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Jonasnuts

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Violação

Jonasnuts, 13.05.11

É ler aqui, aqui e aqui.

 

Tudo mulheres.

 

Sobre o caso do violador que não foi condenado (e chamo-lhe violador porque foi provada a violação, mas também lhe poderia chamar João Villas Boas).

 

Os 3 posts que linko ali em cima resumem mais ou menos tudo o que penso acerca do assunto, resta-me acrescentar uma pequena nota pessoal.

 

Ali por volta do fim do ano, quando aconteceu aquele caso que me colocou nas bocas do mundo (sim, por causa da Ensitel), muitas foram as pessoas que me contactaram (twitter, facebook, mail, sms, telefone). Muitas (mas mesmo muitas) dessas pessoas instavam-me a que deixasse correr o processo (era uma providência cautelar, eu não era perdida nem achada para decidir da continuidade ou não, mas isso agora não interessa para nada). Achavam essas pessoas que NENHUM tribunal me condenaria, porque eu não tinha feito nada de mal.

 

Eu respondia, escaldada, que nestas coisas (como em muitas outras) é tudo uma questão de sorte, e vai-se a ver e calhava-me um juiz justo e eu tinha sorte, ou calhava-me um troglodita e eu tinha azar. Apesar de não estar nas minhas mãos, sempre preferi que a coisa se resolvesse fora dos tribunais. As pessoas com quem troquei opiniões sobre esta matéria não percebiam a minha posição. Quem não deve, não teme, diziam-me. E eu cá para mim, não devo, mas temo. E as pessoas a insistirem, e que se ia fazer história, e eu, à rasca.

 

Como disse aqui há uns posts, as generalizações são perigosas, por isso, desta vez, não caio nas generalizações. Na profissão de juiz há-de haver bons e maus profissionais, até acredito que os primeiros sejam a maioria, mas, lamentavelmente, não sabemos com o que contar, porque é uma questão de sorte. É uma roleta russa. Calha um juiz justo, porreiro, calha um imbecil, está tudo lixado.

 

A justiça não devia ser justa?

 

Devia. Mas não é.

 

Eu tive sorte, não foi preciso que a justiça se metesse no meu caso. 

 

A mulher que foi violada, não teve a mesma sorte, precisou da justiça, e esta, falhou-lhe.

Put your mouth where your shirt is

Jonasnuts, 24.08.10

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Esta foto mostra uma coisa, e uma coisa só. Que eu não tenho jeito para tirar fotos e que a câmara do meu Nokia não é grande coisa. Mas pronto, sempre ilustra a coisa.

 

Dá para ver que tem uma imagem representativa da Justiça, mas invertida. Por baixo, em várias línguas, diz:

 

"Denunciar as injustiças é a única forma de acabar com elas".

 

Comprei-a em Barcelona, este mês.

 

Concordo em absoluto que o que ela diz (de outra forma não a teria comprado, nem usado).

 

Vamos lá ver se faço mais do que usar t-shirts. Usar t-shirts pode ser giro, mas quando é preciso travar lutas e assumir as consequências que daí venham, parece ser mais complicado. Hesita-se. Afinal de contas, usar uma t-shirt é uma forma porreira de fazer afirmações, sem consequências.

 

Eu irei além da t-shirt.

Abertura do ano judicial

Jonasnuts, 27.01.10

Foi hoje, ao que parece, a cerimónia de abertura do ano judicial. Meteu pompa, circunstância, discursos de pessoas importantes, direito a tempo de antena nos jornais, telejornais, rádio jornais e mais que mais.

 

Coisa de monta, portanto.

 

Muitas declarações sobre o estado da justiça, e sobre a lentidão, e sobre a recuperação da credibilidade e da confiança.

 

Epá, tudo lindo e do melhor.

 

Mas, para o ano, recomendo que façam a coisa de forma mais discreta. Não dêem tanto nas vistas.

 

É que virem falar dos atrasos da justiça, e da pobreza da justiça, e da injustiça da justiça, quando abrem o ano judicial quase no final do primeiro mês do ano, a mim, que dei início à coisa no dia 2, parece-me insultuoso.

 

Muito agradecida.