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Jonasnuts

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#IVDM Comunicação de crise

Jonasnuts, 02.02.21

Isto Vai Dar Merda – na Pandemia.jpg

A (boa) comunicação pode acabar com uma Pandemia?

 

É o ponto de partida para o debate que hoje vou moderar, e que conta com a participação da Joana Lobo Antunes, do  Pedro Aniceto e do Marco Maia. Às 21h30, aqui.

 

Apareçam e participem nos comentários (ou no Twitter, claro).

Se não sabem o que é o IVDM, podem ver tudo, aqui, incluindo os belíssimos debates já transmitidos.

Revelações em momentos de crise

Jonasnuts, 13.03.20

A "minha" Adriana é a senhora que vai lá a casa uma vez por semana, limpar as cenas.

 

Quando falei com a Adriana, na segunda-feira, disse-lhe, "olhe....... se tivermos de ficar em casa, fique, eu continuo a pagar-lhe". 

 

Acho que ela não me percebeu. Riu-se e disse que não era preciso.

 

Hoje telefonei-lhe e disse-lhe que tinha MESMO de ficar em casa e que eu faria as transferências, como habitualmente. Até se lhe embargou a voz. Cheira-me que outras casas onde trabalha não terão feito o mesmo.

 

Pessoas que têm prestadores recorrentes de serviços não fundamentais, considerem a possibilidade de dispensar os serviços, mantendo o pagamento (que é o que gostam que façam convosco).

 

Temos de ser uns para os outros e é em momentos de crise que nos revelamos. 

 

Não se revelem uns trastes.

Casa João

Jonasnuts, 29.09.12

Ando a ver se poupo na despesa, como toda a gente, parece-me.

 

Assim, para além das coisas que já descrevi aqui (auto-link), há outras coisas que não me ocorreram antes, e que me chegam ao tico e ao teco, à medida que o tempo passa e as situações me são apresentadas.

 

Eu tenho um filho adolescente. Aquela idade em que não há pronto-a-vestir que chegue MESMO pronto a vestir. O corpo adquire formas estranhas, maior aqui, mais pequeno acolá. Fruto de um súbito surto de crescimento, tive de lhe comprar 3 pares de calças, que para lhe servirem na cintura, lhe ficam demasiado compridas. Na loja fazem as bainhas. €7.50 o par. Elá. €22.50. Isto são quase 5 contos em moeda antiga.

 

Desencanto a máquina de costura que andava arrumada à minha espera há uns tempos, e toca de pôr mãos à obra. As pretas ficaram despachadas logo 2 dias depois. Já as usou. Para as cinzentas, precisava de linha.

 

Ficaram perfeitas? Não, foram as primeiras bainhas que fiz na vida. O preto ajuda a disfarçar as partes em que a costura não ficou exacta e milimetricamente a direito, as próximas ficarão melhores. A máquina tem manias, precisa de ser afinada, e não encontro mecânicos que tratem da coisa. Adiante. Alguma coisa se há-de arranjar.

 

Hoje, quase às 2 da tarde, passo à porta da retrosaria aqui do burgo, e paro o carro, mesmo no meio da estrada. Naturalmente, a porta estava fechada, nem eu contava com outra coisa. Deixo o carro no meio da estrada e vou ver o horário de funcionamento. Nem olhei para dentro. Sim senhor, Sábados, das 9h30 às 13h00. Para a semana cá estarei.

 

Já estou dentro do carro, quando a porta se abre. Uma senhora, com aspecto de ser minha avó, com um sorriso cansado, diz-me que posso entrar. Eu digo que já passa da hora e que regresso para a semana. Ela insiste e diz que não faz mal.

 

Arrumo o carro e entro. Não é a primeira vez que ali vou, mas é apenas a segunda. Lá dentro está a senhora e, presumo, o marido. Tem aspecto de avô :)

 

Digo ao que vou, sou conduzida às linhas, escolho uma cor, depois de a ter colocado ao lado da amostra de tecido que levei. É esta, digo. A senhora olha para mim, e diz-me: Não, essa é muito clara e meio esverdeada. A melhor é esta, e ainda por cima é mais barata. Tungas. Tinha razão, a avó. E não tinha óculos. Quem sabe, sabe.

 

Nos pagamentos, com dinheiro que nestas lojas evito sempre usar o Multibanco, o senhor mete conversa. Se precisar de um mecânico para arranjar qualquer máquina de qualquer marca, não se esqueça de nós. Trabalhamos com um mecânico muito bom, reformado da Singer, mas que trabalha com todas as marcas e até arranja peças para aquelas mais antigas para as quais não há ninguém que dê conta do recado.

 

Tungas, fui buscar linha, saio de lá com a linha e com o problema da máquina resolvido.

