O mail, essa ferramenta ultrapassada
Há uns anos, ter um endereço de mail era uma coisa muito à frente. Foram muitas as vezes em que me perguntaram "o que é esse arabesco aí no meio?". Uma vez respondi que era uma alfarroba :)
A utilização do mail generalizou-se, e ultrapassou as suas competências iniciais. Hoje é frequente usarmos o nosso endereço de mail como forma de login, ou como forma de nos identificarmos perante um serviço. E o serviço de mail propriamente dito está a cair em desuso, pelo menos no que diz respeito às gerações mais novas.
Há poucos dias, indiquei a uma utilizadora um endereço de mail através do qual poderia obter mais esclarecimentos acerca de um determinado tema. Julgava eu que era óbvio que a utilizadora tinha de enviar uma mensagem, para aquele endereço de mail, expondo a questão.
Engano meu. Em resposta à minha recomendação, recebi um "Já adicionei".
Isto significa que, a primeira reacção daquela (jovem?) utilizadora, quando lhe foi dado um endereço de mail, não foi enviar uma mensagem de mail, mas adicionar aquele endereço à lista de contactos, no Messenger.
Os sms também foram criados com um objectivo inicial, mas rapidamente a utilização que foi feita desta ferramenta, ultrapassou esses objectivos.
Isto só prova uma coisa que ando a dizer há muito tempo. Não são as plataformas que fazem os utilizadores, são os utilizadores que fazem as plataformas. E estas, ou se adaptam, ou definham.