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Jonasnuts

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Netflix - Unchill

Jonasnuts, 10.02.23

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Há já algum tempo que circulavam rumores sobre as intenções da Netflix de deixar de incentivar e deixar de permitir (ou, vá, fechar os olhos) à partilha de conta entre várias pessoas.

São muitas as pessoas que subscreviam em conjunto. Cada pessoa com o seu perfil, num máximo de 4, o mesmo username e password, casas diferentes. Ninguém metia o bedelho nos perfis alheios, partilhava-se a conta no fim do mês (ou do ano) e estava feita a coisa.

Nos últimos dias, os rumores deixaram de ser rumores e a própria Netflix, em comunicado, informou que ia passar a forçar a máxima "uma conta, uma casa". Não é, sequer, uma conta, uma família. 

Ontem recebi um mail. Esta manhã, na app da televisão, já tinha uma mensagem para identificar o meu household, porque senão o identificariam por mim. Declinei. Desliguei a app e cancelei o serviço.

Do ponto de vista da gestão do produto, pode ser que faça sentido (duvido). Mas do ponto de vista da implementação (altamente intrusivo da privacidade dos clientes), do ponto de vista do tom (contrariando anos de incentivo da prática da partilha), e do ponto de vista do momento, é tiro no pé.

A implementação. A operação de identificação de household, significa que sempre que for para fora de casa, não posso usufruir do serviço pelo qual pago (o que, já agora, vai contra normas europeias de portabilidade de conteúdos), a não ser que forneça uma série de informações que são pessoais. Quando, como, durante quanto tempo, para onde. Mais um bocadinho e ainda querem saber com quem e porquê.

O tom. Depois de anos a dizer "partilhem a vossa password", publicamente, sem qualquer tipo de condicionalismos, passaram de repente a "Netflix is for a single household". Nem sequer família. Household. Sem contexto, sem explicação, tábua rasa com o passado, sem o ter em conta. O chamado corte epistemológico. Do ponto de vista do sentimento que provocam no cliente de muitos anos, não é simpático. Fazerem-no em todo o mundo EXCETO nos USA, fazem com que o cliente não americano se sinta um cliente de segunda.


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O momento. Já houve um tempo em que a Netflix podia ter feito este movimento sem grandes problemas. Há uns anos. Quando era líder incontestada. Quando praticamente não tinha concorrência. Quando era market maker. Esse tempo já passou. Para fazerem este movimento, hoje,  sem grandes consequências, teriam de ter optado por algo muito menos intrusivo e muito mais gradual (apenas para novos clientes, com pacotes de preços mais simpáticos do que os pacotes de preços mais antigos, por exemplo).

Hoje, o que não falta são fornecedores de conteúdos. As pessoas têm alternativas. Legais e das outras. Não há qualquer motivo que se mantenham freguesas de uma empresa que as trata menos bem e que é, ainda por cima, a mais cara do mercado.

Aqui em casa tenho hbo, disney, Sky, Apple TV e Plex (não tenho prime que não quero empoderar ainda mais a amazon e deixei de ser freguesa).

Na realidade, não tenho já tempo para tudo isto, prescindir de Netflix não vai fazer mexer o ponteiro, nem lhe vou sentir a falta. Não tem conteúdos exclusivos de que eu esteja refém (nenhuma tem, para dizer a verdade). Manteria a subscrição se pudesse continuar a usufruir do serviço sem restrições, assim, cancelo sem me apoquentar muito. 

Como eu, muita gente está a fazer o mesmo. 

Pode ser que abram a pestana.

Caros senhores da Indústria Televisiva e Cinematográfica

Jonasnuts, 12.10.11

Bom dia,

 

Uma vez que acompanho a actualidade noticiosa (e não só) através de meios alternativos, vocês produzem os únicos conteúdos que consumo em televisão. Sou, portanto, uma consumidora ávida e atenta, tecnologicamente instruída (por afinidade) e com acesso a fontes, vá, alternativas, aos vossos conteúdos.