 

E por fim, o senhor ainda diz, a Singer fechou há pouco tempo e deixaram-nos aqui uma máquina de costura, que nunca foi usada, e que estamos a limpar para vender. Quer ver? E eu disse que veria, mas só por curiosidade, porque a cena não está para gastos, e que a minha actual máquina de costura vai dando conta dos meus requisitos, que pouca maquinaria exigem.

 

E mais valia ter estado quieta. Porra da máquina é fabulosa. Até a cor é perfeita, e tem aquela patine do instagram, mas natural e bom, e não artificial. Nunca foi usada. Está nova, só falta limpar o pó e olear e coiso e tal (que é o que os senhores estão a fazer neste momento). Eu não posso, mas quem puder, recomendo vivamente.  €175.00 (barata, barata, barata).

 

 

Não é a única coisa que recomendo. Recomendo também a Casa João (só o nome já é sinal de extraordinário bom gosto e elevação e nível e classe). É em Paço de Arcos, mais exactamente na rua Costa Pinto, nº 103 (é fácil, se vierem pela Marginal, tomam a 1ª saída de Paço de Arcos, e é nessa rua, no 3º quarteirão).

 

Ainda comprei agulhas de máquina especiais para coser ganga, linha preta e linha branca em carretos gigantones que sai mais barato, e lã para uma experiência que quero fazer por via da tentativa do aumento da receita.

 

E tudo isto sem sentir que me estivessem a impingir fosse o que fosse, com simpatia, elegância e qualquer coisa que não sei identificar que me leva a querer ir ali mais vezes.

 

Tenho saudades das minhas avós e dos meus avôs, é o que é.

 

Afinal onde anda a crise?

Jonasnuts, 12.12.11

Leio muita blogosfera a perguntar-se onde anda a crise, que os centros comerciais continuam cheios, e as lojas a abarrotar, e os restaurantes à pinha.

 

Devem andar por sítios diferentes dos meus.

 

Moro perto de um centro comercial. Todos os anos, a partir do 1º dia de Dezembro, o tal centro comercial era zona proibida, porque nunca havia estacionamento e as bichas (no meu blog não há filas, nem videoclips, já agora) eram mais que muitas. Mesmo fora do parque de estacionamento, os carros estacionavam selvaticamente. Já sabíamos, em Dezembro, não passamos ali, nem para fazer compras.

 

Este ano, já vamos no dia 12, e continua a haver lugar, muito lugar, pertinho da entrada. Mesmo ao fim-de-semana. Nota-se bem, a ausência.

 

No centro comercial ao lado do meu local de trabalho, os lugares disponíveis para nos sentarmos a comer, em hora de ponta, não existiam. Era frequente, ver pessoas de tabuleiro na mão, à procura de lugar. No more. É fácil encontrar lugar para estacionar os tabuleiros. Aumentaram os lugares vagos na proporção inversa dos lugares na sala/bar do sítio onde trabalho. São cada vez mais as pessoas que levam comida de casa. Lancheira na mão, logo de manhã arrumam as coisas no frigorífico, à hora do almoço aquecem no micro-ondas, e comem por ali.

 

As lojas continuam a abarrotar, claro, mas a procissão de mulherio que aproveita a hora do almoço para ir ver montras (é ir à Zara da Fontes Pereira de Melo, entre as 12h30 e as 14h00) manteve-se, Saem de lá sem sacos (ou com sacos pequeninos).

 

Pode ser que não a vejam, cara Blogosfera, mas a crise está, de facto, aí.

 

 

Pedir ajuda

Jonasnuts, 06.04.11

Esta é a expressão que parece estar na ordem do dia, e eu acho que os portugueses estão a ser enganados (nada a que não estejam habituados, mas mesmo assim).

 

Quando peço ajuda para qualquer coisa, parto do princípio de que a ajuda que me vai ser prestada é desinteressada, é fruto de amizade ou profissionalismo, que, a ser-me cobrada, o será em géneros, um dia, sem agendamento preciso, na base da reciprocidade da coisa.

 

Se procurarmos a definição de "ajuda" na Priberam, encontramos a primeira definição proposta:

"1. Acto! de ajudar; auxílio; favor."

 

Ora, o que eu acho, é que se for necessário recorrer a apoio externo do FMI ou do outro da União Europeia que tem muitos EE e de que nunca me lembro, não vamos estar a pedir ajuda, porque, o que nos vai ser prestado não tem características de ajuda. Não é desinteressado, não é um favor, não é grátis, enfim, não e ajuda. Pelo menos na primeira sugestão do dicionário.

 

Se virmos bem, a "ajuda" vai ter enormes custos, situação muito mais compatível com a segunda definição para a palavra "ajuda" proposta pela Priberam:

"2. Pop. Clister."
 

 

Esta, pode não ser a ajuda que vamos pedir, mas será certamente a que vamos receber.