Não é de agora, a minha preocupação sobre questões relacionadas com a privacidade. Por sinal, é uma preocupação que tem crescido gradualmente, não só por ver as constantes agressões ao direito à privacidade (em nome de tudo e um par de botas) mas, sobretudo, por ver a falta de interesse das pessoas em relação a esta ameaça.
Há relativamente pouco tempo, tive acesso a um estudo de mercado (focus group) feito em Portugal (e não apenas em Lisboa), a meio deste ano, que numa determinada parte, questionava as pessoas (homens e mulheres) sobre estas coisas da privacidade. Em todas as faixas etárias o desinteresse e a falta de preocupação foram totais. As pessoas não se importam. A atitude "vejam tudo o que quiserem" é transversal e apenas muito ligeiramente contrariada (mas muito ligeiramente mesmo) na faixa etária dos +45 anos.
Desde o "quem não deve não teme", até ao "não sou importante/interessante o suficiente para merecer a atenção de quem quer que seja", passando pelo "somos animais sociais, temos de abdicar da nossa privacidade, em função desse chamamento maior que é o da comunicação". Tudo errado. E tudo mentira, por sinal. Dizem, mas não fazem.
Não sou fã absoluta do Glenn Greenwald. Creio que neste momento ele cavalga na onda Snowden para a qual contribuiu enquanto jornalista, mas que já ultrapassou em muito esse âmbito. Nada contra, apenas não acredito que haja aqui motivações exclusivamente altruístas.
Mas é muito interessante o que ele diz numa Ted Talk dedicada precisamente a estas questões da privacidade. Básico, mas interessante.
É ver.