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Jonasnuts

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Comunidades - ter ou não ter, eis a questão.

Jonasnuts, 22.04.07
Vamos começar pelo disclaimer da ordem. Trabalho em serviços de comunidade online há uns anos. Precisemos, há mais de 10 anos. Digamos assim que tenho alguma experiência na "gestão" de comunidades (e daqui a pouco explico as aspas).

Tenho vindo a notar, ao longo destes mais de 10 anos que, do ponto de vista de quem "aloja" a comunidade, a atitude tem vindo a mudar. Mas não muito.

A atitude de alguns gestores com quem me cruzo não é muito diferente da atitude do Carrilho, no tempo do Terràvista.

Hoje em dia toda a gente fala de projectos de comunidade, que querem dinamizar e incentivar o crescimento da comunidade, que querem encorajar a participação da comunidade.

Mas, quando a comunidade começa a crescer, e a intervir, e a ganhar peso, começam os medos e os receios. E começam a ser usadas as ferramentas de moderação, para que a comunidade se possa exprimir, mas apenas dentro de determinados limites. Os limites de quem aloja.

É vulgar, nos dias que correm, e na sequência do advento web 2.0 (expressão que neste momento já está ao nível da Blogosfera, no meu top de expressões odiadas), ver projectos de comunidade, para a comunidade e comunitários a serem lançados (ou planeados) tendo logo de início restrições que vão limitar não só o números de pessoas que poderão/quererão participar, mas, sobretudo, já com muitas regras, de forma a impedir os "malefícios" da comunidade. Quase ninguém acredita na auto-regulação (eu sou o quase :)

O que esta gente não percebe, é que uma comunidade não é "gerida" de fora, gere-se de dentro. Se não pertencermos à comunidade, não conseguimos "geri-la".
Se eu tenho um serviço de comunidade, e não uso esse serviço, nem participo nos debates que fazem acerca desse serviço (ou participo numa postura arrogante e/ou de marketing), estou a descredibilizar a minha participação.

A expressão mais ouvida é:


"Isso é perigoso. Eles vão dizer mal de nós".

Pois vão, e nós lá estaremos. Para ouvir, rebater, debater, explicar, concordar, discordar, corrigir.

Porque.....ponto número um, mal de nós vão dizer de certeza absoluta, seja ali seja noutro sítio qualquer, e, ponto número dois, se chegamos a um espaço público, online, e apenas vemos opiniões positivas......desconfiamos, certo?

E depois, porque ter uma comunidade exigente e crítica não é mau, pelo contrário, é sinal de que os utilizadores querem ficar e melhorar o serviço. Prefiro esses do que os que viram as costas e vão para a concorrência.

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