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Jonasnuts

Jonasnuts

Há muito tempo. Sim, com h.

Jonasnuts, 17.10.14

Este post é dedicado à ex-professora de inglês do meu filho.

 

Cara ex-professora de inglês do meu filho,

 

Fico muito satisfeita por poder ali colocar um ex, atrás da palavra professora. Boa viagem, que se faz tarde. Não deixa saudades. Era professora substituta, enquanto não chegava o professor definitivo, que tardou a ser colocado, fruto da Cratinice vigente.

 

Saiba a senhora ex-professora que o meu filho, pouco ou nada falando, é, mesmo assim, um ser pensante.

 

Saiba também a senhora que é ex-professora de inglês do meu filho mas continua a ser professora de filhos dos outros, que tem de aprender a reconhecer os seus erros. E que não pode mascarar a sua ignorância com a autoridade e o ascendente que tem sobre os alunos. A sua relação com os seus alunos não é equilibrada, não há igualdade de circunstâncias. Há uma hierarquia, e a professora está, ou deveria estar, no comando.

 

Se insiste com um aluno em que "há muito tempo" se escreve "à muito tempo" e se o aluno insiste, perante si e perante o resto da turma que aquele há se escreve com h, vá informar-se. 

 

Se está convicta da sua posição, regresse na aula seguinte com o material de apoio que lhe permita ensinar ao aluno e ao resto da turma, a forma correcta de escrever aquele "há", mesmo que isso signifique ter de reconhecer que estava errada, e que o aluno estava certo. Há muito tempo, assim, com h.

 

Estamos mal, quando uma professora do 11º ano (sim, estamos a falar de secundário) não só não sabe distinguir a correcta aplicação do "há" e do "à" e, em cima disso, dá uma descasca no puto, e o apelida de arrogante, por ter usado um tom não compatível com os gostos da professora, na defesa do seu argumento. Azarucho, que o puto tinha tido aquele debate, precisamente, em casa, na véspera.

 

Saiba a senhora ex-professora do meu filho que tem duas sortes. A primeira sorte é o facto do meu filho me ter pedido para não intervir. Respeitarei o pedido do meu filho. A segunda sorte é ter-lhe calhado esse aluno. Se lhe tem calhado a aluna que eu fui há 30 anos, outro galo piaria, e eu não largaria o osso enquanto a senhor ex-professora não assumisse publicamente o seu erro e enquanto não soubesse a diferença entre um há e um à.


Portanto.... já que não posso intervir directamente junto da ex-professora de inglês do meu filho, mas que continua professora de outros, nem junto da escola (vou respeitar o pedido do puto), fica o desabafo.

 

Se por acaso alguma ex-professora de inglês de uma turma do 11º ano por acaso ler isto, e se lembrar de um debate deste tipo com um dos seus ex-alunos, aproveito a oportunidade para lhe dizer o seguinte, numa língua com que estará mais familiarizada: You are an asshole.

Ajuda recebeu-se

Jonasnuts, 10.06.12

Muito feedback imediato, quer aqui, quer no twitter quer o facebook. E isto durante um jogo do europeu, a um Domingo. Nada mau.

 

A matéria do 9º ano, em linhas gerais e sem muito bullshit pode ser encontrada aqui:

Geografia (obrigada Sarah)

Física/Química

Francês

História

Inglês

Português

Matemática

 

Também estão disponíveis as matérias para outros anos. É aqui.

 

Isto vai dar muito trabalhinho, e cheira-me que há disciplinas mais fáceis que outras, mas quando chegar à minha lista final de recursos para cada disciplina, eu coloco aqui. Pode ser que dê jeito a mais alguém.

Ajuda, precisa-se

Jonasnuts, 10.06.12

Na tentativa (gorada ao longo dos anos) de não ter o puto a arrastar o cu pelas paredes durante 3 meses, do sofá para o computador, com breves passagens pela casa de banho, entre o computador, a televisão e as consolas, decidi criar-lhe um calendário de trabalho para férias.

 

Não pretendo dar-lhe aulas, nem quero que estude por manuais escolares. Mas há algumas actividades já identificadas que pretendem corrigir problemas específicos. Vai, é desta que vai, melhorar substancialmente a caligrafia, que eu não sei como é que os professores conseguem entender aquilo. Vai ler, que se lixa. Já desisti do meu plano de tentar pôr-lhe livros à frente, na esperança de que haja um que acenda o rastilho, e o gosto pegue. O rastilho está húmido desde que nasceu. Vai à força. Sugestões aceitam-se...... E cópias e composições, para ver se melhora as competências na expressão escrita.

 

Também vai bater com os costados na Khan Academy que se lixa. A bases da matemática, que anda a perder há anos, vai recuperá-las ali.

 

Outra coisa que funciona bem são os documentários. Marcha quase tudo. E é uma forma interessante de adquirir conhecimentos.

