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Jonasnuts

Jonasnuts

No-reply

Jonasnuts, 11.04.24

Este é um post que me está atravessado há muito tempo. Há anos, mesmo. Mas acabou por nunca acontecer, até hoje.

 

Enquanto consultora para a área de comunicação digital, é minha competência, responsabilidade e dever, aconselhar os meus clientes, no que diz respeito a todas as vertentes da comunicação digital, quer com os seus clientes, quer com a sua audiência e restantes stakeholders.

 

Um dos meus mantras é: "nunca se deve desperdiçar uma oportunidade de contacto". Seja qual for o canal, todos o potencial meio de contacto deve ser valorizado e integrado no pipeline de atenção e resposta.

Pensei que isto fosse óbvio, uma espécie de lapalissada, um mantra generalizado por todos aqueles que trabalham em comunicação em geral, e em comunicação digital em particular.

 

Desde sempre que nos "meus" serviços todos os canais eram merecedores de atenção. Mail, mensagens, comentários num blog, tweets, comentários de facebook ou instagram, telefone, presencial, etc....


É por isso com muita estranheza que encontro com muita frequência mails cujo remetente é um no-reply. Normalmente são mails que sou obrigada a receber, por parte de fornecedores de serviços. Não só, mas sobretudo. E é sempre com muita perplexidade que vejo o no-reply no remetente.

O que é que passa pela cabeça destas pessoas, destas equipas de comunicação, das consultoras que as servem, desperdiçar desta forma uma oportunidade de comunicação?

 

Para mim, isto é um erro colossal de comunicação empresarial. Num momento em que as marcas lutam por conseguir a atenção das pessoas, investem milhões em marketing e publicidade e descuram uma forma tão óbvia de potencial de contacto com os destinatários dos seus mails. Lá está, são empresas antigas, que ainda alinham pela comunicação unidirecional, em vez de avançarem até ao século XXI, compreendendo que a bidirecionalidade da comunicação é o futuro (enfim, para algumas empresas é já o presente).

E porque é que este post, que está para ser escrito há tanto tempo, é escrito hoje? 

Porque a Galp me mandou um mail, com uma continha para pagar. Como habitualmente, o mail tem um anexo em PDF e, também como habitualmente, o remetente do mail é um no-reply.

E o anexo diz o seguinte:

IMG_1071.jpg

Gostava muito de explicar à Galp que quem gerou o pdf se enganou, e usou uma fonte proprietária, sem que tenha identificado uma alternativa, o que faz com que qualquer pessoa que não tenha esta fonte instalada, não consiga ler o documento. Gostava de explicar, mas não consigo, porque o remetente desta mensagem é um no-reply.

 

E reparem, a Galp até quer muito que eu seja sua cliente em mais áreas do consumo energético do que apenas no gás, e passa a vida a dizer-me isso (de forma muito irritante e intrusiva, diga-se), em anúncios online. Mas este canal de comunicação, barato, óbvio e eficaz, não valoriza.

Há casos em que o no-reply pode fazer sentido. Mas na maioria dos casos em que é usado, não só não faz o menor sentido, como é um desperdício.

Há mais casos de mantras e lapalissadas que eu sempre julguei óbvias, mas que tenho descoberto que afinal não são tão óbvias como isso.

Dedicar-lhes-ei algum tempo, brevemente.

 

#IVDM Comunicação de crise

Jonasnuts, 02.02.21

Isto Vai Dar Merda – na Pandemia.jpg

A (boa) comunicação pode acabar com uma Pandemia?

 

É o ponto de partida para o debate que hoje vou moderar, e que conta com a participação da Joana Lobo Antunes, do  Pedro Aniceto e do Marco Maia. Às 21h30, aqui.

 

Apareçam e participem nos comentários (ou no Twitter, claro).

Se não sabem o que é o IVDM, podem ver tudo, aqui, incluindo os belíssimos debates já transmitidos.

