Alegadamente
A história tem 3 ou 4 dias. Chamaram-me a atenção para o caso via Facebook. Conta-se em 3 tempos.
A Lúcia comprou um voucher à Odisseias, para um serviço a prestar pela Poneilândia. Quando tentou marcar o serviço que tinha comprado, não gostou da experiência do atendimento.
Até aqui nada de mais. Uma cliente, insatisfeita, que contacta a página que é, ao que tudo indica, a oficial da empresa, e desabafa.
Mas é aqui que pára a normalidade e começa o insólito.
De repente, aquela que parece ser a conta oficial da empresa, desata a fazer likes, e a comentar de forma..... inusitada.
É a primeira vez na vida que vejo o que aparenta ser a marca oficial a fazer like a uma reclamação. Mas não fica por aí, também comenta.
É todo um novo modo de gerir uma marca nas redes sociais, e todo um novo significado para a palavra "beijos".
Retomamos a normalidade, e seguem-se duas dezenas de comentários de pessoas incrédulas com a situação. Mais incrédulas ainda quando se apercebem de que os seus comentários de estupefacção e críticas estão a receber likes, de quem? Pois claro, de quem está a gerir a conta que aparenta ser a oficial da Poneilândia.
E podíamos ter ficado por aqui, mas não. Regressa o insólito.
Obviamente segue-se uma catrefada de comentários, de pessoas que entre o divertidas e o estupefactas, comentam a inépcia de quem gere aquela que parece ser a conta oficial da marca.
E os senhores que estão do lado de lá, dispostos a subir a parada a cada comentário.
Cada cavadela, cada minhoca.
Mas, calma, ainda falta a cereja no topo do bolo.
Portanto, aquilo que tudo indica ser a conta oficial da empresa no Facebook, sugere a pessoas indignadas, os serviços de um gigolo profissional. Confesso, é a primeira vez que assisto a esta estratégia de gestão de marca nas redes sociais.
Desde o início que achei piada ao tema, e depois achei que iria gostar de escrever sobre o tema, pelo inusitado. Mas, gato escaldado da água fria tem medo, e a coisa é mesmo tão má, tão má, tão má, que achei melhor contactar directamente a empresa, no sentido de apurar se de facto se tratava duma conta oficial. Telefonei para o contacto disponível no site. Um número de telemóvel. Chamou, chamou, chamou, atendeu o voice mail. Ok. Tentemos o mail. E assim foi. Um mail simples e educado:
"Boa tarde,
Gostaria de saber se a página do Facebook https://www.facebook.com/poneilandia.tocao é uma página oficial da Poneilândia.
Obrigada desde já.
Melhores cumprimentos
Mª João Nogueira"
Recebo uma resposta:
"Boa tarde, gostaríamos de saber também quem pergunta SFF e o porquê da pergunta, entretanto iremos verificar"
Ok... ao menos responderam, e querem saber porquê. Tudo bem:
"Boa tarde,
Obrigada pela resposta rápida.
No que diz respeito à sua pergunta, que considero muito pertinente, pretendo escrever no meu Blog acerca de um episódio que está a decorrer na conta de Facebook referida, e não queria correr o risco de atribuir à referida conta o estatuto de conta oficial, se de facto não for oficial e assegurada (ou
com gestão subcontratada) pela Poneilândia. Trata-se de apurar a verdade e os factos, antes de escrever :)
Espero ter esclarecido as suas dúvidas.
Melhores cumprimentos,
Mª João Nogueira"
Deixa lá ver, pode ser que os senhores não saibam de nada, e estejam a ver agora a coisa pela primeira vez (eu já vos disse que sou uma ingénua do caraças?)
A resposta até veio de forma relativamente rápida:
"Boa tarde, agradecemos que descreva esse episódio, ou enviaremos hoje mesmo este assunto para o nosso departamento jurídico"
Nos intervalos de rir até à exaustão, tenho estado aqui a pensar se não se trata de uma mera má utilização da língua portuguesa. Assim de repente, acho que também é a primeira vez que me ameaçam de forma tão educada. "Boa tarde, agradecemos que" e depois tungas.
Fiquei sem saber, até agora, se aquela conta de Facebook que aparentava ser a oficial, era afinal de contas oficial, oficiosa ou desconhecida.
E falo no passado, porque pouco tempo depois do mail com a ameaça educada, a conta foi apagada. Daí não haver links neste post.
Sabem aquelas coisas que são tão más, tão más, tão más, tão más que dão a volta e se tornam o máximo? Esta está lá quase. Quase. Mas ainda não.