João Abel Manta
Não é de hoje, a admiração que nutro por João Abel Manta. Vem de há muitos anos, de quando ainda não sabia quem ele era, mas já lhe admirava a obra. Mesmo miúda, muitas mensagens conseguiam chegar. Não todas, evidentemente, mas muitas.
Ao longo dos anos, tenho vindo a saber mais coisas, a conhecer mais, a aprofundar. Exposições, artigos, entrevistas (que evito muito, porque cada vez menos quero conhecer os artistas cuja obra me é fundamental - mas nunca desiludiu). E quanto mais conheço, mais gosto, e mais me espanto com o génio, e mais perplexa fico com o relativo desconhecimento dos portugueses, em relação a um dos mais geniais artistas portugueses. Ia dizer "da sua geração", mas ultrapassa largamente essa definição.
Isto tudo a propósito da exposição "Livre", que inaugurou no sábado, no Palácio Anjos, em Algés.
Moro quase ao lado, mas soube da coisa pelo facebook do curador, o Pedro Piedade Marques, de quem sou amiga de Facebook sabe-se lá por que portas e travessas, mas que tem sido o meu farol e barómetro, no que ao trabalho de João Abel Manta diz respeito.
Por isso, soube que na inauguração iria haver uma visita guiada, pelo Pedro Piedade Marques, pelo Jorge Silva e pela Mariana Manta (sem link, porque os que encontrei são pessoais), marquei na agenda e reservei a tarde.
Não me arrependi. Uma visita muito rica, despretensiosa, acessível (tenho sempre imenso receio daquilo a que chamo a intelectualidade aguda, que faz com que algumas visitas se tornem meros exercícios de exibicionismo, que servem muito mal quer o público quer os artistas sobre quem se fala), e é sempre um gosto ouvir falar pessoas que percebem da poda, e se entusiasmam a falar da poda. Aprendi imenso e as mais de duas horas que durou pareceram poucos minutos.
Já tinha levado o puto à de Cascais (adorou), hei-de levá-lo também a esta.
E já tenho marcada uma visita ao Museu de Gouveia, no dia 18 deste mês.
Quem estiver por perto, que espere mais uns dias, que no dia 25 inaugura uma exposição nova, e um mural de homenagem à obra de João Abel Manta.
Quase no fim, mais uma perplexidade. Como é que é possível que não haja um Museu João Abel Manta? Em Lisboa, já agora, que foi a sua cidade (apesar de ser um homem do mundo).
Porque é que não há um espaço fixo, dedicado à divulgação da vida e obra deste genial artista?
Para terminar....... um pedido :-)
Reproduções a preço acessível. Eu consegui arranjar dois cartazes, que tenho na sala, mas não só são reproduções muito ranhosas e impressas num papel que não deve durar muito, como são poucas as coisas que se conseguem encontrar.
Olha...... era a loja do museu :-)