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Jonasnuts

Jonasnuts

Personal trainer, procura-se, enfim, mais ou menos

Jonasnuts, 22.11.20

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Com tanto personal trainer por aí, esta agora vai escrever um post à procura de um personal trainer?

 

Nim.

 

Porque eu não quero uma pessoa que, depois de conhecer os meus objetivos, me diga que exercícios devo fazer, e me acompanhe nesse processo, corrigindo-me as posições. Já tive disso. Não adorei a experiência. Odeio fazer exercício com pessoas a olhar para mim.

 

Eu quero muito mais que isso, acho até que quero algo que não existe.

Eu quero alguém que olhe para mim, para a minha compleição, para o meu estilo de vida, hábitos alimentares, etc..., e me oiça sobre o que quero em termos de saúde,  em termos atléticos e estéticos, e debata comigo, que contribua para a identificação de objetivos exequíveis e respetivos prazos.

Alguém que saiba que quero remar e que me ajude a treinar para conseguir remar melhor enquanto, de caminho, me explique o que devo fazer para gerir as epicondilites. Alguém que me diga para tirar o cavalinho da chuva nas coisas em que for para tirar o cavalinho da chuva, e que me diga quais são os cavalinhos que posso e devo pôr à chuva. Alguém que vá comigo ao ginásio que frequento e me desenhe planos de treino que vão ao encontro dos meus objetivos e que eu possa fazer naquelas máquinas. Eu, específicos para mim. De preferência, de que eu goste. 

Alguém que perceba que eu gosto de dar chutos no saco de box (herança dos anos de karaté), e me desenhe um esquema que integre este tipo de exercício, por exemplo. Alguém que perceba que as minhas articulações são uma bosta e que impactos não são uma boa escolha (corrida é uma impossibilidade, para os meus joelhos de cocó).

 

Alguém que veja se preciso de suplementação (preciso) e possa fazer recomendações (eu depois cruzo com o as recomendações da minha nutricionista).

 

E me explique quais são os prazos mais razoáveis para alcançar esses objetivos e me ajude a identificar pontos intermédios. Reparem, eu quero que me expliquem, não quero que me digam. Eu sou uma freguesa que dá trabalho. Preciso de perceber as coisas.

 

E depois me desampare a loja durante 2 meses. 

Voltamos a encontrar-nos, avaliamos progressos, corrigimos, limamos arestas, e fico novamente por minha conta. De dois em 2 meses. Ou de 3 em três.

Este tipo de acompanhamento existe? Alguém tem uma pessoa assim? 


Porque isto é mais do quem um PT, não é? É assim, um bocadinho de tudo, PT, fisiatra, especialista em medicina desportiva, preparador físico, fisioterapeuta, nutricionista, e creio que algumas coisas mais.

Todas as pessoas com quem tenho falado, na minha procura por algo deste género, são ótimas, e bem intencionadas, mas só tratam do rame-rame, e querem muito tirar medidas e pesar e coiso e tal, e sugerem-me esquemas que já têm na sacola, iguais para toda a gente e, para isso, faço eu, que até agora tem estado a funcionar lindamente.

Alguém sabe do que falo? 

Alguém tem alguém assim?

Isto existe?

I'm on a mission :)

Já está tudo mais calmo com a cena da oferta das flores?

Jonasnuts, 15.03.10

Fixe. Então agora que está tudo animado mas por outras razões, acho que já posso contar aqui uma história com quase 10 anos. É verídica e eu sei, porque aconteceu comigo.

 

Há mais ou menos 10 anos, farta de estar a trabalhar onde estava a trabalhar, decidi mudar de trabalho. Queria manter-me na mesma área e, há 10 anos, tal como agora, só há único sítio de jeito para trabalhar naquilo de que gosto, o SAPO.

 

Não conhecia ninguém no SAPO. Enviei um mail, uma auto candidatura. Uma carta de apresentação informal, o meu CV e o endereço que usei era o geral do SAPO.

 

Sabendo o que sei hoje, e conhecendo a pessoa que estava responsável por ler os mails que chegavam à caixa de correio, sei que foi um milagre o mail ter sido visto, lido, respondido e que tenha sido marcada uma reunião.

 

Lá fui eu, mais compostinha que o habitual e com um dilema na alma. Os CVs requerem que explicitemos o estado civil, e sim senhor, lá estava o meu estado civil, solteirinha da silva.

 

No entanto, eu tenho um filho, e já na altura o tinha, e é a minha prioridade, e já na altura era. Eu queria que os senhores soubessem que eu tinha um filho e, no momento em que ele precisasse de mim, fosse qual fosse a hora, eu largava tudo e ia. No matter what.

 

Achei que era justo explicar a um potencial empregador com o que é que poderia contar, de mim. Camisola vestida, dar o litro, trabalhar fora de horas mas, a prioridade é o puto.

 

E assim foi, depois duma entrevista que foi mais uma conversa informal do que outra coisa, cheguei ali à fase dos finalmentes e disse-lhes isso mesmo. Meus senhores, está aí que sou solteira, e é verdade, mas tenho um filho, e a minha prioridade é o meu filho, se ele disser "ai", eu vou. Era um risco, mas preferi corrê-lo do que enganar os gajos.

 

Fui contratada na hora. Tipo, 5 segundos depois de ter dito aquilo. Anos mais tarde, a pessoa que tomou a decisão de me contratar disse-me "Jonas, eu tinha poucas dúvidas, mas aquela tua tirada tirou-me as poucas dúvidas que eu tinha, de que eras a pessoa certa".

 

 

Ah, mas isso é a excepção na PT, e o gajo que te contratou já deve ter saído ou não manda nada. Não sei se é a excepção, mas o gajo que me contratou é administrador com presença na Comissão Executiva.

 

Embrulha.

Slogans

Jonasnuts, 12.03.08
Nestes dois últimos dias estive num projecto da PT, para a qual fui convidada na qualidade de Blogueira (e não como trabalhadora da PT), que tem como objectivo algo muito louvável. Mudar (para melhor, espera-se) a comunicação da empresa com os seus clientes (ou potenciais clientes). Pegaram então em vários grupos de pessoas, jornalistas, guionistas, professores, clientes, blogueiros, advogados, etc., e propuseram alguns desafios que consistiam em propor novos textos para algumas das comunicações (SMS, mails, cartas, voz, etc.). Tínhamos instruções para pôr tudo em causa, se achássemos que o deveríamos fazer. Foi divertido (e cansativo), e espero que o resultado destes dois dias de trabalho se reflicta, de facto, no aumento da qualidade da comunicação (mais informações aqui).

Um dos desafios passava por criar um slogan, uma frase com que nos pudéssemos despedir do cliente. Cada equipa produziu várias sugestões, umas melhores que outras. Algumas não chegaram à apresentação final e dessas, há duas, minhas, que me parece um desperdício não serem aproveitadas.

Assim, partilho-as convosco, neste meu espaço, já que me parece ser o único cujos critérios editoriais deixam passar tais propostas.

Sem mais delongas, os dois slogans recusados, que nunca verão outra luz que não a deste Blog (os mais novos não perceberão a primeira, os mais velhos não perceberão a segunda):

1 - Assim, se vê, a força da PT 

2 - Mi liga, vai.

É um desperdício, meus senhores, é o que é.