O meu fim-de-semana
Gosto muito daquilo que faço. E é uma pescadinha de rabo na boca, a coisa. Gostar muito daquilo que faço ajuda-me a ser melhor naquilo que faço. E eu acho que sou boa naquilo que faço.
Há, no entanto, vertentes do meu trabalho que eu odeio. São raras, mas existem, e também têm de ser feitas. Ora, se gostar do que faço me torna melhor, não gostar de algumas coisas, torna-me pior nessas coisas. Isso, aliado ao meu sentido crítico, fazem com que as coisas de que eu não gosto de fazer saiam sempre uma cagada. Bem podem, de fora, dizer: "não está assim tão mau" ou "para quem é, bacalhau basta", ou "já vi pior" ou ainda "vai chegar". Eu não quero que chegue, eu quero que seja excelente. E, venha de lá o mais pintado dizer-me o contrário, eu sei que estou longe de ser excelente nesta matéria. Não gosto disto, pronto, nada a fazer.
Não posso dizer do que se trata, mas os meus dias, ultimamente e sobretudo este fim-de-semana, passam por sentir-me um peixe fora de água: no fundo, ando a patinar.
Espera-me uma noitada de saltos de carapau para o lodo.