Regresso a casa, e à rotina, e ao reencontro das caras com que me cruzo nas minhas manhãs no Jamor.

O casal sénior que faz sempre uma enorme festa à Uma, a corredora que já não precisa de me perguntar as horas, porque eu me adianto, o corredor velhote que me perguntou por onde tinha eu andado, o trio que treina quase todos os dias e me acena, o outro que enquanto corre, sorri e encolhe a barriga quando passa, a corredora que nunca olha para mim mas que ri para a cadela (é a minha preferida). As caras das pessoas que aprendi a reconhecer e que fazem parte das minhas manhãs. Não sei o nome de ninguém. Minto. Sei os nomes dos cães, claro.

Tenho de comprar uns ténis de caminhada, que os de verão não me mantêm os pés secos, e a mata já está cheia de orvalho.

Mas também regressam as cores, as vegetações e as temperaturas de outono. Os patinhos bebés que nasceram na primavera estão gigantes. Já é mais agradável andar de moto, pelo menos não fico com a sensação de que estou atrás de um secador de mãos com o termostato encalhado na temperatura mais alta. Por outro lado, a parte final do duche, com água fria, começa a tornar-se difícil, mas já sabe bem o aconchego do edredon na cama.

Vem aí o frio. E eu, sendo a pessoa mais friorenta que conheço, adoro o frio. 

Tempo de regressos, de começos e de recomeços.

Escrever, como a grande maioria das coisas que fazemos na vida, melhora com a prática.

E, se deixamos de praticar, pioramos. Se o que tínhamos quando começámos já nem sequer era por aí além, depois de muito tempo sem prática, imaginem como a coisa não estará.

No último ano escrevi 23 posts. A grande maioria destes posts são sobre coisas triviais, sem importância. Não é que destoe muito do resto do Blog, mas há um antes e um depois de Fevereiro de 2015. 

Nunca nada voltará a ser como dantes, mas a ideia é que isto aqui recomece. Porque eu estou a precisar de recomeços. Estou à procura de recomeços.

Nada melhor do que recomeçar num sítio onde já fomos felizes.

De regresso aos treinos.