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Jonasnuts

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O segredo mais bem guardado dos anos 80

Jonasnuts, 26.07.12

Qualquer miúda adolescente durante os anos 80 (pelo menos em Lisboa) andava com inúmeras pulseirinhas coloridas nos braços. Não se encontravam à venda nas lojas, mas havia algumas especialistas que as sabiam fazer. Não partilhavam o conhecimento, mas ofereciam pulseirinhas às meninas do seu grupo.

 

Não sei muito bem como é que adquiri o conhecimento propriamente dito, mas fartei-me de fazer pulseirinhas em linha, e não me esqueci da coisa. Ontem, ao telefone com a minha irmã que tem mais onde aplicar os seus neurónios do que em reter informação supérflua, ela diz-me que acha que as pulseirinhas de linha seriam uma boa para a T. A T é filha da minha irmã e, portanto, a sobrinha mais linda do mundo.

 

Então... puxei pela memória e pelo material necessário, e aqui fica um tutorial daquele que foi um dos segredos mais bem guardados dos anos 80 :)

 

Para fazer uma pulseira de linha é preciso, pasmem, linha. Não precisa de ser linha especial de bordar, linhas normais de coser servem lindamente, e eu nunca usei outras (a caixa de costura da minha avó Zita levava uns rombos valentes).

 

Normalmente, cada pulseira tem 3 cores (portanto, 3 carrinhos de linhas), mas, usem tantas cores quantas quiserem (quanto mais cores, mais trabalhoso e mais demorado). Uma tesoura (que nem sequer é essencial), e um alfinete-de-ama.

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A primeira operação será criar as linhas com que vamos trabalhar. 3 linhas para cada cor, cada linha é constituída por 2 fios.

 

Pegamos no primeiro carrinho de linhas, e começamos a desenrolar, o tamanho da linha dependerá do tamanho final que se queira para a pulseira, mas se contarmos com cerca de 40cm (2 palmos adultos), dá nas calmas para uma pulseira de criança ou de mulher com pulsos finos.

 

Portanto, a primeira operação será a de construção das linhas, cada uma com 2 fios. Para cada cor. No caso, 3 linhas verdes (6 fios), 3 linhas azuis (6 fios) e 3 linhas cor-de-rosa (6 fios).

Desembaraçamos tudo, e damos um nó numa das extremidades.

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A seguir, um truque e a razão de ser do alfinete-de-ama. A ponta da pulseira tem de estar presa a algum lado. Há a técnica de pedir a uma amiga "segura aí nisso", mas para quem não tem uma amiga ali ao lado, há que puxar pela cabeça. Alfinete-de-ama é quase a mesma coisa. Prendemos o nó que fizemos ao joelho das calças de ganga que vestimos propositadamente para o efeito, usando o alfinete-de-ama.

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A seguir, separamos as cores umas das outras e fazemos uma trança normalíssima. 3 cm de trança chega e sobra (3 dedos). No final, outro nó.

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E agora começa o trabalho propriamente dito. Escolhemos qual a ordem pela qual queremos que as cores fiquem. Neste caso, primeiro o verde, depois o azul e por último o rosa.

 

Separamos cada linha (portanto, cada conjunto de dois fios) pela ordem correcta. 3 conjuntos verdes, 3 conjuntos azuis e 3 conjuntos rosa.

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A primeira fila é a mais complicada e ao princípio fica sempre meio esquisita, mas com prática fica cada vez mais perfeita. O que se vai passar é que vamos pegar na primeira linha e fazê-la correr todas as restantes, dando, a cada uma, dois nós. Portanto, a primeira linha da fila (a 1ª do lado esquerdo), vai dar dois nós na linha do lado, e depois dois nós na linha do lado, e depois dois nós na linha do lado, and so on, and so on, até não haver mais linhas para dar nós e a primeira linha se transformar em última. Assim, fica concluída a primeira carreira da pulseira, neste caso, a verde. Voltamos ao início, e pegamos na nova primeira linha, que é a primeira da fila, e repetimos o processo de 2 nós em cada linha até ao final, e repetimos o processo até termos uma pulseira.

 

Cada carreira tem 16 nós. Cada risca tem 3 carreiras. Esta pulseira tem 27 riscas. Significa que foram dados 1296 nós :) (sem contar com os nós das tranças :)

 

No final, damos um nó, fazemos uma trança, damos outro nós, aparamos as pontas e está feito.

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E aqui está, uma pulseira de linha.

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Pode fazer-se uma pulseira mais grossa. Esta é para a minha sobrinha, portanto, tem o tamanho ideal para ela. Para fazer a pulseira mais grossa, basta aumentar o número de linhas por cor. Portanto, em vez de 3 conjuntos por cada cor, 4 ou 5 conjuntos de linha, para cada cor. As variações são inúmeras. Recomendo que, para quem está a começar agora, comecem por esta, que é a mais simples e menos trabalhosa, e depois, ponham a imaginação a trabalhar, e inventem :) A técnica não é difícil.

 

Porque isto com fotos e com texto pode parecer mais difícil do que realmente é, fiz um vídeo, que mostra exactamente como é que se processa a coisa. Não façam caso da voz, que não é a minha, é da senhora que aparece a falar por cima de mim sempre que há alguma coisa a gravar o que eu digo.

Os meus agradecimentos ao operador de câmara que tive de cravar porque as minhas mãos estavam ocupadas com as linhas :) Fez um excelente trabalho.

 

Dúvidas, questões, dicas, sugestões e acrescentos...... é usar os comentários :)


O poder dos sobrinhos

Jonasnuts, 21.05.10

Ultimamente tenho falado muito de sobrinhos.

 

Tenho falado dos sobrinhos bons, os meus, mas neste caso em específico vou falar doutro tipo de sobrinhos.

