Ficar calada
Não gosto de ficar calada, aliás, quem me rodeia sabe que, pelo contrário, se há defeito que eu tenha, é o de ser demasiado opinativa. É um desastre, tenho sempre opinião e falo pelos cotovelos.
Não tem acontecido muitas vezes, ao longo da minha vida, ter de me calar. Ultimamente tem acontecido mais. Não é uma situação em que goste de me encontrar.
Mas às vezes as circunstâncias obrigam a isso. Seja porque falar de um tema seria dar demasiada relevância a alguém (ou algo) que a não tem (ou não a merece), seja porque iria ferir susceptibilidades a eventuais futuros parceiros (profissionais), seja por questões éticas (ou acham que a ética é só dever dos médicos e dos advogados?), ou por mera boa educação, às vezes calo-me.
E, precisamente por me encontrar tão poucas vezes nesta situação, tenho dificuldade em geri-la. Calo-me, é um facto, mas fico parecida com uma panela de pressão, e não há vernáculo que me ajude.
É mais ou menos como me sinto, neste momento, sob pressão, mas caladinha.
Acho que vou ali ao Ikea comprar mais um Kulla, para ver se deixo sair o vapor enquanto insulto o designer daquilo. Pode ser que ajude. É isso e fazer um disclaimer residente, neste Blog.