Comunicação de RGPD em muito bom

Jonasnuts, 25.05.18

São muitos os exemplos de comunicação de RGPD que inundaram as nossas caixas de correio nos últimos tempos. A grande maioria é banal, há muitos que são verdadeiramente maus e contam-se pelos dedos de uma mão os que são verdadeiramente bons.

 

Um dos melhores é o da Via Verde. Quem diria. Well done senhores (que não conheço e não sei quem são e que não me pagaram para dizer isto).

 

Uma comunicação altamente personalizada, com piada, bem escrita, tudo no sítio. Só é pena, e tinha de haver um senão, que o remetente seja um noreply. Perdem uma oportunidade de comunicação com os clientes e eu não acredito em oportunidades de comunicação perdidas.

 

Tirando isto, destaca-se claramente da maioria das centenas de mensagens que me chegaram à caixa de correio no último mês.

 

não sei viver sem ti!.jpg

 

 

 

Marketing político - Lavando os cestos

Jonasnuts, 02.10.17

Esta é uma questão que me assalta sempre que decorrem eleições em Portugal.

 

O grau de amadorismo, do ponto de vista da comunicação, da grande maioria das candidaturas. É transversal, da esquerda à direita.

 

Quando falo em comunicação, não me refiro a mupis, panfletos, e demais material de suporte. Ou, pelo menos, não me refiro só. Refiro-me também (sobretudo) a consultores/assessores de imagem, consultores/assessores de dicção e colocação de voz, em alguns casos, os problemas são tão gritantes que bastaria alguém com algum senso comum e sem medo de ser despedido.

 

Há muitos anos, entre uma primeira e uma segunda volta das presidenciais, perguntaram a um grupo de publicitários em que é que os candidatos poderiam melhorar a imagem. A minha mãe, que fazia parte do grupo, recomendou vivamente a Jorge Sampaio que abandonasse os fatos beges e cinzento-claro, que optasse por cores menos mortiças, menos font de teint, gravatas um bocadinho mais exuberantes, sem colidir com a personalidade do candidato. 

As instruções foram acatadas.

 

Eu não estou a dizer que os candidatos tenham de deixar de ser quem são para passarem a apresentar-se de forma que colida com o seu padrão. Estou a dizer que há escolhas que se podem (e devem) fazer dentro de um universo compatível com os candidatos. 

 

Esta devia ser, mais do que uma preocupação dos candidatos, uma preocupação dos partidos. Porque a imagem dos partidos fica obviamente contaminada. Por isso é que a roupa de um candidato deve ser uma, em caso de vitória e deve ser outra, em caso de derrota. O tom dos discursos deve ser ensaiado. O improviso deve ser deixado para as ocasiões em que é mesmo necessário, sobretudo se se tratar de um candidato que não tenha o dom da palavra.

 

Os discursos, os debates, as participações em programas de rádio e de televisão têm de ser ensaiados. Não é um trabalho de preparação que se faça durante a campanha. Tem de começar-se antes, muito antes, na construção de um perfil que, no momento em que se inicia a campanha, já esteja completamente à vontade, já tenha incorporado tudo (as aulas de postura, de colocação de voz, de dicção, de comunicação, de falar em público), e na campanha é apenas preciso um complemento aqui e ali para adaptar às necessidades específicas do combate.

 

Como é que isto não é óbvio para a vasta maioria dos políticos e, sobretudo, dos partidos, é um mistério.

 

Tenho este post para escrever há uns anos (mais ou menos desde o famoso caso (auto-link) do "Oh Luís, fica melhor assim, ou assado?"), mas o que fez com que, finalmente, me decidisse, foi isto:

tlc.jpg

A sério gente........ contratem pessoas independentes (mas não antagónicas), que não tenham nada a ganhar nem a perder, que não tenham receio de vos dizer as verdades e que tenham a capacidade de vos propor uma estratégia que vai muito além de gastar milhões em papel, para ver se ganham o campeonato dos confetti.

 

Eu conheço gente competente na matéria. Call me.