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Jonasnuts

Jonasnuts

A ressacar

Jonasnuts, 01.09.08

15 dias completos sem Internet. Cobertura de rede em S. Martinho do Porto, é mentira. Never again.

 

Qual router, qual banda larga, qual computador topo de gama. Népia. Não havia pauzinhos de rede. Nem 3G nem GPRS.

 

Resultado? Um stress do caraças, uma caixa de correio com mais de 1000 mensagens à chegada, um leitor de feeds com mais de 3000 novos posts, e, o pior, uma espécie de perda de contacto com a realidade que me deixou doente, quase literalmente. Não volta a acontecer.

 

Nestas quase 3 semanas não se passou quase nada, a julgar pelos Blogs. Uma séria de assuntos chatos, já não posso ouvir falar de criminalidade, nem de Phelps, nem do presidente da república, nem do divórcio.

 

Fico-me pelo tema que mais tinta fez correr, o da prestação da comitiva olímpica portuguesa.

 

Eu tenho os jogos olímpicos atravessados. Nunca saberei se poderia lá ter chegado, nunca saberei se o potencial que viram em mim, quando era miúda, se concretizaria. Fiz natação de competição, a minha especialidade era a velocidade, no crawl. Diz quem acompanhou que eu tinha jeito, e as competições em que participei, ganhei. Mas há 30 anos, a profissão "nadadora" não tinha futuro (hoje tem?) e a exigência que os ritmos dos treinos impactavam com a família toda. Jantares fora de horas, todos os dias, pouco tempo para trabalhos de casa, e o facto de ser muito elegante dentro de água, mas um armário fora dela fizeram com que os meus pais acabassem cedo com a coisa. Ficou-me atravessado até hoje. Não sei, nem nunca saberei, se teria, de facto, podido ir aos Jogos Olímpicos. Portanto, não fui, mas gostava de ter ido.

 

Isto tudo leva-me não tanto à prestação da comitiva portuguesa, mas aos comentários que se ouviram por cá. Principalmente antes das medalhas.

 

"À hora do jantar, enquanto come as costoletinhas de borrego com arroz de feijão feitas pela D. Lídia, o Sr. Soares, o esposo, comenta com a esposa que é uma vergonha. Já viste os rapazes e as raparigas? Não querem trabalhar, querem é ir viajar à borla, não se esforçam, e vão para lá, à nossa conta, com os nossos impostos. É para isto que andamos nós a trabalhar e a pagar impostos.

A D. Lídia, enquanto desenforma o pudim ara a sobremesa do Sr. Soares vai ateando a conversa com uns "é uma vergonha" e "a juventude de hoje é uma vergonha".

 

Andam à volta disto mesmo durante todo o jantar. Andam à volta é como quem diz. Ele anda à volta, ela anda atrás, obediente, concordante.

 

Um pouco cansada da conversa, a D. Lídia aventura-se como uma mudança pouco subtil de assunto. Ó Soares, veio cá hoje o homem dos caxilhos, trazer o orçamento para fechar a marquise. Em alumínio castanho, lacadinho como nós queremos. Ele diz que se quisermos factura é mais caro, por causa do IVA. Eu disse-lhe que queríamos sem factura, que a diferença faz jeito para darmos de entrada para a estante do quartinho do Fenandinho.

 

Fizeste bem filha, fizeste bem."

 

Não me venham falar da merda dos impostos. Devem ser da mesma raça daqueles que sempre que estão a ser atendidos num serviço público sacam logo da cartola com o "são os meus impostos que lhe pagam o ordenado, por isso respeitinho". Coisa que me acontece com alguma frequência, quando refiro que trabalho na PT, coisas do passado, que custam a passar. Quando me dizem isso não desfaço o engano, e devolvo resposta rápida, olhe, então se me paga o ordenado, arranje-me lá um aumento, que o meu ordenado é uma merda e não paga o trabalho de estar aqui a aturá-lo.

 

Identifiquem mínimos exigentes (e não mínimos para português ver), acompanhem o trabalho dos atletas durante todo o ano. Dêem prémios a quem se dedica e se esforça e se suplanta. Multem ou deixem de apoiar quem faz o contrário, de forma sistemática. Não prometam medalhas. Sejam sérios. Dêem aos atletas uns cursinhos de como falar com a comunicação social, alguns estão bem precisados. Eduquem a comunicação social (que alguma também precisa), e deixem de lado a cultura de apenas olhar para os vencedores das medalhas.

