Quase 4 anos de moto
Faz este mês 4 anos (auto-link) que comecei a conduzir a minha querida PCX.
Muita coisa mudou na minha vida desde essa altura. Aliás, comprar moto fez parte de um movimento de mudança, que teve mais fases, mais conquistas, mais processos.
Lembro-me bem, do medo de pegar na PCX, e de me montar nela a pensar "caraças, Maria João, tu metes-te em cada uma". Dar umas voltas ali na rua, e depois estender ao bairro, e depois ir aumentando a autonomia, até ir para todo o lado.
Não foi um processo rápido. Andei tensa durante muito tempo. Mas soube logo de início que ia gostar.
Não sabia é que ia gostar tanto.
Mas gostei.
Mesmo depois de me ter espetado na traseira de um carro e ter metido umas costelas dentro e ter ficado toda amassada, continuei a gostar.
Mesmo assim, nunca me passou pela cabeça que, 4 anos depois, eu teria tirado a carta, teria vendido a minha rica PCX (a um amigo, para saber que fica bem cuidada e sim, comovi-me, quando a deixei na garagem onde vai passar a dormir), e teria comprado outra moto. Muito menos imaginava que passaria de uma 125 para uma 750. E que a compraria em segunda mão, sem ajuda, longe de Lisboa, e que a traria, na sua viagem inaugural nas minhas mãos por esses caminhos de Portugal, ao colo de uma comunidade de malta que fez (e faz) parte da viagem e que me aconselhou e me acarinhou, desde o primeiro momento.
Mas aqui estamos, apesar da falta de imaginação, eu e a minha mota nova, já batizada de Maria, portanto, aqui estamos, eu e a minha Maria, ainda na fase da adaptação e do conhecimento. Ainda a ter de pensar "primeira para baixo, o resto para cima", ainda a mecanizar o exato ponto da embraiagem, ainda borrada sempre que a monto, ou sempre que encontro um novo desafio. Ainda não encontrei a posição de condução certa, ainda tenho de resolver os problemas das manobras, que este bicho é mais pesado que a PCX.
Um dia destes falo da epopeia de ter ido levar a minha PCX a Vila Real, e de ter ido buscar a minha Maria a Penafiel, com passagens pelo Porto, por Matosinhos (onde o Neca me tirou esta foto, me ofereceu um café e um cruise control), Cantanhede para pernoitar e reacender o bicho ao Basco da Teresa e, finalmente, casa, onde cheguei toda rota.
Mas agora, é só para assinalar. Dia 10 de junho, deixei a minha primeira mota em boas mãos, vai voltar a ser a primeira mota de alguém e terá sempre um lugar muito especial no meu coração. Também a 10 de junho, apanhei a minha Maria.
Acho que vou fazer boas viagens :)