Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Há já muito tempo que critico a presença online de entidades oficiais que estão só por estar. Porque alguém lhes disse que era preciso, mas deixou a conversa a meio e não explicou porquê nem como.
Esta questão sempre me encanitou para todo o online, mas mais particularmente para o Twitter.
Não me refiro a contas passageiras, em momento de campanha, de candidatos que querem chegar a todo o lado e também com eles a conversa ficou a meio. Ninguém lhes explicou o porquê e o como. Mas essas têm utilidade, póstuma, porque podem ser recuperados os tweets de campanha, depois de eleitos, e dá para confrontar o que foi dito com o seu contrário, que é que está a ser feito.
Refiro-me a contas de Twitter de entidades oficiais. Como por exemplo a da Autoridade Tributária, que neste momento é @Aut_Trib_Adua mas que em tempos foi @dgci. Mudou de nome, os erros persistem.
Foi por isso que na semana passada estranhei muito quando recebi uma notificação de que a conta de Twitter do Governo de Portugal tinha passado a seguir-me. Esquisito (enfim, critérios de seguimento censuráveis :).
Fiquei curiosa e segui de volta. Dei o benefício da dúvida.
Esta manhã reparo que o @govpt faz um tweet com o número a contactar, para se obter informações sobre pessoas envolvidas no acidente de trânsito, em França. Pensei, olha..... estes gajos não estão a dormir. Fiz RT e depois fui ver mais coisas que tivessem dito. Podia ter sido uma coisa isolada. Nestas coisas, de tão escaldada, desconfio sempre.
E é quando vou ver que deparo com interactividade. Sim, interactividade. Alguém fez uma pergunta à conta @govpt, e a conta respondeu. Em tempo útil.
Não é montagem, podem ver aqui.
Fiquei muito agradavelmente surpreendida e, claro, tweetei sobre a coisa:
A julgar pelas estatísticas (na meia hora de vida que o meu tweet tem), não fui a única a ficar agradavelmente surpreendida, a gostar, a aplaudir e a querer mais. E isto num feriado, de manhã.
Pois, senhores do governo. Fizeram muito bem. Por um lado. Porque, o que há mais por aí são contas de Twitter de entidades do governo, a precisar que lhes seja dado o mesmo tratamento que estão a dar a esta.
E como já vimos que sabem fazer a coisa bem feita para uma, queremos a coisa bem feita para todas.
Mãos à obra.