 

Pela parte que me toca, parabéns a TODOS os atletas que lá foram, e se esforçaram, independentemente dos resultados. Um abraço especial à Naide Gomes. No matter what, continua a ser uma atleta de topo. E quando ganhar qualquer coisinha no mundial, ou nos europeus, ou em Londres, espero que dedique a medalha a todos quantos a vilipendiaram por causa da sua prestação nestes jogos olímpicos. Que lhes dedique a medalha da forma mais rectal possível.

Abrandar

Jonasnuts, 06.08.08

Normalmente quando vou de férias, demoro uma semana até conseguir desligar quase completamente. É uma semana de férias quase perdida, porque o telefone toca, o ritmo, apesar de mais brando, não é aquele completamente calmo. Não são só as solicitações exteriores, é também o meu próprio ritmo, ando acelerada durante uns tempos, até conseguir abrandar.

 

Ora, convenhamos, isto é um disparate. Este ano optei por uma estratégia diferente. Comecei a abrandar antes de tempo. Trabalho normalmente, mas já comecei a desligar, já não vejo tantas vezes o mail quando estou em casa, já não estou colada ao computador durante grande parte da noite, já estou a abrandar.

 

Resultado? Acho que, pela primeira vez na minha vida, estou de facto ansiosa pelo fim da semana, e pelo início das férias.

 

Em busca dos clássicos

Jonasnuts, 22.07.08

Há imensos planos, para estas férias, as bicicletas, o descanso, a piscina, a calma e coiso e tal, mas faltava-me algo. Tenho saudades de ler. Sempre li muito, desde muito cedo. Ficava muito tempo sozinha em casa, e a biblioteca era diversa. Não havia computadores, nem consolas, nem televisão durante a tarde, os trabalhos de casa eram despachados em 3 tempos, sobrava muita hora para queimar. Ler era a opção, e marchava tudo. Li Émile Zola cedo demais, para mim uma taberna não tinha nada a ver com A Taberna. Policiais era ao quilo, enciclopédias, livros de miúdos e de graúdos.

 

Sempre adorei ler.

 

Com o computador, e a miudagem, a casa, o dia-a-dia, foi fugindo o tempo, e a leitura foi sacrificada, pelo menos a dos livros. Não tenho tempo, nas férias, de pôr a escrita em dia, mas quero atirar-me aos clássicos.

 

Guerra e Paz, Ulisses (o do James Joyce) e essas coisas assim "pesadonas".

 

Quais foram os clássicos da vossa vida? Alguma sugestão?

Horário de Verão

Jonasnuts, 19.06.08

A entrada em vigor do horário de Verão não acontece quando muda a hora.

 

Na realidade, e pelo menos para mim, a hora de Verão entra em vigor quando acabam as aulas do puto. Já não tenho de me levantar de madrugada para o pôr na escola a horas.

 

O meu horário de Verão começou ontem.

 

São quase 3 meses durante os quais os meus níveis de stress baixam substancialmente, e as minhas horas de sono disparam na proporção inversa.

 

Quase tão bom como os 4 meses de férias grandes que tínhamos há uns anos.

Crise? Está tudo grosso?

Jonasnuts, 31.03.08
Qual crise?

Ando à procura de casa para alugar durante as férias grandes. Não julguem que vou adiantada, a casa que costumo alugar já está reservada, portanto, toca de andar à procura, que não quero que me aconteça o mesmo que aconteceu o ano passado, em cima da hora a casa do costume borregou e toca de andar à procura de algo para desenrascar.

Como mãe de uma criança que anda na escola sou obrigada a fazer férias em Agosto. Este ano fico com a segunda quinzena.

Ora, eu não sou esquisita, nem faço qualquer questão de ir para o Algarve. Preciso de praia perto (ou piscina), e de um T3. Ou um T2 com sótão. No litoral, centro sul. Basicamente, de S. Martinho até Sagres, qualquer coisinha serve.

Andei a ver preços.

Mas está tudo grosso? Um apartamento T3, em Corroios (Corroios, pelo amor de Deus), e passa para cá 700€ por semana?

Eu não sou esquisita, a sério que não sou esquisita. Onde é que as pessoas normais (e tesas) passam férias?