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Jonasnuts

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Arrumadores de Lisboa

Jonasnuts, 13.09.07
Há muito tempo que não há aqui um post relacionado com condução, nem com mau-feitio.

Este é um dois em um.

Qualquer pessoa que conduza em Lisboa já passou pela experiência de ter uns "arrumadores" a chamar a atenção para lugares óbvios, daqueles que ninguém deixa escapar, a fazer grandes sinalefas, somo se houvesse qualquer possibilidade do lugar escapar à vista. Gosto particularmente quando os senhores esbracejam no meio de um parque de estacionamento, onde é óbvio que há lugares (na maior parte dos casos, pelo menos) e onde nos é cobrado (muitíssimo, por sinal), por esse lugar. Nunca lhes dou dinheiro.

Só quando existe de facto uma mais valia é que dou uns trocos ao "arrumador". Se o lugar era invisível, ou se vai alguém a sair e eu não dei por isso.

Mas, o que me faz mais confusão, são aqueles caramelos que se põem a gritar "troça tudo, troça tudo, agora destroça para o outro lado". Quer dizer, eu nem na instrução precisava de ajuda para estacionar o carro, e conduzia um Mercedes 240D (grande direcção assistida), agora, que tenho um Smart, as instruções são obviamente desnecessárias.

Hoje apanhei um desses gritadores, esbracejadores. No lugar onde estacionei, cabiam 3 Smarts e o senhor insistia em berrar, como se não houvesse amanhã, como se eu estivesse prestes a atirar o carro de um precipício abaixo.

Não resisti. Abri a janela. Esperei que se aproximasse. Dei-lhe as boas tardes e perguntei:
- O senhor tem carta de condução?
- Não, não tenho.
- Eu tenho, muito obrigada.

E não, não lhe dei a moedinha. E sim, ele parou de esbracejar e de berrar.

Túnel do Marquês e a taxa de sinistralidade

Jonasnuts, 05.09.07
Não percebo como é tão baixa a taxa de sinistralidade no Túnel do Marquês.

Só há nota de meia dúzia de acidentes, desde que abriu.

Isso espanta-me, porque o túnel tem, de facto um problema grave de visibilidade.
Não por ser escuro, é porque qualquer condutor consciente e cumpridor não pode tirar os olhos do velocímetro, a fim de não exceder os 50Km/h, para não ser multado.

Ora, como qualquer carro, por mais chaço que seja, não consegue não ultrapassar os ridículos limites impostos, repito, espanta-me, que não haja mais acidentes.

O segundo maior clube do mundo

Jonasnuts, 25.07.07
Não há dúvidas quanto ao maior clube do mundo, é o Glorioso, evidentemente.

Mas as questões levantam-se à volta desse obscuro segundo lugar. Há quem diga que é o ACP, há quem diga que é o Círculo de Leitores.

Pretende este post desmistificar esses mitos urbanos.

O segundo maior clube do mundo é o Cat - Clube dos Amigos do Travão.

Encontro membros deste clube com frequência diária.
São muito homogéneos os sacanas, homens, mulheres, novos, velhos, aceitam tudo, não há limitações, não é invite only.

E como é que identificamos os membros deste clube? Simples. São aqueles caburros que tendo a via/estrada/caminho completamente livre à sua frente, insistem em dar carinhosos toques de travão. Já pensei em aprender código Morse, só para ver se eles usam essa linguagem, mas nunca tive tempo.

Atenção, são particularmente activos em auto-estradas.

Para os interessados em juntar-se a este clube, é bom saberem que, por mais €2.99 por ano e pertencem igualmente ao Clube "Da faixa da esquerda ninguém me tira" e ao Clube "120Km/h já é a velocidade máxima, por isso aguenta com os cavalos aí atrás e já gozas".

Eu continuo a tentar formar o Clube do Paintball, mas ainda não recebi quaisquer inscrições.

Colégio do Bom Sucesso

Jonasnuts, 31.05.07

Todos os dias de manhã, depois de pôr o meu filho na escola, tenho de passar pela rua do Colégio do Bom Sucesso.

A rua em causa tem 2 vias, uma em cada sentido e tem um semáforo mesmo à porta do colégio.

Não há, em frente ao colégio, muitos lugares de estacionamento, mas há IMENSOS lugares para estacionar os carros um pouco antes e um pouco depois. Quando digo um pouco antes refiro-me a 50 metros, não é portanto uma distância difícil de percorrer a pé, mesmo com crianças pequenas.


Devem andar muitos alunos no Colégio do Bom Sucesso e eu por acaso conheço os pais de alguns desses alunos e sei, não só porque já vi mas também porque já me disseram, que estacionam os seus carros em sítios onde não incomodem, e vão a pé, pôr os filhos. Este grupo será certamente a maioria.

Mas o meu problema são as minorias. Presumo que sejam uma minoria. Espero que sejam uma minoria, mas são, mesmo assim, uma minoria muito invasiva e expressiva, pelo menos no tipo de impacto que têm na vida dos outros.

São o grupinho de pessoas que, em vez de estacionarem os seus carros em sítios onde não incomodem, estacionam na faixa de rodagem, param o carro no semáforo (mesmo que esteja verde), e esperam, enquanto as crianças saem do carro e vão sozinhas ao porta bagagens recolher as mochilas, e depois regressam para o beijinho, e depois lá se encaminham para a entrada da escola. Os pais arrancam apenas depois de se assegurarem de que as crianças entraram na escola, portanto, o tempo do sinal passar para vermelho e depois para verde de novo.

Muitas vezes ainda esperam um bocadinho, para trocarem umas impressões com outros pais que ali estão na mesma situação (cada um ocupando a sua via).

Ignoram sobranceira e arrogantemente todos aqueles cuja vida estão a dificultar.

Não passam carros, nem eléctricos, nem autocarros. passam motas e é com sorte.

Pergunta: Que tipo de valores é que estes pais estão a transmitir aos seus filhos? Olha, faz o que quiseres, não te importes com os outros, os outros que esperem.

Não é possível responsabilizar o Colégio, mas também não é possível desresponsabilizá-lo. Contratem um polícia, mandem circulares para os pais (foi o que fizeram na escola do meu filho, que nem é longe, e salvo raras excepções, tem funcionado lindamente), penalizem as crianças cujos pais têm este tipo de atitudes, sei lá, inventem qualquer coisa para resolver o problema.

Acho extraordinário, que um colégio que assume no seu ideário o compromisso de cultivar nos seus alunos os valores de "sentimento de serviço em prol do colectivo" permita a continuação desta situação.

Olha para o que eu digo não olhes para o que eu faço?