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Jonasnuts

Jonasnuts

Como não gostar do Twitter?

Jonasnuts, 06.03.16

Em conversa com um amigo, pergunta ele quando é que o BE cumprirá a promessa eleitoral de rever a lei da cópia privada. Eu, tendo estado ocupada com temas muito mais importantes, nem me tinha apercebido de que revisitar a lei da cópia privada fazia parte do programa eleitoral do BE. Fui ver. Fazia. Acto contínuo, pergunto à Catarina Martins, no Twitter, quando é que o BE pretende revisitar o tema. E a Catarina Martins responde.

 

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Obviamente, isto só funciona se os políticos que estão no Twitter souberem estar no Twitter. A Catarina Martins sabe.

Twitter clímax

Jonasnuts, 29.07.14

Isto dá algum trabalho a explicar.

 

Sou fanzoca de Monty Python. Fui vê-los a Londres no início deste mês.

 

Sigo-os no Twitter, onde o mais activo é o Eric Idle (@ericidle).

 

Sigo também uma conta chamada Historical Pics (@historicalpics).

 

Esta manhã a conta Historic Pics tweeta uma foto de cerca de 1900, com lenhadores. Esta:

 

 

 

Isto obviamente relembra-me isto:

 

 

Não perco tempo e, na hora, faço RT com mention ao Eric Idle.

 

E fui à minha vidinha (reunião).

 

Saio da reunião e olho para o telemóvel, tenho 120 notificações de Twitter. Olá..... o que é isto? Aconteceu alguma coisa ao SAPO? À MEO Cloud? Ao Radar?

 

Fui ver.

 

Não era um ovário.

 

 

 

O gajo fez RT do meu tweet.

 

Isto ainda não parou de apitar (quer dizer, parou porque eu lhe tirei o pio), mas é o chamado Twitter Clímax.

 

 

Galambagate (take 2)

Jonasnuts, 22.11.13

Confesso que quando fiz um pequeno apontamento humorístico acerca deste tema (auto-link) achei que a coisa não tinha pernas para andar, de tão ridícula que era, e é.

 

No entanto, como acontece com mais regularidade do que aquela que gostaria, enganei-me. Lá está, não há limite para a estupidez humana. É um dos meus mantras e mesmo assim, por paradoxal que pareça, um dos que mais dificuldade tenho em interiorizar, nestas coisas mais mundanas.

 

Do princípio....

 

Há quase 1 mês, o deputado João Galamba, na sua conta de Twitter @joaogalamba, faz um tweet.

tweet (1).jpg

Ontem, noticia a Exame informática, que a FEVIP (Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais) emite um comunicado na sequência deste tweet. Eu começaria por dizer que em tempo de reacção, a FEVIP é claramente do tempo da pedra lascada. Até por snail mail a reacção teria sido mais célere. Se calhar tiveram de ir ver o que essa coisa do Twitter ou mesmo das Internetes.

 

E estes senhores da FEVIP comunicaram que achavam mal que um deputado pedisse um link, em público (presumo que em privado já não houvesse qualquer problema, são, portanto apologistas e adeptos das virtudes públicas e dos vícios privados), demonstrando uma "... falta de respeito que o senhor deputado tem pela propriedade intelectual e para com os setores que representam mais de 2% do PIB e cujos atores económicos ajudam na empregabilidade e desenvolvimento da economia do próprio país".

 

Hoje chegam uns primos da FEVIT, a ACAPOR (Associação do Comércio Audiovisual de Obras Culturais e de Entretenimento de Portugal), que também emite um comunicado. E escala o tom. Pede, numa carta (aberta, claro) que o deputado renuncie ao mandato, manifestando "... o seu profundo desagrado com o comportamento do Sr. Deputado na rede social Twitter, em concreto com o seu pedido à comunidade que lhe facultasse um link com a transmissão não autorizada do jogo entre o FC Porto e o Sporting CP."

 

Há mais primos nesta família, e, ou muito me engano, ou eles aí aparecerão, a seu tempo. É o que dá, os casamentos consanguíneos. Tem pai que é primo.

 

Esclareçamos primeiro as coisas do ponto de vista do enunciado, e sejamos rigorosos ao detalhe.

 

Nada, no tweet de João Galamba, indica que esteja a ser pedido um link para uma transmissão ilegal. É pedido um link. Se os senhores primos assumem à partida que se trata de um pedido para um link ilegal (que é coisa que não existe - já lá vamos), isso diz mais de quem assume e presume tal coisa do que sobre quem faz o pedido original.

 

Há transmissões de jogos autorizadas e algumas até oficiais, como os primos deveriam saber, se fizessem bem o seu trabalho de comércio e promoção de obras audiovisuais. E se fizessem o seu trabalho de forma excelente, mais transmissões desse tipo haveria.

 

Do ponto de vista formal, da legalidade da coisa, há outro detalhe importante. Quando é transmitido, sem autorização, um qualquer evento, quem está a cometer a ilegalidade, não é quem consome, mas sim quem transmite. Os primos sabem disto, mas para mandarem ondas de choque para a comunicação social (que come e cala) chega-lhes a ignorância alastrada.

 

Quando estamos a ver um jogo de futebol num café, ou num centro comercial, vamos pedir aos responsáveis pelo espaço que nos mostrem o documento que os autoriza a fazer a transmissão? Não. Sentamo-nos e olhamos para o ecrã. Se a transmissão é ilegal, quem está a ver, não está a cometer qualquer crime, quem está a cometer o crime é quem assegura a transmissão.

 

E gosto muito de ver, aqueles que odeiam João Galamba (seja lá qual for o motivo, não é relevante), a caírem que nem patinhos, e a deixarem-se manipular (e a tentar manipular terceiros, através ou da sua ignorância ou do seu dolo), e cair na esparrela de alardear a sua ignorância, aproveitando a boleia dos primos, para ataques ao deputado.

 

Odeiem o deputado, mas por favor, sejam mais discretos acerca da vossa monumental ignorância. Assim toda a gente fica a saber que os vossos pais são primos (e que não correu bem).

 

Santa pachorra.