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Jonasnuts

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Ada Lovelace Day

Jonasnuts, 07.01.09

Se querem saber quem foi a Ada Lovelace podem ir à respectiva página da Wikipédia, aqui.

 

Mas este post tem pouco a ver com a Ada, tem mais a ver com um movimento de que me apercebi já não sei onde. Twitter, Facebook, leitor de feeds de RSS, link que segui algures, mail que me chegou, sms. No idea. Também não interessa.

 

Parece que alguém sentiu a necessidade de exaltar as qualidades das mulheres em geral, no âmbito das tecnologias. Aparentemente as mulheres que se movimentam nesta área são pouco reconhecidas, pouco referidas, são desvalorizadas, a suas inovações e as suas caras pouco conhecidas. E continua por aí fora, com uma ode às heroínas por cantar. Então pede-se aos Blogs que falem dessas incompreendidas e desvalorizadas profissionais da área da tecnologia.

 

 

Ora isto irrita-me um bocadinho. O mesmo tipo de irritação que me provocam as quotas mínimas obrigatórias.

 

Se há imbecis que discriminam com base no género, é uma resposta igualmente (ou mais) imbecil responder com discriminação positiva.

 

Eu não quero ser contratada porque a empresa x tem de cumprir uma quota mínima de profissionais que têm vaginas em vez de pénis. Eu quero ser contratada (ou valorizada ou elogiada ou repreendida ou despedida) com base nas minhas competências (ou falta delas), e não com base em algo que não escolhi, e que não me define em regime de exclusividade.

 

 

 

Irrita-me o proteccionismo, cheira-me sempre a paternalismo bacoco, mesmo que inadvertido.

 

Eu trabalho há muitos anos numa área ligada à tecnologia. Há mais de 10 anos. Não cheguei a esta área nem por cunhas nem por quotas. Gosto de pensar que me mantenho por aqui, não só porque gosto, mas também porque as minhas competências são apreciadas. Gosto de ver o meu trabalho reconhecido (quando é caso disso), mas há um grupo muito reduzido de pessoas cujo reconhecimento valorizo (não chegam para preencher os dedos de uma mão).

 

Se há mulheres que se sentem discriminadas na área das tecnologias, que arranjem um par de tomates e façam frente a quem as discrimina, cara-a-cara, dia-a-dia. Não me venham cá pedir postezinhos piedosos de exaltação de qualidades que, em pessoas doutro sexo, seriam triviais.

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