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Jonasnuts

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Greve

Jonasnuts, 21.11.11

Eu não vou fazer greve. Não tenho nada contra quem a faz, mas eu não faço.

 

Quer dizer..... não faço, mais ou menos. Não sei.

 

Eu não faço greve, mas não sei se posso ir trabalhar. Não sei se o puto tem escola. Nem vou saber tão cedo. Não é que não tenha tentado, que tentei, mas na escola dizem-me que só no dia é que vão fazer a contagem e logo dizem se há escola ou não.

 

O liceu do meu filho tem mais de 1000 alunos (bem mais). Todos entram às 8h15 da manhã.

 

Portanto, o que vai acontecer é que os pais vão lá pôr os putos, e ficam cá fora, à espera. Se eles aparecerem passado um bocado, é porque não há aulas, se eles não aparecerem, é porque há aulas.

 

Nos entretantos, os pais ficam por ali.

 

Não se podia perguntar às pessoas se estavam a pensar fazer greve ou não, para que a miudagem pudesse ser avisada com antecedência? A mim poupavam-me uma trabalheira.

 

Portanto, eu não faço greve, mas não sei se posso ir trabalhar.

 

Boleias

Jonasnuts, 29.03.11

Se forem como eu, já deitam greves pelos cabelos. E olhem que, pensando bem, não é nada fácil deitar greves pelos cabelos, sobretudo se se tratar de cabelo fino como o meu.

 

Na semana passada, durante a greve da CP, nem um comboio passava na Marginal. É o caminho que faço. Apanho a Marginal em Paço de Arcos, até Lisboa. Ali em Caxias, ao pé dos semáforos, estava um senhor. Calças, camisa, casaco de chuva, pasta. Teria 40 ou 45 anos. Polegar esticado. Pedia boleia.

E a fila de carros (que era imensa) cheia de carros ocupados apenas a 20%

 

Caiu-me me a ficha.

 

Porque é que, em dia de greve, o pessoal não vai para os semáforos da Marginal, apanhar boleia de quem passa com o carro vazio?

 

Não era o meu caso, o meu carro vai, todos os dias, ocupado a 100%, mas se tivesse mais lugares, tinha parado e dado boleia ao senhor que, com ar de escriturário (ou qualquer coisa assim inócua) pedia boleia.

 

A verdade é que não vi ninguém a parar para lhe dar boleia.

Esclarecimento - a greve

Jonasnuts, 24.11.10

Não fiz greve. Não fiz greve porque achei que não devia. Acho que quem fez greve, se o fez por convicção, fez muito bem. O direito à greve demorou demasiado a conquistar para andar a ser desbaratado (e desvalorizado) por dá cá aquela palha. Mas é um direito. Tal como é um direito não fazer greve. Somos crescidinhos, fazemos as nossas escolhas, respeitamos as escolhas dos outros.

 

Ao não fazer greve eu:

1 - Não validei de nenhuma forma o governo que temos neste momento.

2 - Não coloquei em causa o direito à greve.

3 - Não apoiei quaisquer políticas sociais, económicas ou outras.

4 - Não fiz nenhuma declaração política.

5 - Não passei a ser de direita.

6 - Não me transformei em fascista reaccionária.

 

Custa entender que eu, ao não fazer greve, a única coisa que fiz foi, ir trabalhar?

Como dar a volta à greve

Jonasnuts, 27.04.10
É um truque simples. 1 - Saber que ela vai existir (eu costumo ser muito distraída e só dou por elas quando noto diferença no trânsito). 2 - Trabalhar com Internet. 3 - Ter um chefe que diz que sim a tudo o que a malta lhe comunica que vai fazer. 4 - Ter pessoal na equipa que mora do lado de lá do rio. 5 - Decidir que "amanhã trabalhamos todos a partir de casa a não ser que alguém lhe apeteça o passeio". Está feito.

Greves e sindicatos

Jonasnuts, 02.12.07
Antes de mais um disclaimer, reconheço a greve como um instrumento de luta dos trabalhadores (antigamente proletariado ou assalariados) face à arrogância e às vezes intransigência dos patrões (antigamente eram os fascistas, ou a burguesia).

Por um lado, a greve deu-me imenso jeito. De manhã, não havia trânsito absolutamente nenhum. Cheguei à escola do puto em três tempos, sem stress.

Por outro lado, em dia de greve da função pública, o número de acessos aos Blogs, aliás, a actividade em geral, online, decai imenso. Para os objectivos de 2007, não deu muito jeito.

Mas o que me chateia, nas greves, é a forma oportunista como são marcadas. As greves valem pelo incómodo que causam, e pela batalha dos números, no dia seguinte. O incómodo não chateia muito os senhores que mandam. Mas a batalha do dia seguinte é importante. Por isso, os senhores dos sindicatos, marcam as greves para os dias em que acham que vão ter mais adesão.

O problema é que este sistema, valendo-lhes mais uns trunfos na guerra do dia seguinte, desvaloriza e desprestigia as pessoas que dizem representar.

Quem faz greve convictamente, e faria independentemente do dia da semana, vê o seu esforço e investimento desvalorizados, uma vez que estão misturados com a corja de oportunistas que apenas fazem greve porque lhes sabe bem (e podem pagar) um dia de férias.

Não sei quantos são uns, e quantos são os outros, mas para mim, a verdadeira batalha dos números deveria ser esta. Distinguir os verdadeiros profissionais dos que estão lá porque é "seguro" e fazem o mínimo possível. Uma vez apurados os números, despediam-se os segundos, e estava o problema resolvido, porque sobrava dinheiro do pagamento dos que andam a arrastar o cu pelas paredes, e já dava para pagar mais justamente aos que importam.