 

É aflitiva a forma pouco profissional e ignorante como certos "especialistas" aconselham os seus clientes no que aos novos meios de comunicação diz respeito. E a isto, quero juntar o conceito do "giro". Este é um post que ando para fazer há algum tempo, mas tem andado emperrado, claramente à espera da conjugação dos astros, parece que estão alinhados hoje.

 

E alinharam-se graças à Mitsubishi, com a ajuda da Sarrafada.

 

 

Quanto dinheiro foi gasto nesta campanha? Não sei, mas sei que os outdoors não são baratos.

 

Quem é que propôs esta campanha ao Cliente?

 

Ou, tendo sido proposta do Cliente, quem é que lhe disse que sim e não o alertou para o facto desta campanha não ter pés para andar? Uma campanha que viola os termos de utilização da maior rede social do mundo, e que por sinal é conhecida por ser violenta na aplicação desses termos de utilização e protecção da sua imagem, não tem pés para andar. O que é que leva uma agência e um cliente a investirem numa campanha que mais tarde ou mais cedo vai rebentar, porque o perfil vai ser removido?

 

"ADENDA: O JC chamou-me a atenção, nos comentários, para o endereço que foi impresso no outdoor. Falta-lhe o .com. Em cima de tudo o resto, gastaram um dinheirão a comunicar um endereço que não existe :) É a cereja no topo do bolo."

 

Mais, qual foi o argumento para vender isto ao cliente? Qual é a estratégia por trás da campanha?

 

Eu aposto que os argumentos foram: O Facebook está na moda, vejam as estatísticas (americanas, claro), há milhões de utilizadores, dá ideia de modernidade e é giro.

E deve ter ficado por aí.

 

Há uns anos, trabalhava eu numa agência de publicidade, tentei chamar a atenção para a Internet, dizendo que devíamos investir recursos na aprendizagem deste novo meio. Bem sei que foi há muitos anos (15, mais coisa menos coisa), mas é assustador ver que, depois destes anos todos, está tudo mais ou menos na mesma.

 

Não há pessoas competentes e com know-how nos sítios onde deveriam estar. As agências (e os Clientes, já agora) não sabem criar nem produzir para o online. Continuam a criar como se estivessem num meio tradicional. Anúncios de jornal ou spots de televisão. Muito flash (é assustador ver a quantidade de sites institucionais feitos exclusivamente em flash, lá está, porque é giro, mas que não são depois apanhados pelos motores de pesquisa - que não consegue penetrar no flash - e que consome imensos recursos e largura de banda, e que não é lido por muitos browsers, já para não falar daqueles que, como eu, têm inibidores de flash, e só vêem os conteúdos em flash se lá clicarem. Enfim, ignorância e incompetência, mas cobrada a bom preço.

 

Depois também temos, para ajudar à festa, os auto-intitulados, gurus. Os que se apresentam como especialistas, sendo que de especialistas têm muito pouco, são habitualmente curiosos da coisa, com a tradicional chico esperteza tuga.

 

E, para último ingrediente deste cocktail, temos os vendedores de publicidade online que são, isso mesmo, vendedores de espaço. Tanto podiam estar a trabalhar no online como no papel, são vendedores de espaço, sem a mínima noção de que o meio que estão a vender tem idiossincrasias próprias que podem ser exploradas e que, bem geridas, são uma mina. Dá mais trabalho do que vender espaço? Certamente, muito mais, que isto de vender num meio interactivo não termina quando a coisa está impressa, pelo contrário, começa aí.

 

Tudo isto junto dá a actual situação do mercado publicitário online em Portugal. Na maioria dos países, enquanto os números da publicidade nos meios tradicionais desce vertiginosamente, os números da publicidade online crescem. Em Portugal, tanto quanto sei, os números da publicidade online acompanham os restantes meios na descida.

 

Há 2 anos, quando se começou a falar na crise, eu disse que a crise ia ser uma oportunidade para o online. Não estava errada, mas aparentemente deveria ter nascido noutro país.

 

Continuamos a fazer coisas giras, fashion, e pouco eficazes.

 

O que me leva ao ponto inicial, o dos sobrinhos. O meu sobrinho mais velho (7 anos) saberia programar campanhas com mais interesse do que muitos profissionais e gurus que por aí andam.

 

O que só confirma a minha afirmação inicial, os meus sobrinhos são dos bons. Aliás, são os melhores sobrinhos do mundo.

Recomendações

Jonasnuts, 31.03.10

Recomendo vivamente que tenham sobrinhos.

 

A seguir a ter filhos (ou filho, no meu caso), é o melhor do mundo.

 

Principalmente se, como eu, tiverem a sorte de ter os 3 mais fantásticos sobrinhos do mundo.

 

Adoro ser tia.

 

E não me venham com a treta dos filhos dos amigos, que as tratam por tias e por tios, que isso só desvaloriza a verdadeira Tia. Tia é a irmã da mãe, ou do pai, vá, mais nada. Claro que isto da irmandade, não é exclusivo do sangue, entenda-se. Mas nestas coisas das tias, sou um bocadinho fundamentalista. Os meus sobrinhos têm 2 tias, eu, e a irmã do pai, mainada. As outras são falsas tias, tias de segunda :P

 

E só não meto aqui as fotos dos putos, porque se não meto do meu, muito menos meto os da minha irmã.

 

ADENDA: Entretanto lembrei-me de mais casos de tios verdadeiros. O Artur Anjos lembrou-me dos tios-avôs, sim senhor, meu rico Tio Arnaldo. E os maridos e mulheres dos tios e das tias. O marido da minha irmã é tio do meu filho, e a ex-mulher do meu tio será sempre a minha tia Adelaide. Também são tios verdadeiros :)