Os portugueses lêem pouco? Bora taxar as bibliotecas
Transcrição de uma das muitas frases possíveis, do site do plano nacional de leitura:
"Os resultados globais de estudos nacionais e internacionais realizados nas últimas duas décadas demonstram que a situação de Portugal é grave, revelando baixos níveis de literacia, significativamente inferiores à média europeia, tanto na população adulta, como entre crianças e jovens em idade escolar."
"A situação é, sem dúvida, preocupante. No entanto, tanto a escola como as bibliotecas têm procurado intervir na promoção da leitura. E na verdade, nas últimas décadas, assumiram um papel central, desenvolvendo actividades destinadas a cultivar o interesse pelo livro e o prazer de ler."
Assim sendo, fazem todo o sentido as palavras do secretário de estado da cultura, Francisco José Viegas:
“Noutros países, as bibliotecas têm uma contribuição decisiva para o direito de autor, para as sociedades de gestão do direito de autor, porque têm de pagar pelos livros requisitados nas bibliotecas. Em Portugal ainda não foi adoptada essa directiva, mas, a breve prazo, terá de ser.”
É bom ver que o nosso governo tem os seus objectivos e prioridades bem definidos.
Para este governo, é mais importante sacar mais algum aos portugueses, para recompensar uma indústria que não se mexe, do que incentivar à leitura.
Não surpreende, é um facto, mas chateia.
ADENDA: Ler também o que a Paula Simões escreveu acerca da forma que os senhores da APEL usaram para chegar à brilhante conclusão sobre os 40 milhões de euros de prejuízo (no estudo referido pelo secretário de estado).