Caro Tó Zé Brito
Bem sei que isto já parece spam ou assédio, mas a verdade é que o tema está na ordem do dia e é-me impossível fugir, além de que não quero fugir, pelo contrário.
Na semana passada ia escrever-lhe de novo, para lhe dar conta daquilo que à partida lhe pareceriam boas notícias. Sabe? Aquela coisa dos piratas do Pirate Bay terem sido condenados. Estive vai não vai. Mas depois pensei que a coisa não ficaria assim, e era escusado estar a alimentar as suas expectativas com uma notícia duma condenação que seria certamente revogada na instância seguinte.
E se bem o pensei, melhor o fiz. Calei-me, caladinha, à espera de novo julgamento. Seria portanto um post para daqui a uns meses.
Eis senão quando, mais cedo do que o que eu julgava, chegam más notícias para sua indústria, que rejubilou com a condenação.
Então não é que o juiz que condenou os rapazes afinal tem um conflito de interesses?
Malandro do juiz, que se esqueceu de referir este pequeno detalhe.
A notícia do 2º link está em francês, já que é do Le Monde. Aqui fica a tradução, com os cumprimentos dos meus paizinhos que me obrigaram a ter 8 anos de francês. Para alguma coisa havia de servir.
A condenação dos fundadores do Pirate Bay pode ser anulada
Os 4 responsáveis do Pirate Bay, condenados a 1 ano de prisão efectiva, a 17 de Abril, poderão ver a sua sentença anulada: o juiz que os condenou foi acusado, quinta-feira 23 de Abril, de conflito de interesses a favor da indústria do disco e do cinema.
“O processo poderá ter de ser repetido. Mas nesse caso os advogados deverão solicitá-lo imediatamente “, declarou Leif Silbersky, um dos mais reputados advogados suecos, à radio sueca SR, que havia revelado um pouco mais cedo que o juiz, Tomas Norstrijm, fora membro de diversas associações de protecção dos direitos de autor, ao lado dos representantes da indústria do disco e do cinema.
Tomas Norström é membro da Associação Sueca do Copyright, da qual são também membros Monique Wadsted, a principal advogada da Indústria do disco e do cinema no processo Pirate Bay e Henrik Pontén, o responsável pela Associação Sueca de anti-pirataria Antipiratbyraan, de acordo com a radio sueca.
O Juiz, que é igualmente membro da associação sueca para a protecção da propriedade industrial, não desmentiu estas informações, mas assegurou que não é parcial. “não me considero influenciado por essas afiliações”, defendeu-se.
22 milhões de utilizadores
O magistrado presidiu ao muito mediático processo de três fundadores e do principal financiados do site ilegal de partilha de ficheiros, que foram condenados a 17 de Abril a um ano de prisão efectiva e ao pagamento de 30 milhões de coroas suecas (2,7 milhões de euros) de prejuízos a várias sociedades de produção. Os quarto homens através dos seus advogados exprimiram a sua intenção de apelar da decisão.
Pirate Bay, que conta com mais de 22 milhões de utilizadores em todo o mundo, funciona como uma motor de pesquisa para downloads de filmes, de música e de jogos, mas sem alojar qualquer ficheiro nos seus servidores.