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Jonasnuts

Jonasnuts

Codebits

Jonasnuts, 13.11.11

Nos últimos dias andei pelo Codebits.

À semelhança do que acontece há 5 anos por esta altura.  Até já lá passei um aniversário :)

 

Já escrevi em tempos um post sobre o Codebits, para não Geeks, que estando já desactualizado em termos de números, continua actual no que diz respeito ao espírito da coisa.

 

Este ano, decidi registar a geek fashion, e as t-shirts são uma das mais eficazes formas de comunicação geek. Durante os três dias, fui fotografando t-shirts. Pedi autorização a todos os fotografados, e não levei uma única nega. São malta porreira, os geeks.

 

Os Geeks

Jonasnuts, 13.11.10

Nos últimos 3 dias estive mergulhada no Codebits. Por norma, eu já costumo conviver com muitos geeks, mas a verdade é que os 3 dias de Codebits representam uma amostra maior da geekalhada portuguesa, sobretudo aquela que não conheço pessoalmente.

 

Os geeks são malta divertida, e estranha. Enquanto andam a mexer nos bits e nos bytes e têm um computador à frente, a intermediar-lhes o mundo, são uma coisa, mas, de repente, no Codebits, esse intermediário nem sempre os ajuda, uma vez que têm de interagir, uns com os outros e com os outsiders.

 

Eu, como outsider, pude confirmar no Codebits algumas suspeitas, a saber:

 

Os geeks usam várias linguagens para comunicar com o mundo exterior. Não, não me refiro às coisas complicadas como o perl ou o php e demais parafernália. Refiro-me a 3 opções linguísticas típicas dos geeks:

 

1 - As t-shirts. Os geeks escolhem cuidadosamente as mensagens que levam ao peito. Quanto mais enigmática, mais geek é o gajo que a veste (ou mais wannabee, claro, que anda por aí muito para-geek sem saber o que leva escrito na t-shirt).

2 - O corte de cabelo (ou a ausência de corte) pode ser considerado um statement. Podem identificar-se opções linguísticas de programação, escolha de sistema operativo, telemóvel de eleição, olhando apenas para o corte de cabelo.

3 - Dentro do subgrupo dos que não vestem t-shirts há verdadeiros depoimentos feitos através de calças de pinças (ou sem pinças), de losangos nas meias (ou meias brancas), por sapatos (ou ténis), mas este subgrupo é constituído exclusivamente pelo Rui Carmo, por isso quase não conta.

 

Ainda na vertente linguística, há outra característica que os destaca. Sem razão aparente, de vez em quando desatam a falar inglês uns com os outros. Mesmo que todos sejam portugueses e mesmo que o seu inglês não seja grande coisa. Gostam de se exprimir em inglês. É porreiro, sempre fomos um país de comunicadores, aqui fica um link especial para vocês que gostam de falar (e de escrever) em inglês, mesmo quando o fazem para uma audiência maioritariamente portuguesa.

 

Esta é uma característica que me convém. Da próxima vez que eu for a uma conferência de geeks no estrangeiro, vou exigir que me falem em português, para serem hospitaleiros e bem educados.

 

E por último, ainda ao nível da comunicação, os geeks são um bocadinho esquizofrénicos. Eu explico. No twitter e nos mails tratam toda a gente por tu, mandam grandes caralha*** (a minha mãe e o meu filho lêem isto de vez em quando e eu já preenchi a quota de vernáculo desta década), mas depois, no frente a frente, quando ainda ontem no twitter estavam a dizer barbaridades, de repente, olham para o chão, esfregam as mãos, falam depressa e tratam-me por senhora (ou por Joana, mas isso agora não interessa).

 

Posto isto, resta-me dizer que sim, sim senhor, há excepções, mas apenas para confirmar a regra e concluo dizendo que, debaixo desta capa de timidez presencial e de expansionismo virtual, são, habitualmente, gajos porreiros.

 

Gosto de geeks, sempre gostei de geeks em geral, a que não é alheio o facto de trabalhar há muitos anos rodeada de geeks.

Codebits - Onde a tecnologia de ponta impera

Jonasnuts, 06.12.09

Ir ao Codebtis é mergulhar em tecnologia de ponta. As novidades, os protótipos, o ambiente, os geeks, as ideias. Enfim, durante 3 dias, tecnologia é a palavra de ordem. Saímos do Codebits quase em overdose de gadgets, widgets e demais parafernália dos tempos modernos e futuros.

 

Um exemplo, paradigmático, é o momento em que o júri reúne para deliberar (este ano apenas para fazer uns ajustes) e atribuir os prémios de acordo com a votação dos presentes.

 

Gosto da tecnologia de ponta utilizada neste processo :)

 

 

Não se iludam. Parece um vulgar quadro de cortiça com um papel escrito à mão, postits e um marcador, mas na realidade é um quadro digital, e o que é escrito nos postits é enviado por bluetooth para o quadro, onde os nomes dos projectos foram escritos automaticamente à medida que iam sendo ditados. A ilusão de que é cortiça e postits é apenas o sinal do quão avançada é a tecnologia, que pretende assim cativar os mais tradicionalistas. É tudo digital.

