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Jonasnuts

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Codebits - O post final

Jonasnuts, 27.11.07
Antes de mais, o disclaimer do costume. Este é um Blog pessoal, não representa necessariamente a opinião ou o posicionamento da empresa onde trabalho.

Falei com muitas pessoas quer do SAPO quer de fora, e li muitos em muitos Blogs opiniões sobre o Codebits, e há muito tempo que não via nada tão consensual. Como ainda hoje me descreveram, fucking awesome. E eu subscrevo.

O evento foi muito bem organizado, estava tudo muito bem, o ambiente era fantástico, os objectivos foram cumpridos, as expectativas ultrapassadas, muito ultrapassadas.

Limem-se umas pequenas arestas, para o ano será o top of the pops.

Este era o disclaimer, porque agora vem o resto. Não conheço mais ninguém que partilhe desta minha opinião, e desde pessoas top level até aos soldados rasos, ninguém concorda comigo.

Eu explico.

Eu tenho esta mania de me interessar pelo que se diz do SAPO, na Blogosfera. Muitas vezes intervenho nos comentários de posts que falam sobre o SAPO. E vejo com frequência uma postura de "vocês do SAPO só copiam, e não inovam", ou "se eu estivesse no vosso lugar, faria assado e frito e cozido", ou ainda "e porque é que vocês não fazem não sei o quê, que é tão fácil e simples".

Quando há uns meses valentes o Celso me falou do conceito do Codebits, a minha primeira ideia foi: fixe! Cool! Agora vamos obter da comunidade aquilo que andam a prometer. Agora eles vão ter a oportunidade de nos mostrar o que é que fariam no nosso lugar, como andam a prometer. Vão poder pôr as mãos na massa.

Participei na organização com o que pude, e estava ansiosa pela sessão de apresentação dos projectos. Não só porque estava verdadeiramente interessada em implementar as boas ideias que se aplicassem ao meu projecto (com a colaboração e a creditação dos seus autores, evidentemente), mas também porque queria muito ver o que é a comunidade queria ver feito, no SAPO.

Bem sei, um pouco mais de dia e meio para produzir e minuto e meio para apresentar não dariam para grandes folestrias, mas eu estava à procura de ideias, e não de ferramentas para pôr em produção no dia seguinte.

E, a verdade é que não vi nada que tivesse feito tchan. Vi muitas coisas engraçadas, vi coisas porreiríssimas, vi coisas originais, sim senhor, eu vi. Mas não achei que a comunidade tivesse aproveitado a oportunidade que lhe foi oferecida de bandeja, para nos dizer em que é que nós devemos inovar.

O projecto mais interessante, para mim, foi o da ferramenta que tira cafés. Mas apenas porque eu gosto muito de café e porque passo a vida a dizer que aquela plataforma X só lhe falta tirar cafés.

Acho que para o Codebits 2008, agora que o conceito já está mais apreendido pelas pessoas, essas ideias vão chegar. Prezo e tenho em muita consideração a comunidade geek, de outra forma não andaria atenta ao que dizem,  espero que tenham visto como funciona, e que, para o ano que vem, aproveitem a oportunidade de forma ainda mais bombástica.

SAPO Codebits

Jonasnuts, 19.11.07
Não, não vai ser um post redundante. Já li muito sobre o Codebits e tenho a minha opinião, que já partilhei com quem de direito.
No fundo, acho que se semeou. Para o ano será certamente melhor. A organização poderá limar algumas arestas, aprender com esta experiência, e melhorar. Os participantes já terão mais know-how. Já terão tido tempo para pensar em algumas coisas. Não é levar o trabalho feito de casa, mas é amadurecer algumas ideias. Este ano andámos um bocado aos papeis, quer do lado de quem organizou quer do lado de quem participou. Este ano foi muito bom, para o ano será ainda melhor.

Mas este post não tem a ver directamente com o Codebits, mas sim com uma conversa que tive por lá. Alguém falava das vantagens dos super programadores.

E que os super programadores é que eram bons, porque eram uns génios, e porque apesar de terem poucas competências sociais, bem orientados eram capazes de resolver os problemas dos utilizadores. E que por serem génios, e terem a postura de the user is a looser, eram pessoas e mentes superiores e por isso mesmo uma mais-valia para qualquer equipa.

Fiquei estupefacta, embasbacada de espanto, afinal de contas estava ali alguém que alegadamente formava estes super programadores, a tecer-lhes largados elogios a características que eu abomino e dispenso. O que ele achava o supra sumo da farinha amparo eram pessoas com quem eu correria de uma equipa minha na primeira oportunidade.

Ainda tentei argumentar. Mas não, era escusado. Porque na perspectiva do meu interlocutor, a distância entre o utilizador (o tal looser) e o super programador era algo desejável e até louvável.

Ainda meio atordoada levantei-me (estava sentada num puff) e disse que se calhar eram muito interessantes, mas que dispensava de qualquer equipa minha uma pessoa que se achasse superior aos utilizadores. Uma pessoa que se acha superior é porque não compreende os problemas. Até pode ser muito competente, tecnicamente, mas se não percebe os utilizadores não consegue perceber os seus problemas, logo, não os consegue resolver.

