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Jonasnuts

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Os especialistas

Jonasnuts, 21.02.18

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A palavra especialista sempre me encanitou, sobretudo quando usada na primeira pessoa.

A minha bio de Twitter é uma sátira a todos os que se auto-apelidam de especialistas, de gurus, de influenciadores, de trend setters e demais parafernália linguística e sinonímia. A parte do "Grafiter que usa pontuação" foi um presente inadvertido de um grande poeta português.

 

Com a desvalorização gradual dos títulos académicos (chegaram à conclusão de que qualquer imbecil faz uma licenciatura) tem havido o movimento contrário das categorias de competências(?) profissionais.

Por isso é que já não é a primeira vez que vejo anúncios a pedir especialistas para estágio. Qualquer pessoa é um especialista.

 

Por exemplo......na apresentação de resultados do primeiro ano do Atelier Digital da Google houve 35.000 indivíduos (trinta e cinco mil, por extenso, para não acharem que foi erro) que levaram para casa (e para os CVs e para o Linkedin) o diploma de "Experts em redes sociais". Só em Portugal.

 

Eu repito: Trinta. E. Cinco. Mil.

 

Trinta e cinco mil alminhas que estão, provavelmente, convencidas elas próprias de que são especialistas porque, afinal de contas, até fizeram um curso da Google que é, como se sabe, a entidade que mais sabe sobre redes sociais, já com provas dadas na matéria. E a Google diz que são especialistas. E se a Google diz, é porque é verdade.

 

E isto sem falar nos especialistas instantâneos self made. 

 

Um especialista é uma pessoa que se especializou. Para se especializar precisou de tempo. Não há especialistas instantâneos. Um curso não faz um especialista. 

Um especialista é raro. É como as divas (auto-link). 

 

Um especialista é alguém que dedicou muitas horas e muitos dias a estudar e a aprender e a fazer e a errar e de mãos na massa sobre um determinado assunto. E quando eu digo muitos, são mesmo muitos. Não é uma licenciatura. Não é um workshop. Não é uma pós-graduação cujo valor académico é o oposto do preço que custa.

 

Ou então é alguém com muita lata. Desses conheço muitos.

 

Isto há-de ser mais amplamente aprofundado em posts que tenho para aqui alinhavados sobre formação e sobre recursos humanos e sobre congressos e oradores, mas este dos especialistas estava atravessado há uns tempos. Foi hoje. 

Cara Meios & Publicidade

Jonasnuts, 25.01.11

Antes de mais, o meu lamento, pelo facto de não terem uma versão online. Lamento por duas razões, porque teriam mais potenciais leitores e porque, agora numa visão mais egoísta da coisa, teriam poupado algum trabalho ao Pedro Rebelo que fez o scan, e a mim, que transcrevi uma parte da coisa.

 

Não defendo que, para escreverem sobre o caso Ensitel, tivessem de falar comigo, a coisa ultrapassou-me, em muito, mas teria dado algum jeito (a bem da verdade) confirmarem alguns dos factos que publicam, mesmo que esses factos surjam relatados pelos entrevistados.

 

Gosto, sobretudo, da afirmação do vosso entrevistado Nuno Costa, social media manager da agência digital View (de quem nunca ouvi falar - falha minha, certamente), quando afirma, entre outras pérolas, "Deve ter havido muito off antes do on", denunciando claramente que, não só não se informou devidamente, como não compreende o meio que pretende dominar. Gosto também da forma intimista como o vosso entrevistado se refere à minha pessoa "...julgo que esta situação ganhou as proporções que ganhou por causa da Maria João." ou, mais à frente "A Maria João trabalha no Sapo Blogs", esta coisa do tu cá tu lá, denuncia uma relação de intimidade (ou, pelo menos, de conhecimento pessoal) que não existe. Mas enfim, há coisas que vocês não podem controlar.

 

Por último, não concordo com a vossa análise. Já tentei explicar aqui a minha opinião sobre o tema (que é tão válida como qualquer outra, evidentemente), mas acima de tudo, não concordo com essa coisa dos padrinhos disto e dos padrinhos daquilo, e não acho que as marcas tenham de se preocupar especialmente com pessoas que possam, potencialmente, ser opinion makers.

 

Na minha opinião, as marcas têm de se preocupar, por igual, com todos os seus clientes, independentemente destes terem blogs, sites, twitters, facebooks, linkedins, hi5, telemóveis e o raio que os parta.

 

Se tratarem bem e justamente todos os seus clientes, têm a clientela garantida, e previnem situações dramáticas idênticas às da Ensitel.

 

Um dia destes, depois das coisas acalmarem (ainda anda tudo à bolachada nos posts que escrevi sobre a Ensitel, mesmo os mais antigos) terei oportunidade de, a frio (ou tão a frio quanto possível, para mim), fazer uma análise mais técnica da novela. Tenho lido muito do que se tem escrito (umas coisas melhores que outras, evidentemente), mas, sinceramente, da vossa parte, esperava mais. Esperava pelo menos que tivessem feito uma triagem melhor dos gurus que, por ocasião do caso Ensitel, de repente apareceram e saíram de baixo dumas pedras obscuras, e que mandam umas postas de pescada que ou são ignorantes, ou desonestas, ou apressadas ou de La Palisse.

A economia é como o football

Jonasnuts, 30.04.10

Agora que fiquei com umas luzes muito básicas, depois das explicações que tiveram a paciência de me dar, reparo que isto da economia e da crise e os jargões e coiso e tal, é muito semelhante ao football (sim Macaco, eu sei que embirras com o football e preferias futebol, atura-me lá esta mania).

 

Há muitos treinadores de bancada, muitos usam jargões para fingir que percebem quando na realidade andam tão às aranhas como eu, mandam-se muitos bitaites (e nem sequer são dos bons) numa de se atirar barro à parede, para que, num golpe de sorte, algum do barro cole e com a "façanha" surja um novo guru com coluna no jornal.

 

São poucos os que não se tentam pôr em bicos dos pés, para ver se a crise, no seu caso, não é uma oportunidade.

 

Curiosamente (ou não), do que tenho lido, prefiro os que andam de saltos rasos, e os que falam deste tema antes dele estar na moda.

 

Gosto pouco de pessoas que querem ser gurus e que disparam em todas as direcções para ver se têm a sorte de acertar em qualquer coisa de jeito. E conheço algumas assim, que fazem disto a sua regra de vida :)