Codebits explicado a não geeks

Jonasnuts, 05.12.09

Tenho recebido com frequência a pergunta, olha lá Jonas, afinal que raio é esta coisa do Codebits que anda a poluir a blogosfera e minha timeline do twitter? É uma coisa de geeks, já percebemos, mas consiste exactamente em quê?

 

Assim sendo, aqui fica o meu post pedagógico sobre o Codebits. Uma espécie de Codebits for dummies.

 

O Codebits é um evento organizado pelo SAPO, todos os anos por esta altura, e vai na sua terceira edição.

 

Basicamente é um conjunto de eventos que dura 3 dias, com workshops, quizzes, palestras, jogos (sim, de consolas também), música, exposições e, a cereja da coisa, um concurso de programação em que os convidados podem participar e que tem regras relativamente abertas. Pretende-se reunir o talento geek português (este ano fomos mais longe e abrimos portas a malta de fora), fornecer as condições de trabalho que possibilitem que, durante o período do concurso, possam produzir uma maquete funcional do projecto que decidam levar a concurso. Envolve principalmente programadores, mas não só, também andam por lá muitos designers.  Colocam-se à disposição de todos uma série de ferramentas dos serviços do SAPO, caso os participantes as queiram usar nos seus projectos, mas ninguém é obrigado a usar as coisas do SAPO.

 

Durante 3 dias, recebemos esta malta (nós próprios fazemos parte da malta), alimentamos e, em alguns casos, alojamos (no sentido que podem lá passar a noite, embora não haja camas), tudo à borla.Não há stands de vendas, há parceiros tecnológicos que levam protótipos e instalações experimentais do que andam a fazer e que há-de chegar às vossas mãos daqui a uns tempos valentes.

 

O ambiente é informal, puffs, redes de baloiço, mesas e cadeiras, red bull, coca cola, fruta, leite, M&Ms e coisas do género (não há álcool, embora todos os anos recebamos sugestões nesse sentido :)

 

Na tarde do último dia, procede-se à apresentação dos projectos desenvolvidos durante o concurso. Cada equipa tem uns compridos 90 segundos para fazer a apresentação (sim, noventa segundos, e há quem não demore sequer isso, é uma espécie de apresentação twitteriana, em que a capacidade de síntese tem de existir).

 

No final, há prémios para os projectos vencedores, e os que tiverem pernas para andar até podem receber o apoio do SAPO, se os seus autores quiserem.

 

No fundo, são 3 dias em que os geeks sociabilizam e falam uns com os outros sem ser através de teclados ou touchscreens, e só isso já faria com que o Codebits valesse a pena :)

 

O primeiro foi na Gare Marítima de Alcântara, em 2007, o segundo foi na LX Factory, em 2008, e este ano está a ser na Cordoaria. Todos os anos aumenta o número de participantes. Daqui a uns anos estaremos a ocupar os Jerónimos.

 

É uma espécie de get together, um chá das 5. Só que dura 3 dias, e são, entre organizadores e convidados, cerca de 700 pessoas :)

Mnemónicas

Jonasnuts, 02.12.09

Como, presumo, toda a gente, uso mnemónicas. Pequenas coisas que me ajudam a catalogar tudo na minha base de dados mental. Pessoas, objectos, sítios, localizações, cheiros, enfim, tudo o que houver para escrever nesta base de dados de 2 neurónios (não se esqueçam, eu sou loira), tem uma forma muito própria de ser lida, quando é necessário.

 

Isto sem contar com as coisas que lá são escritas sem que eu dê por isso.

 

Tenho uma memória fabulosa. Mesmo. Uso-a bastante no meu dia-a-dia quer pessoal quer profissional.

 

Enquanto as consultas à base de dados são estruturadas, dentro do caos organizado que são os meus dias, em 99% das vezes, corre tudo bem. No entanto, se as consultas à base de dados são inesperadas, ou em contextos pouco habituais, já há mais espaço para que a coisa corra mal, e as mnemónicas não me sirvam de nada.

 

Esta prosa toda para quê? Para explicar que eu conheço muitas das pessoas que leio pela forma como escrevem, ou pelo avatar, ou pelo que o nick, graficamente, me recorda, e vê-las cara a cara nem sempre despoleta o mecanismo certo, o que pode resultar numa aparente imbecilidade (vá, eu gosto de pensar que é aparente).

 

Assim sendo, se durante o Codebits alguém vier ter comigo e disser "olá Jonas, eu sou fulano", e eu fizer um ar ligeiramente esgazeado e ausente, não atribuam a coisa à limitação intelectual, sejam uns queridos, e fiquem a pensar que eu tenho umas noitadas de trabalho em cima, ou que padeço de excesso de blogosfera (embora não ocorra nenhum dos casos).

 

Notem, não é preciso que não nos conheçamos pessoalmente. Já me aconteceu fazer reuniões com um primo, sem me aperceber (nem ele) que somos familiares (e familiares daqueles que passaram férias de Verão juntos).