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Jonasnuts

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Os professores, os doutores e os engenheiros

Jonasnuts, 15.07.09

Esta anda-me atravessada há uns anos valentes.

 

Desde sempre que oiço os estudantes universitários, aliás a comunidade académica em geral, a louvar o ambiente académico doutros países. Inglaterra, Estados Unidos, até Espanha. Porque os professores não são peneirentos, porque não sobem para um pedestal, porque são acessíveis e estão disponíveis para satisfazer dúvidas, debater argumentos. O exemplo mais frequente é o "caramba, até os tratamos pelo primeiro nome, e não há cá senhor doutor, ou senhor professor ou senhor engenheiro".

 

Foi sempre com imenso agrado que ouvia pessoas da minha geração com este discurso. Pensei que era sintomático, e que o síndrome do senhor doutor atribuído a qualquer idiota que completasse uma licenciatura, tão tristemente português, estava a ver os seus últimos dias.

 

Mas, a verdade, é que essa geração licenciou-se (cá dentro, lá fora, não interessa), e o hábito do senhor doutor persiste, na realidade, está cada vez mais forte.

 

Encontro-os todos os dias, nas lojas, em reuniões, nas recepções, nos consultórios. Continua ostensivo, continua até a provocar a dose de respeito que se espera.

 

Mesmo as pessoas que mais veementemente repudiam a coisa, às vezes, é mais forte que elas, e quando dá jeito, lá deixam sair o doutor, assim como quem não quer a coisa.

 

Eu? Eu sou mais criativa. E o meu método é mais eficaz. Mais impacto que uma licenciatura tem um nome sonante. Uso vários, consoante o contexto.

 

Um prefixo académico pode dar jeito, mas se acharem que eu sou familiar da pessoa A ou da pessoa B, obtenho mais e melhores resultados. E mais rapidamente.

 

Recomendo vivamente.

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