 

Prefiro, vá-se lá saber porquê, manias, consumir os vossos conteúdos de forma legal. Ouviram? A sério. Eu não me importo de pagar. Eu sou daquelas que prefere pagar (um preço justo, evidentemente) pela possibilidade de consumir os conteúdos que vocês produzem.

 

Mas têm de arranjar outro parceiros, ao nível do broadcasting. Mesmo.

 

Eu explico.... estão neste momento a estrear em Portugal duas séries (hão-de estar a estrear mais, mas estas são as que me interessam), a saber, Mildred Pierce e Downton Abbey. Ora, nos spots de promoção a estas duas estreias, é amplamente referido, que foram séries premiadas nos Emmys. A saber, a Kate Winslet ganhou o Emmy como melhor actriz, o Guy Pearce ganhou o prémio de melhor actor secundário por Mildred Pierce (e havia mais meio mundo da mesma série nomeado noutras categorias), e a Downton Abey ganhou o Emmy de melhor série, com a Maggie Smith a ganhar o Emmy de melhor actriz secundária, mais a melhor realização para o Brian Percival, e o Julian Fellowes a ganhar o Emmy para melhor argumento e vamos ficar por aqui, que temos mais que fazer, para a lista completa, consultem este link.

 

Ora... a cerimónia dos Emmys foi transmitida a 18 de Setembro. E se estas séries ganharam Emmys, é sinal de que estrearam, lá por fora, há imenso tempo. Eu poupo-vos o trabalho. Downton Abbey estreou a 26 de Setembro de 2010, e Mldred Pierce estreou em Março de 2011.

 

Uma há mais de um ano, outra há mais de 6 meses. Isto, em tempos modernos de internetes e afins, é, digamos, uma eternidade.

 

Mas os senhores que transmitem as vossas séries até acham inteligente chamar a atenção para o facto de transmitirem as séries tarde e a más horas..... são tão burrinhos que nem sequer se apercebem da cagada que andam a fazer.

 

Expliquem-me lá, se isto não é andarem a gozar com o ceguinho?

 

O conceito de "lá por fora", já deixou de existir há uns anos. Vocês ainda não perceberam, bem sei, mas a verdade é essa.

 

E eu sou teimosa, mas expliquem-se como se eu fosse muito burra, porque é que eu hei-de esperar 1 ano, vá, 6 meses que sejam, para comprar os conteúdos que vocês vendem, se a alternativa é vê-lo mais cedo, e de borla.

 

Façam um esforço, porque quando eu ponho no prato da balança, 1 ano depois a pagar e, na hora à borla, a minha balança pende dramaticamente para a última opção.

 

Respondam à minha pergunta: porque é que eu hei-de vos dar lucro, se vocês são atrasados e, ainda por cima, caros?

 

Ah, e não vale a pena responderem com aqueles anúncios idiotas e obrigatórios que colocam no início dos DVDs que eu COMPRO, porque isso é só um incentivo extra para que eu deixe de comprar.

 

deixei de comprar CDs há uns anos valentes, e caminho rapidamente para deixar deixar de ver televisão e deixar de comprar DVDs. A vossa incompetência está a alienar-me enquanto vossa cliente.

 

De que mais é que precisam para acordar para a vida?

 

P.S.: Se quiserem uma listinha de séries de jeito, que vos facilite o trabalho, é só dizerem, mas além destas duas séries acima referidas, podem incluir o Real Time with Bill Maher, o Top Gear (versão original, nada de cópias merdosas, por favor), o Big Bang Theory, o Daily Show With Jon Stewart, o Colbert Report, e estas são as que me saem de rajada, se quiserem posso pensar um bocadinho mais e fazer uma longa lista. Ou, se me quiserem poupar o trabalho, é consultarem os sites de downloads e pirataria, e verem quais são os mais apetecíveis.