 

E é aqui que entra a parte da ajuda. Eu não sei qual é a matéria do 9º ano. Alguém com putos no 9º ano (ou que tenha feito o 9º ano há pouco tempo), me sabe dizer quais são as matérias de Ciências da Natureza, História, Físico Química, Geografia, etc.... para que eu ande à cata de documentários de jeito sobre essas matérias? Não quero que as estude, para isso serve o ano lectivo, quero tome contacto com elas num ambiente não lectivo e, sobretudo, duma forma mais atraente, sem a necessidade de memorizar as coisas, porque não vai ter testes. Só vai ter de debater sobre aquilo que viu (e que eu vi também, senão não consigo debater a coisa).

 

Não precisam de ser documentários...... dá-me ideia que há filmes de ficção que ilustram bem uma determinada época ou temática.

 

Não podem ser coisas do tipo fichas pré-feitas, com exercícios com a matéria do ano passado. Sempre achei essas fichas uma real seca pelo que presumo que sejam uma seca também para ele.

 

Se o gajo memoriza factos de astronomia à conta dos documentários que papa, porque não fazê-lo para outras matérias?

 

Para quem anda à procura do mesmo, mas para o 7º ano, há no Aventar um bom ponto de partida, com muita papinha já feita. Mas para o 9º ainda não. No fim da minha recolha, listo aqui os resultados, pode ser que haja mais quem queira proteger as paredes de casa :)

Sir Ken Robinson

Jonasnuts, 28.10.11

Toda a gente conhece a primeira Ted Talk de Sir Ken Robinson.

Brilhante, claro, e a forma como ele pensa na educação (na sua definição mais abrangente) é-me particularmente cara. Não só por minha causa, mas também por causa do meu filho.

 

Hoje cheguei a outro vídeo de Sir Ken Robinson, que junta o melhor de dois mundos, o conteúdo e a voz do homem, e a animação da RSA. Recomendo vivamente. Ambas.

 

 

Via Correntes.

 

Link do vídeo, aqui.

As minhas aventuras no ensino público

Jonasnuts, 18.06.11

Nunca frequentei, enquanto aluna, o ensino público. Os meus pais não tinham estrutura familiar que lhes permitisse que eu apenas estivesse ocupada uma parte do dia.

 

Quando chegou a altura de introduzir o meu filho às delícias da academia, optei por uma instituição privada, mas daquelas onde se paga de acordo com os rendimentos, portanto, onde eram recebidos meninos de todas as classes sociais. Já lá não anda, posso dizer portanto que andou no Infantário Popular de Sintra, e que, desde a sala do 1 ano até à pré-primária, a experiência foi sempre fantástica (obrigada, educadora Paula Nunes).

 

Depois era a sério, ia entrar no primeiro ano (primeira classe para quem é do meu tempo), e tinha de mudar. Novamente optei pelo privado, desta vez sem as vantagens de haver meninos de diferentes classes sociais, que ali, doía a todos por igual, quando chegava a altura de pagar a mensalidade. Não me dei bem com a escola. Não foi o puto que não se deu bem fui eu. Estava muito habituada a intervir e a participar no dia-a-dia do meu filho (vinha "mal habituada" do Infantário Popular de Sintra) e custou-me muito aquela dinâmica do deixa a criança à porta, recolhe a criança à porta, queres falar com a professora marcas hora para daqui a 15 dias, e se queres saber o que comeu ao almoço, perguntas na secretaria e já gozas. Mais informações, não há, tens de confiar na escola, porque a escola é que sabe de educação e de pedagogia, e os pais não são para aqui chamados. Comigo não funcionou.

 

Custou-me, mas mudei-o mesmo a meio do ciclo. Mudei-o para a Escola Raiz (já lá não anda, por isso posso dizer que lá andou). Uma escola pequenina, com um método de ensino algo invulgar, eventualmente com mais sucesso se o meu puto lá tivesse andado desde mais novo. Mas uma escola que me incluía, que me interpelava, onde eu entrava sem problemas, onde via os trabalhos do meu filho (e das outras crianças, evidentemente), e via a sala de aulas, se me apetecesse, e onde falava com os professores sem ser preciso marcação prévia. Foi perfeito? Não, não foi, mas eu não acredito que exista a escola perfeita. Assim como assim, também não existem crianças perfeitas, nem pais perfeitos.

 

O ano lectivo que agora termina foi a minha estreia no ensino público. Fui a medo, confesso. E o impacto e a diferença foram brutais. Mas não por causa da qualidade do ensino. Bons professores e maus professores há em todo o lado, seja no público seja no privado, portanto, também aqui, no liceu, tive direito às duas realidades. Mas, no geral, o balanço é positivo. Muito positivo. Também pode ser que eu tenha tido sorte, mas não creio que tenha sido só isso.

