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Jonasnuts

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A polícia de trânsito é nossa amiga

Jonasnuts, 05.11.07
Detecto um padrão recorrente, neste Blog. Deve haver alturas do ano em que as questões do trânsito me afectam mais, e isso reflecte-se na quantidade de posts sobre esse tema.

Aqui há uns tempos falei aqui do granel matinal à porta do Colégio do Bom Sucesso. Eu resumo. Duas faixas, uma em cada sentido. Um Colégio. Semáforos. Paizinhos e mãezinhas que estacionam os seus bólides em plena via, impedindo a passagem dos restantes carros, de forma a que os seus pimpolhos possam fazer o menor percurso possível entre o carro e a entrada da escola. Se a coisa correr bem, ainda trocam umas palavras amigas com outros pais que ali estejam à mesma hora. Os outros que querem passar, que aguentem, que eu sou mais importante que o resto do mundo, e é essa a mensagem que quero passar aos meus filhinhos.

Esta manhã, quando viro para a rua do referido colégio, já vou a insultar mentalmente estes paizinhos mentecaptos, quando vejo ao longe, nos semáforos, dois agentes da polícia. Suspende-se de imediato o insulto, e começa-se logo a trabalhar no elogio, quer às forças de segurança quer ao Colégio que deve ter tido a iniciativa de promover a estadia dos senhores agentes, a fim de melhorar o tráfego e impedir que paizinhos idiotas, que são uma minoria, façam horrores pela reputação quer da escola quer do resto da comunidade.

Sim, senhor. É assim mesmo.

Rapidamente porém inverto a marcha ao pensamento. Os senhores agentes estão ali por outras razões. Os senhores agentes estão ali para legalizar os actos acima descritos. Mandam parar os carros, para que as mãezinhas possam atravessar. Caramba, temos 2 agentes a fazer a vez de semáforos. Isto é que é eficiência. E de forma ainda mais eficaz. Basta alguém aproximar-se, que pára logo o trânsito, para dar passagem às senhoras. Está vermelho para os peões, mas que se lixe.  São uma espécie de detectores de movimento, mas mais rápidos.,

E não paramos aqui, embora paremos ali, mesmo com sinal verde, fui obrigada a obedecer à ordem de um dos agentes, e parar o meu carro para que uma mãezinha pudesse deixar o seu pimpolho e, não satisfeita com isso, ainda fez uma gloriosa inversão de marcha, sempre com a ajuda e as indicações prestáveis dos senhores agentes.

Quando temos a ajuda da polícia para cometer infracções, a vida fica mais fácil.

Back to basis, vamos regressar aos insultos (mentais), mas agora temos mais destinatários na lista, as mãezinhas, os paizinhos, a escola e a polícia.

A proposta paintball

Jonasnuts, 04.11.07
Eu defendo esta proposta há algum tempo, mas acho que ainda não consegui convencer ninguém.

O que mais me custa é o facto de cada vez mais ser confrontada com a utilidade desta minha proposta. Hoje foi mais uma dessas ocasiões.

A5, sentido Cascais - Lisboa, 13h40, mais coisa menos coisa. Acidente na subida para Linda-a-velha. Tudo parado. Lá vamos nós, na faixa da direita. Havia um senhor a pé (sim, a pé na auto-estrada), que nos ultrapassou calmamente. Íamos devagar, portanto.

Um bocadinho antes de chegarmos à zona do acidente, encontramos à nossa direita a via que vem não sei de onde, com a respectiva faixa de aceleração, para que os carros possam entrar na A5.

Então o que é que alguns "automobilistas" decidem fazer? Engatar a marcha atrás, e ir, em marcha atrás pela via de onde deveriam apenas sair carros. E reparem, não foi um ou dois, enquanto pude ver, foi uma bela meia dúzia.

Um dos caramelos, que por acaso era uma caramela, num Smart com uma cadeira de criança esborrachada no porta bagagens, fez isso mesmo à nossa frente. Apitadela, olha para nós, faz um ar de "não se metam onde não são chamados" e tunga, lá vai ela, em marcha atrás, metendo pela via de onde poderia surgir um carro a uma velocidade razoável (uma vez que se prepararia para entrar numa auto-estrada).

Ela não ia muito depressa, e fez a manobra mesmo nas nossas barbas. A espingarda de paintball teria dado TANTO jeito.

Quer dizer, se os senhores "automobilistas" quiserem pegar nos seus carrinhos, colocarem-se em fila à beira de um penhasco e avançar, não tenho nada contra. Estão no seu direito, e não magoam terceiros.

Sempre que vejo uma calinada destas penso a mesma coisa. Há bestas em quem eu tenho de confiar todos os dias a minha vida e a do meu filho e, se os conhecesse, não lhes confiaria sequer, a minha roupa suja.

Ter uma espingarda de paintball e disparar contra o carro duma caramela destas é crime? E, se for crime, qual é a pena? Valerá a pena?

O impacto da comunicação social no quotidiano lisboeta

Jonasnuts, 29.10.07
Não sei se será assim nas outras cidades, mas em Lisboa é o que constato.