O senhor fez um ar igualmente estupefacto, e eu percebi claramente que nunca iríamos conseguir comunicar. Felizmente alguém me chamou, e eu despedi-me, mais delicadamente do que é habitual. No meu caso, a delicadeza é uma ironia. Mas ele não sabe.

Esta interrupção fez com que eu tivesse deixado o meu raciocínio por concluir.

Do que eu gosto é de ter na minha equipa pessoas que sejam competentes, inteligentes e atentas e que, por isso mesmo, percebem os problemas dos utilizadores. Não se sentem superiores, sentem-se úteis. Qualquer pessoa na minha equipa faz apoio a Cliente. É fundamental. Aprendemos todos. Qualquer pessoa na minha equipa usa a plataforma em que trabalha. Ninguém desenvolve uma plataforma durante o dia e vai à noite para casa, dormir com o inimigo. Pelo menos não o faz durante muito tempo.

Não quero geniozinhos excêntricos, que usam as suas competências e a sua linguagem para se distanciarem das pessoas para quem trabalham, tentando sentirem-se superiores. Quero pessoas normais, que dêem o litro, e que pensem, e que se ponham no lugar dos utilizadores, uma e outra e mais uma vez.

E sabem que mais? Mais coisa menos coisa, é isso que eu tenho. :)

SAPO Codebits

Jonasnuts, 25.09.07
SAPO Codebits


É complicado, para mim, escrever este post. Por um lado estou ligada à organização do evento, por outro tenho uma opinião pessoal que não pode ser confundida com a opinião da organização.

É a história dos chapelinhos, que ultimamente é tão frequente. Às vezes começo uma conversa com "eu, na qualidade de responsável pelos Blogs do SAPO estou a convidar-te a ti, na qualidade de autor de um Blog para....". Tenho, com frequência, de contextualizar as pessoas no que diz respeito ao chapelinho que estou a usar.

Então, neste momento, o meu chapelinho é o de dona deste Blog (olhem para a Tag principal), com uma opinião pessoal. Esta opinião pessoal não reflecte, obrigatoriamente, a opinião da organização do SAPO Codebits ou do SAPO.

Ouve-se, com frequência (e com razão) que se faz pouca coisa em Portugal na área das novas tecnologias, que se organizam poucas conferências, que uma pessoa para participar em eventos desta área tem sempre de ir para fora. É verdade, eu própria já disse aqui, por outras razões, que nós estamos "na periferia da informação, na trafaria dos happenings".

O problema é que quando alguém faz alguma coisa, ou tem alguma iniciativa, chegam logo as vozes do contra. O Pecus queixa-se exactamente da mesma coisa quando se meteu a organizar a Shift, eu vi isso com o Barcamp e agora vejo que há algumas vozes críticas em relação ao Codebits.

Não me interpretem mal, eu acho que as críticas são uma óptima forma de melhorar o nosso trabalho, eu gosto de críticas mas, e o mas aqui é o que conta, depende das críticas. Se são críticas pouco construtivas e/ou invejosas, não valem nada.

A crítica que tenho visto com mais frequência, é a da data, a meio da semana, já no que diz respeito ao Barcamp, as mesmas pessoas criticavam o facto de ser num fim-de-semana.

Houve quem tivesse confundido o SAPO Codebits com uma Campus Party, o que significa que não percebem nada destas coisas, são meros apreciadores de gadgets, mais do que reais  geeks.

E por fim, houve quem tivesse dito que estávamos a copiar o Yahoo! Hackday.
Duh? O Celso foi o primeiro a creditar o Yahoo! Hackday.

Em que ficamos, meninos?

Vocês não têm idade para serem velhos do restelo. Critiquem, mas construtivamente. Senão, deixem-se ficar quietinhos na trafaria, e deixem passar quem não está interessado em manter-se nos subúrbios.

SAPO Codebits

Jonasnuts, 21.09.07
Pede-me o Celso, no engano de pensar que eu tenho larga influência junto da comunidade geek em Portugal, que divulgue no meu Blog este evento que o SAPO está a preparar. Já o desenganei, mas ele não acredita.

Chama-se Codebits, e vai ser em Novembro, em Lisboa. Estou vagamente envolvida na preparação, na medida em que no SAPO toda a gente se envolve nestas coisas, e a minha costeletinha geek (mesmo que apenas por afinidade) não me deixa ficar longe destas coisas.

É dirigida a jovens (seja de corpo, seja de espírito) que queiram mostrar que têm talento.

Depois de tantas vezes ter ouvido dizer que há talento mal aproveitado, e que não há oportunidades, em Portugal, de se mostrar esse talento, aqui fica o desafio.

Há uma explicação mais pessoal no blog do Celso, mas o site oficial é aqui (work in progress), e o Blog (obviamente alojado no SAPO), está aqui.

Agora quero ver se os talentosos de serviço aparecem, porque é isso que se pretende. Nós tratamos da infra-estrutura, do equipamento, das instalações e da organização, boa disposição também se arranja, mas dava jeito se vocês também trouxessem alguma, e o tal do talento, iniciativa e engenho.

Acima de tudo pretende-se que seja MUITO divertido.