 

Reuniões bem organizadas, com uma directora de turma extraordinária (que é também boa professora), que se desunha para fazer chegar aos encarregados de educação a informação relevante, sem nunca deixar que as reuniões caíssem naquelas coisas típicas dos colégios particulares "ai, o meu Rodriguinho é tão prendado". Assertiva, mas 15 dias depois de começarem as aulas já conhecia os putos todos pelo nome. E, note-se, não estamos a falar de turmas de 15 meninos (que era a isso que eu vinha habituada), estamos a falar de turmas gigantescas, com 30 e mais alunos.

Não sei como é que ela consegue, mais para mais, sabendo que tem mais turmas, mas gostei de, no meio de um liceu com (bem) mais de 1000 alunos, que a coisa fosse, de certa forma, personalizada.

 

As auxiliares conhecem o puto pelo nome? Não. Mas quando ele se sentiu mal e foi preciso chamarem-me, sabiam exactamente onde é que ele estava, e quem é que era, e o que é que tinha, e quais tinham sido os sintomas.

 

Eu ressenti-me.... passar duma escolinha pequenina para uma escola gigantesca, não foi fácil. Sobretudo porque o "gigantesco" implica muitos alunos, todos mais velhos, a conviverem com os mais novitos que, coitados, parecem bebés. E pronto, também há uma catrefada de alunos que não são bem daquela escola, mas que frequentam espaços comuns que não são, dizem, muito recomendáveis. E, sim senhor, já vi cenas de pancadaria à porta, mas foi só uma vez. E há assaltos, e obviamente, os mais novos são as vítimas mais evidentes, mas os assaltos acontecem fora da escola, e a polícia anda sempre por ali.

 

A comida da cantina. Na outra escola aquilo era quase à la carte. O menino não gosta de bacalhau? Não faz mal, eu cozo-lhe uma postinha de pescada. E ficavam lá a ver se ele comia tudo, e havia sopa e fruta. Agora ele diz-me que a comida é boa, que há sempre sopa (e ele nunca come, aposto), que nos dias em que não gosta da comida come menos, e depois come umas bolachas da máquina (pessoalmente, eu dispensava a máquina, mas pronto), e chega a casa com mais fome, ao lanche. O saldo é positivo.

 

Os professores. Teve sorte com uns, teve azar com outros. É como tudo na vida. Não é novidade. No ensino particular também apareceram bons e maus professores. Ou melhor, professores mais empenhados e mais motivados, e professores que não querem saber. O meu trabalho, como mãe, acho eu, passa por ensiná-lo a respeitar todos, e a tentar colmatar as falhas dos professores menos inspirados, de forma a que a falta de inspiração não estrague o gosto do puto por uma determinada disciplina. Inglês, disciplina em que ele é, claramente, um aluno excelente (porra, o puto lê livros em inglês), tocou-lhe uma professora maluca, que ia arruinando o gosto que o puto tem pela língua. Ele percebeu. Também percebeu que às vezes, a professora pode ser boa, mas ele não gosta da matéria (disse-me isso acerca de uma das disciplinas - ó mãe, a professora é boa e ensina bem e é justa, eu é que não gosto nada daquilo), fair enough.

 

Não vai ter negativas. Vai ter mais 3 do que o que eu gostaria, mas é o primeiro ano, é o de adaptação. Para o ano puxo mais por ele (aliás, já comecei a puxar, que o sacaninha está de férias, mas tem livros para ler, e ditados para fazer, que a caligrafia é uma queixa generalizada).

 

Portanto, e porque isto já vai longo. A minha aventura pelos reinos do ensino público foi positiva. Para o ano, gostava que lhe (nos) calhasse a mesma directora de turma. Ajuda muito, ter alguém competente e empenhado, a puxar a carroça (e que me manda as actas por mail, para eu imprimir e assinar e mandar pelo puto - oh, as vantagens das novas tecnologias).

 

Ah, o moodle é uma merda. Para mim, que trabalho nesta área, aquilo é abaixo de cão em termos de usabilidade, navegabilidade, intuição, segurança, interactividade...enfim.....nada se aproveita. Era deitar fora e fazer de novo, mas como deve ser. Ofereço-me para consultoria (graciosa, não comecem já a pensar que eu me quero encher de guito) se alguma vez precisarem de beta testers ou de input de quem trabalha nesta indústria. A sério..... com os putos habituados a Facebook, Youtube, Blogs, jogos e coisas bestialmente bem feitas e ricas, pedirem-lhes para trabalhar no moodle é um turn of do caraças.

 

E pronto.... já ninguém está a ler esta parte do texto, que se fosse eu a ler, já tinha desistido há muito tempo, dum texto tão chato e tão comprido :)

 

E não, não digo em que liceu é que ele anda. Daqui a 5 anos falamos :)

 

Falta dizer que isto começou por ser um comentário a este post, e que depois, quando percebi que me ia alongar, achei que era melhor poluir o meu próprio espaço, e não o espaço alheio :)