Com o advento (adoro esta palavra) dos jornalinhos grátis, já não chegava os distribuidores (sempre gente muito bem apessoada) colocarem-se nos pontos estratégicos de entrada e saída de transportes públicos. Não. Eles querem ir mais longe, quer chegar à classe A, AB e C, e por isso, colocam-se estrategicamente nos semáforos. E toca de distribuir os jornalinhos pelos carros que estão parados.

Acho muito bem, não teria nada contra, não fosse o facto dos carros ficarem, muitas vezes, à espera que chegue o ardina improvisado. E ficam parados mesmo que já possam andar. Tendo em conta que há sítios onde há ardinas de 3 jornais diferentes, e que os carrinhos ficam à espera que lhes chegue aquela preciosa (e nada redundante) fonte de informação, o impacto é grande. No trânsito, no meu estado de espírito, e na minha buzina.

Toscos.

O trânsito de Lisboa

Jonasnuts, 26.10.07
O trânsito de Lisboa é, habitualmente caótico, especialmente em horas de ponta, mas não é obrigatório. Já apanhei bichas (eu cá não sou de eufemismos), bichas (e repito) a horas perfeitamente insuspeitas, e já apanhei abertas em horas de ponta. Mas é cada vez mais raro.

Presumo que todos estão de acordo acerca do factor stress que o trânsito de Lisboa provoca nos cidadãos que são obrigados, todos os dias, a fazer a sua vidinha de sai de casa, põe criança na escola, vai para o trabalho, vai buscar o puto à escola e vai para casa.

Não sei das outras pessoas, mas eu tenho horários. Mais importante, o meu puto tem horários. Os horários do meu puto são mais importantes que os meus. Quero que ele seja uma pessoa pontual, e respeitadora do tempo dos outros, e dos seus compromissos. É com muito orgulho que ele me mostra o boletim de avaliação periódica a dizer "aluno assíduo e muito pontual". Eu também fico orgulhosa, porque sei o esforço que me exige, levantar-me com as galinhas, para ele estar, a horas, na escola. Odeio levantar-me cedo. Sempre odiei. Mas esforço-me por passar a mensagem certa, que nesta coisa de filhos, não há como as acções. Funcionam muito melhor do que o paleio.

Os horários do meu filho são os mais importantes do mundo.

Como é que eu explico ao meu filho que, por causa de uns senhores que não conhecemos de lado nenhum, milhares de pessoas vão chegar atrasadas aos seus trabalhos, aos seus compromissos, às suas aulas?

E depois o mesmo, ao fim do dia. Quantos pais chegaram tarde para ir buscar os seus filhos à escola? Quantos pais chegaram a casa em cima da hora de jantar, com uma enorme dose de stress, já sem paciência para os banhos, as brincadeiras, o jantar?

Porque é que aqueles senhores, em plena hora de ponta, têm auto-estradas inteiras, fechadas para poderem passar?

O que é que aqueles senhores são mais do que nós?

Não vou cair na piada fácil do filho da Putin. Porque o Putin não tem culpa nenhuma. A responsabilidade passa por quem aceitou as condições que o pessoal da segurança do Putin impôs. Ou então arranjavam uma pensão modesta em Mafra, e espetavam com o gajo por lá. Sei lá, qualquer coisa ali perto, que não obrigasse a deslocações de vários Km, à hora de ponta da manhã e à hora de ponta do fim do dia.

Deve ser qualquer coisa relacionada com a mania das grandezas, de pobrezinho mora longe. Fechaste a praça vermelha para eu poder fazer jogging para a fotografia? Ok, eu fecho várias vias de comunicação, centrais, de acesso à capital do meu país, para tu poderes ir ali a Mafra. Diz que tem uns pastelinhos muito bons.


Imagem da A5 hoje, às 9h00 da manhã, com um contingente policial a impedir a entrada de carros, no sentido Lisboa - Cascais.

Aquel gente toda que se vê de pé, para além dos polícias, são motards, desmontados, em amena cavaqueira.

Claro que o trânsito no sentido contrário atascava por causa dos palermas dos curiosos. Mas isso fica para outro post.

Hélderes

Jonasnuts, 21.10.07
Há 15 dias, na A17, a estrear a A17, por sinal.
Íamos na faixa da esquerda, a passar uma carrinha Audi. De repente, imediatamente antes de passarmos a carrinha, esta assinala pisca para a esquerda e começa, sem razão aparente, a chegar-se para a faixa onde íamos. Atalhou caminho, voltou à sua faixa, assinalando o facto com o pisca da direita.

Quando passámos por eles, olhei-os com insistência.

Como eram? - Perguntou ele.
Eram uns Hélderes - Respondi eu.
Vamos fugir desses gajos, que são um perigo - Acrescenta ele.

Fugimos.

10 Km mais tarde, os Hélderes param na berma, saem do carro, colocam o chapéu típico da farda da polícia de trânsito, e sacam-nos €300. Disponibilizam vários métodos de pagamento. Cheque, multibanco, visa.

Uns modernaços, estes evangelizadores.