Relações com coisas
Jonasnuts, 22.07.07
E não me refiro nem a essas relações, nem a essas coisas.
Refiro-me às relações que criamos (crio?) com objectos.
Por motivos que não interessa aprofundar, estou a esvaziar uma casa onde vivi durante uns anos valentes, e onde estavam quase todas as minhas coisas (lixo) provenientes de outras moradas que fui tendo ao longo da minha vida.
Desde que adquiri o direito à propriedade de coisas, que tenho dificuldades em deitá-las fora. Portanto, digamos que acumulei uma razoável quantidade de lixo. Como o metro quadrado não é barato, a minha actual casa não comporta todo o meu espólio, há que fazer uma selecção.
Hoje passei o dia a rever e a recuperar memórias, e a deitá-las fora. Deitei fora muita coisa, uma amálgama de envelopes do banco, por abrir, de 1987, recibos de vencimento, material de economato de projectos por onde passei, fotografias de pessoas com quem partilhei algum do meu tempo, enfim, um sem fim de pequenas coisas que, em dado momento, foram importantes.
O mais difícil de deitar fora foi, curiosamente o meu vídeo Betamax, de mil novecentos e oitenta e qualquer coisa, junto do qual passei looooongas horas, a gravar videoclips (na altura chamavam-se telediscos), e que usei para gravar o Live Aid (sim, tenho o DVD, mas a gravação original com os comentários portugueses tem outro sabor).
O coitado sofreu muito às minhas mãos. E a Toshiba tinha ali uma máquina robusta já que, para passar o que passou e apenas dar o real berro mais de 20 anos depois, não é para todos.
Mas era inevitável. Depois de muitas horas de utilização extrema, uns anos de armazenamento em condições abaixo do deplorável, a sua alma tinha de ir ter com o seu criador. E foi. Deixei-o ali, ao lado do caixote do lixo. E custou-me.
Porque é que criamos este tipo de relações com este tipo de objectos?
Ou sou só eu que, como diz o Pedro a quem visita o SAPO, sou um pouco diferente?
Refiro-me às relações que criamos (crio?) com objectos.
Por motivos que não interessa aprofundar, estou a esvaziar uma casa onde vivi durante uns anos valentes, e onde estavam quase todas as minhas coisas (lixo) provenientes de outras moradas que fui tendo ao longo da minha vida.
Desde que adquiri o direito à propriedade de coisas, que tenho dificuldades em deitá-las fora. Portanto, digamos que acumulei uma razoável quantidade de lixo. Como o metro quadrado não é barato, a minha actual casa não comporta todo o meu espólio, há que fazer uma selecção.
Hoje passei o dia a rever e a recuperar memórias, e a deitá-las fora. Deitei fora muita coisa, uma amálgama de envelopes do banco, por abrir, de 1987, recibos de vencimento, material de economato de projectos por onde passei, fotografias de pessoas com quem partilhei algum do meu tempo, enfim, um sem fim de pequenas coisas que, em dado momento, foram importantes.
O mais difícil de deitar fora foi, curiosamente o meu vídeo Betamax, de mil novecentos e oitenta e qualquer coisa, junto do qual passei looooongas horas, a gravar videoclips (na altura chamavam-se telediscos), e que usei para gravar o Live Aid (sim, tenho o DVD, mas a gravação original com os comentários portugueses tem outro sabor).
O coitado sofreu muito às minhas mãos. E a Toshiba tinha ali uma máquina robusta já que, para passar o que passou e apenas dar o real berro mais de 20 anos depois, não é para todos.
Mas era inevitável. Depois de muitas horas de utilização extrema, uns anos de armazenamento em condições abaixo do deplorável, a sua alma tinha de ir ter com o seu criador. E foi. Deixei-o ali, ao lado do caixote do lixo. E custou-me.
Porque é que criamos este tipo de relações com este tipo de objectos?
Ou sou só eu que, como diz o Pedro a quem visita o SAPO, sou um pouco diferente?