serve para dizer que gosto muito desta época em que vivo, e que dou graças por ter nascido aqui e agora, no exacto momento em que estou.

 

Se não for por mais nada, porque é muito cómodo viver nesta época.

 

Disclaimer: Post escrito sob o efeito de ausência de esquentador há 5 dias (e pelo andar da carruagem, ainda não é amanhã).

Escolha difícil

Jonasnuts, 10.12.09

É algo com que me deparo TODOS os dias, logo pela manhã, na carneirada de trânsito que segue na direcção de Lisboa.

 

E escolha eu o que escolher, nunca fico satisfeita com a escolha.

 

É melhor encaixar-me na categoria dos tansos, ou na categoria dos chico espertos?

 

Não gosto de chico espertos. Os palermas que acham que sabem mais do que os outros, e que pensam que são mais importantes, ou que a pressa deles é mais urgente que a minha.

 

Por outro lado, irrita-me pelo menos o mesmo, o gajo (ou a gaja) que deixa passar os chico espertos.

 

É uma verdade universal que só há chicos espertos porque há outros tantos tansos a facilitar-lhes a vida (ou, pelo menos, a não a dificultar).

 

Eu não sou nem tansa, nem chica esperta. O problema é que não há uma fila de trânsito alternativa para as pessoas como eu. Se me ponho na fila dos tansos, não deixo entrar chico espertos, mas irritam-me os chico espertos que entram à frente dos tansos atrás de quem eu vou e que, coitados, por mais luzes ou apitadelas, continuam a ser verdadeiras madres teresas e a deixar entrar os chicos espertos. Nem percebem a que é que se devem os sinais de luzes (a senhora está com um problema nos faróis, já ouvi a um - e estava a ser sincero).

 

Ser chica esperta é fácil, mas colide com a minha maneira de pensar, e colide com o que quero ensinar ao meu filho, que vai ao meu lado no carro, no que concerne ao respeito pelos outros.

 

Mas é uma decisão difícil, ensino o puto a ser um tanso ou a ser um chico esperto?

Ficar calada

Jonasnuts, 09.12.09

Não gosto de ficar calada, aliás, quem me rodeia sabe que, pelo contrário, se há defeito que eu tenha, é o de ser demasiado opinativa. É um desastre, tenho sempre opinião e falo pelos cotovelos.

 

Não tem acontecido muitas vezes, ao longo da minha vida, ter de me calar. Ultimamente tem acontecido mais. Não é uma situação em que goste de me encontrar.

 

Mas às vezes as circunstâncias obrigam a isso. Seja porque falar de um tema seria dar demasiada relevância a alguém (ou algo) que a não tem (ou não a merece), seja porque iria ferir susceptibilidades a eventuais futuros parceiros (profissionais), seja por questões éticas (ou acham que a ética é só dever dos médicos e dos advogados?), ou por mera boa educação, às vezes calo-me.

 

E, precisamente por me encontrar tão poucas vezes nesta situação, tenho dificuldade em geri-la. Calo-me, é um facto, mas fico parecida com uma panela de pressão, e não há vernáculo que me ajude.

 

É mais ou menos como me sinto, neste momento, sob pressão, mas caladinha.

 

Acho que vou ali ao Ikea comprar mais um Kulla, para ver se deixo sair o vapor enquanto insulto o designer daquilo. Pode ser que ajude. É isso e fazer um disclaimer residente, neste Blog.

O difícil não é estar online

Jonasnuts, 08.12.09

Cada vez mais se fala em identidade digital, e em gestão de identidade digital, e até conheço algumas pessoas que delegam em consultores "especializados" a gestão dessa identidade, permitindo-lhes que publiquem conteúdos em nome dessa gestão.

 

É um erro, claro.

 

As ferramentas de publicação são cada vez mais fáceis de usar. Facilita-se a questão a técnica, mas não a questão ética. Há uns anos ouvia-se falar de netiquette, hoje, nem por isso. E a netiquette nem era por aí além; não usar maiúsculas, não divulgar dados pessoais (próprios e de terceiros) em público, não enviar mails sem subject, não publicar fotos de terceiros sem autorização, não publicar correspondência, enfim, basicamente coisas do bom senso.

 

Mas hoje em dia, temos as ferramentas, mas não temos as instruções. Eu nunca tive instruções, mas hey, há uns anos, errar não era muito grave, a audiência era pequena, e andava tudo a apalpar terreno. Hoje, uma foto carregada, um post publicado, um sms enviado e já está, lá fora, longe do nosso alcance.

 

É fácil ter uma identidade online. Difícil mesmo, é deixar de tê-la. Não conseguimos apagar o que publicamos. E se nos enganamos, estamos lixados com f de cama. Não vale a pena apagar a conta do Twitter, o que escrevemos está lá, na timeline de quem nos segue ou na timeline de quem segue a hashtag.

 

Bem sei que o que acabo de escrever é elementar e básico, mas há muita gente que não sabe e acha que isto tem um botão de rebobinar que permite voltar atrás. Não tem.

 

Quanto aos adultos, que se lixem, não tenho muita pena, pensassem um bocadinho, mas às crianças e jovens é essencial passar a mensagem. Eles que nasceram rodeados de botões que eu só via no espaço 1999, estão habituado às questões técnicas, e não vejo ninguém a ensinar-lhes a ética, quanto mais não seja, como forma de auto preservação.

 

Ensiná-los a respeitar a privacidade (a própria e a de terceiros), ensiná-los a usar a Internet responsavelmente, ensiná-los a pensarem pela própria cabeça e ensinar-lhes que isto não tem marcha atrás.