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Jonasnuts

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Patrick Swayze

Jonasnuts, 15.09.09

 

A Blogosfera política vai falar do Prós e Contras e do primeiro programa do Gato Fedorento (gostei da piada da nano micro pequena e média empresa, que é aquela que é constituída por um anão, maneta, a trabalhar em part-time), e vão muito apropriadamente esmiuçar a participação do José Sócrates e do Ricardo Araújo Pereira mas hoje, nem mesmo essa temática vai ultrapassar, em volume, a Blogosfera Balzaquiana, à conta do Patrick Swayze.

 

E quem é o Patrick Swayze, perguntarão os mais novitos? Morreu ontem, era um actor. Ah, então se era um actor, como é que eu nunca ouvi falar? Porque, meu caro (ou minha cara), é preciso ter-se uma determinada idade. É preciso pertencer-se a uma determinada geração, para gostar (não gostando) de Patrick Swayze. E como ele só fez um filme que marcou uma geração e depois outro de confirmação da excepção que confirma a regra, ou se tem uma idade muito específica, ou não se sabe.

 

E se há uma geração de Balzaquianas que suspiraram à simples menção do nome Patrick Swayze, existe a mesma proporção de gajos de meia-idade que ficam aterrorizados com o senhor, e que devem hoje suspirar, mas de alívio (ou ficar mais aterrorizados ainda, a morte transforma o gajo num mito inatingível).

 

Parick Swayze foi o caramelo que fez Dirty Dancing, que tem a fala mais pirosa e mais épica da cinematografia teen de todos os tempos "Nobody puts Baby in a corner". Isso, misturado com um romance tórrido e com uma banda sonora cuja música mais conhecida ainda hoje me suscita sentimentos contraditórios, faz com que Dirty Dancing, um filme paupérrimo, mas que apanhou toda uma geração de meninas suspirantes e de rapazes que não sabiam dançar, se tenha tornado um clássico.

 

Elas suspiravam que lhes aparecesse um Johnny Castle, eles arrepiavam-se, e bem se esforçavam por menear a anca, sem grande sucesso romântico, mas com um enorme impacto cómico (os mais espertos nem tentavam). Por isso é que há hoje uma geração de homens traumatizados com qualquer movimento que, mesmo que vagamente, possa ser associado à dança.

 

Mais tarde o mesmo rapazito fez Ghost, que deve ter tido o sucesso que teve por causa do capital que Swayze mantinha, dos tempos do Dirty Dancing (como não fez mais nada de jeito entretanto, era fácil manter a aura). Também tinha a Whoopi Goldberg, que ajudou.

 

E não me venham falar dos outros papéis que representou, como o North and South e outros dramalhões, que a malta só via isso à espera de o ver entrar por ali adentro, a menear a anca e com o olhar maroto, mesmo que tivesse vestida uma farda da guerra da secessão.

 

Morreu ontem, Patrick Swayze. Já se sabia que estava doente. Mas este é um daqueles casos em que um actor sofrível, vai ficar na história pelo seu papel num filme igualmente sofrível da década de 80. É o poder das memória adolescente.

 

Viverá para sempre ou, pelo menos, viverá enquanto as Balzaquianas de hoje não sucumbirem às garras da idade, não perderem a memória ou não forem desta para melhor.

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